Cerca de 107 mil alunos do 4º ano do ensino básico fizeram hoje o exame de Português — parte I, parte II — e na sexta-feira farão a prova de Matemática.
De acordo com o Despacho normativo 24-A/2012, a classificação final a atribuir a cada uma destas disciplinas é a média ponderada entre a classificação no final do 3.º período e a classificação obtida na prova final, calculada de acordo com a seguinte fórmula e arredondada às unidades:
(3 Cf + Cp)/4 = CF
em que:
Cf = classificação de frequência no final do 3.º período;
Cp = classificação da prova final;
CF = classificação final.
Ou seja, a prova final de hoje vai pesar com 1/4 = 25% na classificação final de Português.
Os alunos que não conseguirem atingir 3, pelo menos, terão aulas de recuperação de forma a obterem a aprovação na segunda fase das provas, que se realiza entre 9 e 12 de Julho.
07 Mai, 2013, 13:34
Hoje em dia os alunos dispõem de esferográficas de variadas cores, como sejam roxo, azul ciano, verde, rosa, preto com brilho, ... , por isso era absolutamente necessário uniformizar a cor da esferográfica a usar no exame. Sendo a cor preta a que melhor contrasta com o branco da folha de papel, e também a que permite melhor qualidade de eventuais fotocópias, era a escolha óbvia.
Outro requisito que feriu a susceptibilidade de muita gente foi a obrigatoriedade dos alunos declararem que não estavam acompanhados de nenhum telemóvel. Numa época em que é habitual os miúdos virem para as aulas com toda uma parafernália de dispositivos electrónicos — telemóveis, calculadoras, smartphones, ipads, leitores de mp3 com os respectivos “phones”, canetas que fazem ruídos ou emitem luzes — o surpreendente é que a declaração pedida só incida sobre os primeiros.
Este vídeo e alguns comentários na imprensa online mostram que os problemas dos professores não são criados pelos alunos, mas por muitos pais que olham para a Escola como o local onde deixam os filhos a brincar enquanto estão a trabalhar e, não, como a instituição onde se adquire conhecimentos, sentido de responsabilidade e se presta provas.
Teorias pedagógicas que defendiam que as crianças e os adolescentes eram capazes de aprender tudo através dos telemóveis e dos computadores e os professores só serviam para atrofiar a criatividade dos jovens, também ajudaram a criar esta problemática mentalidade parental.
Mas o pior foi a distribuição de cerca de 500 mil diplomas do 6º, 9º e 12º anos através dos centros novas oportunidades e dos cursos com o mesmo nome.
Os pais de muitos dos nossos alunos foram diplomados por esse processo. Recentemente, ouvi uma mãe com o 12º ano confessar numa reunião de encarregados de educação de uma turma do 7º ano que não percebia nada da Física que a filha está a aprender, mas não tinha dúvida que a miúda raciocinava muito bem na matéria...
Só por este crime de empobrecimento do ensino e degradação da sociedade portuguesa, com muita gente a ficar diplomada mas não qualificada, já José Sócrates merecia ser julgado.
Quase quatro décadas depois, regressaram os exames ao 4º ano. O DL 139/2012, de 5 de Julho, vai ser um marco no ensino deste País. Agora o tempo é de esperança.
Cf = classificação de frequência no final do 3.º período;
Cp = classificação da prova final;
CF = classificação final.
Ou seja, a prova final de hoje vai pesar com 1/4 = 25% na classificação final de Português.
Os alunos que não conseguirem atingir 3, pelo menos, terão aulas de recuperação de forma a obterem a aprovação na segunda fase das provas, que se realiza entre 9 e 12 de Julho.
07 Mai, 2013, 13:34
Hoje em dia os alunos dispõem de esferográficas de variadas cores, como sejam roxo, azul ciano, verde, rosa, preto com brilho, ... , por isso era absolutamente necessário uniformizar a cor da esferográfica a usar no exame. Sendo a cor preta a que melhor contrasta com o branco da folha de papel, e também a que permite melhor qualidade de eventuais fotocópias, era a escolha óbvia.
Outro requisito que feriu a susceptibilidade de muita gente foi a obrigatoriedade dos alunos declararem que não estavam acompanhados de nenhum telemóvel. Numa época em que é habitual os miúdos virem para as aulas com toda uma parafernália de dispositivos electrónicos — telemóveis, calculadoras, smartphones, ipads, leitores de mp3 com os respectivos “phones”, canetas que fazem ruídos ou emitem luzes — o surpreendente é que a declaração pedida só incida sobre os primeiros.
Este vídeo e alguns comentários na imprensa online mostram que os problemas dos professores não são criados pelos alunos, mas por muitos pais que olham para a Escola como o local onde deixam os filhos a brincar enquanto estão a trabalhar e, não, como a instituição onde se adquire conhecimentos, sentido de responsabilidade e se presta provas.
Teorias pedagógicas que defendiam que as crianças e os adolescentes eram capazes de aprender tudo através dos telemóveis e dos computadores e os professores só serviam para atrofiar a criatividade dos jovens, também ajudaram a criar esta problemática mentalidade parental.
Mas o pior foi a distribuição de cerca de 500 mil diplomas do 6º, 9º e 12º anos através dos centros novas oportunidades e dos cursos com o mesmo nome.
Os pais de muitos dos nossos alunos foram diplomados por esse processo. Recentemente, ouvi uma mãe com o 12º ano confessar numa reunião de encarregados de educação de uma turma do 7º ano que não percebia nada da Física que a filha está a aprender, mas não tinha dúvida que a miúda raciocinava muito bem na matéria...
Só por este crime de empobrecimento do ensino e degradação da sociedade portuguesa, com muita gente a ficar diplomada mas não qualificada, já José Sócrates merecia ser julgado.
Quase quatro décadas depois, regressaram os exames ao 4º ano. O DL 139/2012, de 5 de Julho, vai ser um marco no ensino deste País. Agora o tempo é de esperança.
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Opiniões recolhidas em notícia do Público:
Anónimo 07/05/2013 09:38
Aprovo estes exames e sou da opinião que o peso deles na nota final deveria ser maior. Os exames devem, de igual forma e obrigatoriamente, ser aplicados ao 9º ano e a todas as disciplinas.
Mas realmente o que eu gostaria mesmo de ver era que esta fórmula, ou seja, os alunos irem a outro local, vigiados por outros professores, fosse aplicada nos exames do secundário e ainda que o seu peso no cálculo da nota de candidatura à faculdade fosse muito maior. Sou, ainda, da opinião, que cada faculdade deveria fazer o exame da(s) respectiva(s) específicas! Se isto fosse aplicado, iríamos ter muitas surpresas e o fim de muitos negócios...
Anónimo 07/05/2013 10:04
É impressão minha ou os pais têm memória muito curta! Pressão e stress fazem parte da vida de qualquer um, ou nos habituamos a geri-los desde cedo ou damos em doidos. Basta ver a parte final da reportagem para perceber que fazem mais filmes os pais que os filhos "calma mãe, o exame só vale 25%".
25? E fazem um filme destes por uma "pressão" de 25%? Quando chegarem ao secundário e tiverem os exames nacionais estão todos a cortar os pulsos!
sveiga 07/05/2013 10:04
O meu filho foi hoje fazer o seu primeiro exame. Nada contra... Eu também fiz e noutra escola e tambem não morri. Mas os tempos são diferentes e hoje, tirar uma criança de 9 anos da sua escola e metê-la numa escola que não conhece e vigiada por professores que não conhece é uma violência desnecessária. O maior problema, contudo, é que este «stress» por que passam de nada servirá para eles. Estão apenas a ser cobaias para estabelecer «rankings» de escolas... Daí os nervos de professores e diretores de escola que passam para os miúdos. E isso é que é a parte mais lamentável deste processo todo, o que interessa é fazer «rankings» e não educar...
Anónimo 07/05/2013 10:10
É preciso desdramatizar isto tudo. Neste momento a minha filha está a fazer o exame, estou certo que tudo vai correr bem, mas se não correr não há problema. Como disse um dos professores do Agrupamento onde ela foi fazer o exame "isto é importante, mas não é de longe nem de perto o mais importante da sua vida, nem sequer da sua vida escolar".
Anónimo 07/05/2013 10:16
Fiz exame da 4ª classe com 9 anos, fiz exame do 9º ano com 14 e por aí em diante... Tive dores de barriga? Claro. Mas as maiores ainda estavam para vir, quando no IST tinha exames de 2 em 2 dias ou de 4 em 4. Não consigo compreender estes supostos "sacrifícios" dos pais. Não é nossa obrigação, como pais, dar a melhor educação possível aos nossos filhos? Não chega já de facilitismo?
Anónimo 07/05/2013 10:33
Preocupa-me imenso esta geração de pais, que não está preparada para educar os seus filhos. Que adultos frágeis e impreparados emocionalmente teremos no futuro? Estes pais estão tão pouco preparados que não compreendem que em todas as sociedades animais a tendência é para vencerem os mais fortes, os mais persistentes, os mais competentes... E é na educação e nos sistemas de identificação parentais que estes valores se transmitem! A escola finalmente está a tentar voltar a dar o seu contributo e os pais estão a tentar destruí-lo... infantilizando ad eternum os seus meninos!
- Anónimo 07/05/2013 11:19
Concordo plenamente! Estamos a caminhar para uma sociedade em que a criancinha tem sempre razão e pode fazer o que quiser, quando quiser! E depois chegam a adultos e não ententem que a vida tem os seus altos e baixos e nem sempre eles serão os protagonistas principais. Eu tive as minhas contrariedades em pequeno e acho que só me fizeram bem! Aprendi a dar valor às pessoas, a compreender que nem sempre podemos ter tudo o que queremos... Entristece-me quando vejo pais a tratarem os filhos como copos de cristal, nem os animais fazem isso aos seus e temos tanto a aprender com a Natureza.
Anónimo 07/05/2013 10:36
Concordo que tem que haver avaliações, mas não concordo em fazer com que os miúdos mudem de escola. Por que não se deslocam os professores?
- Anónimo 07/05/2013 12:10
Por ter que haver apenas um secretariado de exames por agrupamento e não vários. Simples.
Anónimo 07/05/2013 10:49
Alguém me explica o racional de haver exames no 4º ano? E até no 9º? O responsável pelo melhor sistema de educação do Mundo vem dizendo publicamente faz anos que parte do sucesso deve-se ao facto de no país dele, terem abolido testes e exames antes dos alunos chegarem ao secundário.
- Anónimo 07/05/2013 11:18
O racional é simples, avaliar. Quem é "O responsável pelo melhor sistema de educação do Mundo"?
Ivo Monteiro 07/05/2013 11:43
Apesar de ser apenas mais uma prova, e que este ano até só conta 25% para a nota (quem tiver um percurso estável e razoável até pode errar tudo), os professores e escolas "desaparafusaram" um bocado com a inovação, e criaram ondas de choque sobre os alunos. Alguns professores, que se calhar nunca o deveriam ter sido, também pressionam os alunos de forma incorrecta em vez de desdramatizar a situação.
Considero, no entanto, que mais uma vez a carga maior está a ser criada pela comunicação social. As notícias constantes sobre o tema, a procura da polémica para os grandes títulos em artigos que de polémicos nada têm, criam cargas emocionais excessivas nos alunos. Se calhar, e retirando os problemas pontuais que sempre acontecem aqui e ali, até está mesmo a correr tudo bem.
Anónimo 07/05/2013 11:47
Concordo com avaliações, agora também sou a favor da organização, que é coisa que no nosso país existe em muita baixa quantidade. Este processo é exemplo disso. Quem tem aulas, deixa de ter para os miúdos irem fazer exames, os que podiam fazer exames sossegados na sua escola sem chatearem ninguém têm que se deslocar para irem "chatear" os outros alunos. Pergunta, porque não foram os professores a deslocarem-se a essas escolas para vigiarem as provas? Claro com o ministério a arcar com as respectivas despesas... era muito caro? Então deixem-se estar sossegadinhos.
- Anónimo 07/05/2013 12:41
E quem dava as aulas aos alunos nas escolas, se os professores iam vigiar os exames?
Anónimo 07/05/2013 12:03
Isto acontece porque já mesmo os pais são da geração do "sabe deus". Sabe deus as qualificações, sabes deus os valores, enfim. Um espalhafato destes por causa disto, nao sei como é que no tempo dos avós as crianças aprendiam.
Anónimo 07/05/2013 12:27
No meio disto tudo a única coisa que acho mal é as crianças terem que se desdolcar às sedes de agrupamento. Exames do 4º ano não são novidade, pois antes também havia exame da 4ª classe e nunca ninguém morreu, o que não me parece bem é esta movimentação toda. Porquê ter que sair das próprias escolas. Quanto ao nervoso, acho que ficamos, nós pais, mais nervosos do que eles.
- Anónimo 07/05/2013 12:42
Parece-me obvio o porquê de não se realizarem nas escolas: a falta de escrúpulos e brio profissional de muitos professores, que anos a fio davam as respostas aos alunos, descredibilizando todo o processo.
- Anónimo 07/05/2013 18:36
Eu também me desloquei de escola para fazer exame da 4.ª classe e não morri por isso.
Anónimo 07/05/2013 12:59
Uma tempestade num copo de água, as crianças têm capacidade de enfrentar esta tarefa porque foram preparadas para tal, passar de ano sem exame, isso sim é vergonhoso. Reparem nas novas oportunidades, um aluno para chegar ao décimo segundo ano tem que estudar doze anos, nas novas oportunidade bastava ter o nono, mais três meses, e tinha o décimo sendo concluído. E depois criticamos Relvas e Sócrates.
Paulo 07/05/2013 13:05
Os exames do 1º ciclo, cumprindo o programa do Governo de identificar as dificuldades e lacunas na aprendizagem dos alunos mais precocemente, possibilitou também a consagração mediática de alguns diretores escolares e de representantes de pais, uns reclamando autonomia mas sem soluções para os problemas organizativos das suas escolas e outros que, falando por si, julgam representar todos.
Cinfães está na moda e o Sr. Jorge Ascenção também. Em particular este último. A sua estratégia, ao condicionar, pelas afirmações produzidas, o discurso seguinte, denota uma particular falta de competência, argumentos e segurança para o exercício do cargo que herdou e que parece utilizar como latifundiário de um território que não é seu. Estaremos atentos ao seu verdadeiro objetivo.
É verdade que a falta de escrúpulos de alguns professores, na aplicação das Provas de Aferição do 4º ano, que sobrepunham os efeitos dos resultados mais na sua avaliação do que na regulação do processo de aprendizagem dos alunos, obrigam a que se tomem medidas organizativas mais rigorosas. Bem haja quem teve coragem. A bem dos nossos filhos.
Paulo, encarregado de educação.
Anónimo 07/05/2013 13:32
Tanta parra e tão pouca uva! Os pais, acicatados talvez por alguns ditos professores, inventam tudo e mais alguma coisa para justificarem o insucesso da medida, que só peca por deixar de fora os alunos do ensino particular. Isto sim, é uma discriminação! Pois vão continuar a ter os seus próprios professores a apoiá-los e a ajudar.
Enquanto os meninos dos colégios não tiverem que se deslocar à escola pública para a realização de exames, os rankings das escolas estarão aldrabados, não serão correctos e põem em causa a seriedade de muitas escolas do ensino particular.
Maria 07/05/2013 13:49
Também me parece que são os pais que transmitem o stress às suas crianças. Este exame deve ser encarado com naturalidade e tranquilidade. Uma criança bem preparada e bem acompanhada pelos pais, olhará para esta experiência como mais uma etapa do seu crescimento.
Tiago Corvão 07/05/2013 15:54
Pois eu faço parte daquele grupo de pessoas que nunca teve que fazer qualquer exame na 4ª classe e, como tal, não estou a ver valor acrescentado na criação destes exames, não posso dizer que seja contra mas parece-me e mais uma vez que esta foi daquelas medidas do "tem que se fazer alguma coisa diferente para parecer que estamos a acrescentar valor".
Em vez de andarmos a introduzir exames de utilidade prática duvidosa, em vez de exigirmos mais aos nossos jovens porque não investirmos, ao invés, em dar-lhes um futuro em Portugal? Tanta exigência, tanta aposta na excelência do nosso sistema de ensino para depois termos um primeiro-ministro que se vira para o crescente número de jovens desempregados e lhes diz que podem sempre emigrar...
- JP 16:24
Eu também faço parte desse grupo e lembro-me que senti bem a diferença uns anos depois. E o mesmo aconteceu quando passei do básico para o secundário. Penso que se o nível de exigência fosse mais gradual, teríamos um melhor sucesso escolar e jovens mais preparados para recompor o país. É que o futuro não depende só do governo (que muda bastante regularmente). O futuro depende do que os portugueses são capazes de fazer e uma geração só é capacitada quando é formada para esse efeito.
Falta em Portugal a educação para a iniciativa e para a vontade de empreender.
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