O antigo primeiro ministro irlandês, responsável pelo rápido crescimento da Irlanda no início deste século, está em Portugal para participar nas Conferências do Estoril.
John Bruton foi primeiro-ministro da Irlanda entre 1994 e 1997, tendo chefiado um governo de coligação formado pelo Fine Gael, o partido conotado com a democracia-cristã que liderava, pelo Partido Trabalhista e pela Esquerda Democrática. A economia irlandesa cresceu a uma taxa média de 9,4% entre 1995 e 2000. Portanto convém reflectir nestas suas palavras:
01 Mai, 2013, 12:02
"Portugal está a atravessar um tempo de mudanças, mudanças estruturais que tem de fazer relativamente à dimensão do sector público, comparada com a dimensão do sector privado que tem de suportar o sector público via impostos e estas mudanças têm de ser feitas gradualmente, ao longo do tempo, mas teriam de ser feitas quer houvesse, ou não, uma crise financeira. A crise financeira limitou-se a acelerar o ritmo do processo, criando as condições políticas nas quais o processo de reestruturação da economia portuguesa se tornou possível."
Perguntado se Portugal está no limite da austeridade, respondeu:
"Penso que se trata de saber como obter dinheiro. Neste momento, muitos dos serviços prestados pelo Governo Português estão a ser fornecidos com dinheiro emprestado, dinheiro esse que tem de ser pago. Têm pois de adaptar o que gastam ao que podem conseguir nos mercados de forma responsável e ser capazes de reembolsar. É isso que está em causa aqui, não é só a austeridade que está em causa. Ninguém gosta de austeridade mas, numa abordagem realista, só se pode gastar aquilo que se consegue obter."
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