domingo, 15 de setembro de 2013

"Portugal sempre teve bons funcionários públicos"


Alexandre Soares dos Santos, presidente do conselho de fundadores da Fundação Francisco Manuel dos Santos, fez o encerramento do 2º encontro "Presente no futuro" — com o tema "Portugal europeu, e agora?" —, no liceu Pedro Nunes, em Lisboa. Dessa intervenção desassombrada, quiça subversiva na perspectiva dos políticos portugueses de todos os quadrantes, destacamos:

"Se o destino de Portugal passa inevitavelmente pela afirmação no espaço europeu, tem de saber fazer representar os seus interesses ao mais alto nível nos vários fóruns da Europa.(...)
Portugal tem que investir na formação e preparação dos seus representantes, sejam eles governantes, militares, técnicos ou embaixadores.

"[Isso passa por perceber o que é a globalização, e esses representantes] têm que perceber o que é a Europa, têm que perceber que o Mundo de hoje não é, de maneira nenhuma, o Terreiro do Paço.
Têm de perceber de uma vez por todas que os aparelhos partidários devem acabar imediatamente com a destruição contínua e sistemática da nossa administração pública operada com nomeações políticas e amiguismos.

Portugal sempre teve bons funcionários públicos, que a política baixa e os interesses políticos rasteiros se foram encarregando de eliminar ou mesmo de destruir."

Sobre a revisão da Constituição:
"Não temos tempo a perder, é fundamental revermos a nossa Lei Fundamental, a Constituição e reflectirmos todos, mas todos, com profundidade e seriedade, se a ideia de sociedade que nela se encerra é a que mais nos capacita para assumirmos o nosso lugar no espaço europeu".

Questionado pela Lusa sobre as normas que, em seu entender, devem ser alterados na Constituição, respondeu:
"Adaptar a nossa Constituição aos tempos de hoje, que são completamente diferentes dos tempos de 1976 ou lá quando é que isso foi feito. Nós temos que ter uma actualização permanente.
Não me estou a referir aos chumbos [do Tribunal Constitucional]. Eu não tenho nada a ver com política, o meu discurso foi virado para Portugal, temos que adaptar tudo, como eu disse, reciclar a administração pública — os generais, os embaixadores — e apercebermo-nos que somos cidadãos do mundo".

A ideia pode estar nesta proposta de revisão constitucional de António Barreto, presidente do Conselho de Administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos.


Antes da sua intervenção de encerramento no encontro "Presente no Futuro", o empresário Alexandre Soares dos Santos defendeu que os políticos têm a obrigação de transmitir uma mensagem de esperança e incentivar os portugueses a colaborarem no desenvolvimento do País, criticando os cortes repetidos dos salários por serem desmotivantes e criarem um problema social:


15/09/2013 - 14:13


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