RTP, SIC e TVI prometem não fazer a cobertura da campanha eleitoral autárquica devido à “interpretação restritiva que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e os tribunais fazem da lei eleitoral autárquica”, de acordo com as palavras do director de Informação da TVI que são corroboradas pelos directores das restantes televisões.
A lei eleitoral autárquica exige que todas as candidaturas, independentemente da sua influência, recebam igual tratamento pela comunicação social. Por exemplo, se uma televisão fizer a cobertura de uma acção de campanha de um candidato no concelho de Lisboa, então terá que fazer o mesmo para os restantes oito candidatos.
Como nenhuma televisão tem meios para tal, nas próximas três semanas vamos apenas ver os líderes dos partidos políticos a discursar ou comentar temas nacionais como o desemprego, a troika ou as rescisões na função pública, ainda que em acções de campanha dos seus candidatos autárquicos. Também poderá haver reportagens de carácter socioeconómico, cultural ou político sobre os concelhos mais populosos.
Haverá mesmo orientações para que os líderes dos partidos sejam filmados em plano fechado, para não apanhar candidatos. A excepção será João Semedo, coordenador do BE e candidato à Câmara de Lisboa, mas as televisões dizem que só vão difundir as suas declarações sobre temáticas nacionais.
A lei eleitoral já é antiga mas a CNE está a ser mais exigente no seu cumprimento depois de, em 2009, o Movimento Esperança Portugal (MEP) e o PCTP/MRPP terem ganho providências cautelares em tribunal para participarem nos debates televisivos.
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Alvíssaras! Parece que, pela primeira vez em 40 anos, os eleitores portugueses vão poder sintonizar as três televisões de sinal aberto e os respectivos canais de informação pagos sem serem bombardeados com notícias sobre acções de campanha dos candidatos às câmaras municipais e juntas de freguesia, sejam imagens de arruadas, distribuição de beijos e abraços nos mercados ou propaganda em comícios.
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Talvez porque a maioria da população não lê jornais, limitando-se a obter informação através da televisão, ou talvez por outras razões, há quem esteja preocupado com a possibilidade dos eleitores se esquecerem de ir votar no dia 29 de Setembro.
É o caso dos bispos católicos, reunidos esta terça-feira no conselho permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que apelaram ao voto “naqueles que em consciência cada um julgar serem os mais aptos para servir o povo nos respectivos municípios e freguesias” e avisaram que “a abstenção acaba sempre no beco sem saída da desistência de contribuir para melhorar a vida da comunidade”.
“A Igreja [Católica] encara as eleições autárquicas como um momento importante para colaborar no indispensável serviço às populações locais” e os bispos lembram que “mais do que fazer prevalecer uma determinada cor política e partidária, está em jogo a capacidade de os candidatos servirem com honestidade e competência”.
O porta-voz da CEP explicou que esta posição dos bispos surge no momento em que é preciso combater a ideia de que “a política suja a mão de quem está nela”.
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Concordamos com os senhores bispos que todos devemos ir votar em 29 de Setembro, mas muitos de nós vão ser obrigados a anular o boletim de voto "pois mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha", do que entrar um candidato honesto e competente num partido político português e não ser marginalizado ou sujar as mãos.
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