domingo, 3 de junho de 2012

Uma boa notícia: temos um cão de guarda nas Finanças


Está o senhor general Loureiro dos Santos muito preocupado com as Forças Armadas, sobretudo com a angariação de clientela, voluntária, faz questão de afirmar em entrevista ao Público.

Depois, numa escala de 0 a 20, dá nota 10 ao Governo e inicia as hostilidades contra o ministro das Finanças, Vítor Gaspar:

A ideia que dá é que o Ministério das Finanças estabelece um sistema de controlo de custos, dos orçamentos. Antes, quando se aprovava um Orçamento do Estado, cada ministro era responsável pelo seu orçamento. Quando era preciso fazer alguma coisa, o ministro cingia-se ao seu orçamento. Agora já não é assim! E isso cria uma atrição enorme. Eu penso que o ministro das Finanças está convencido que assim gasta menos. Para se conseguir contratar alguém, tem que se ir ao ministério das Finanças. Os ministros, incluindo o da Defesa, passaram a ser uma caixa de correio para pôr a funcionar o seu ministério. Para se fazer alguma coisa no Exército, o chefe de Estado tem de propor ao ministro. Mas o ministro também não tem autonomia. Tem de pedir ao ministro das Finanças.
(...)
E isto acaba por se repercutir no funcionamento das FA. Por exemplo, na questão das promoções. O cancelamento das promoções foi feito no anterior orçamento de 2011. Quando se parou com as promoções, foi no entendimento de que a promoção se limitava a um aumento de vencimento. Mas não é só isso. Também é colocar nos lugares pessoas que têm uma certa formação e certas capacidades e, portanto, necessitam de ter uma certa autoridade. O Governo percebeu isso, mas isto já se passou há não sei quanto tempo e ainda não aconteceu nada.

A seguir à insatisfação com o congelamento das promoções, vem reivindicar o aumento do valor das reformas dos militares, dos actuais 80 por cento do vencimento no activo para os 100 por cento que a lei dá aos magistrados.

Também se mostra contra os cortes financeiros nas despesas de funcionamento que poderão afectar a operacionalidade das forças armadas, futuramente, citando o facto dos pilotos terem reduzido as horas de voo. Mas o outro facto citado, e que lhe merece um discurso mais desenvolvido, é este:

Mesmo o dia-a-dia nos quartéis, hoje em dia, é complicadíssimo. Em algumas unidades, o comandante já quase não utiliza o carro de serviço, não usa o telemóvel de serviço, usa o dele, o aquecimento é restringido e, muitas vezes, era bom ter água quente para tomar banho, mas não há...
Por exemplo, ou se toma num determinado tempo em que o aquecimento está a funcionar ou então, fora desse tempo, já não há. Nas unidades do interior, aquilo é usado em situação extrema. Isso provoca desgaste.

Conclusão:
Podem dez milhões de portugueses dormir descansados porque têm um cão de guarda — Vítor Gaspar, ministro das Finanças — que não deixa o dinheiro dos impostos fluir descontroladamente para a corporação militar.
A resposta doutros civis:


Anónimo, Odivelas. 03.06.2012 13:48
Metade do efectivo militar chegava bem!

Portugal tem 50 mil militares e 211 mil reservistas, orçamento de 2,3% do PIB.

Bélgica: as Forças Armadas têm 34 mil efectivos e 100 mil reservistas, com um orçamento de 1,2% do PIB.
Áustria: 19 mil (sendo 60% do pessoal oriundo do serviço militar obrigatório) e 72 mil reservistas e o orçamento é de cerca de 0,8% do PIB.
Dinamarca: são 22 mil militares activos e 63 mil reservistas, orçamento 1,4% do PIB.
Noruega: os serviços de defesa são compostos por cerca de 23.000 pessoas, incluindo civis, e o serviço militar é obrigatório.
Países Baixos: o Ministério da Defesa tem um total de 68.000 pessoas, incluindo tanto civis como militares, com um orçamento de 1% do PIB.
Finlândia: são 34.700 militares activos, orçamento 1,3% do PIB.

Temos: 78 Generais, 5146 Oficiais, 9296 Sargentos, 18.538 Praças, 17.710 voluntários!


Luís Macedo, Algés. 03.06.2012 13:52
Os Militares, Vítor Gaspar e os 10 valores
Senhor General,
Estamos fartos de tanto corporativismo.
Estamos fartos de sustentar umas Forças Armadas que para mais não servem do que reivindicarem, sistematicamente, mais privilégios, quando o País, talvez seja melhor dizer esta Nação, foi objecto de saques inqualificáveis, e infelizmente não punidos, por governos que V. Ex.a andou a apoiar elogiando, ora rasgadamente, ora encapotadamente. A "Socratesse Oblige" e a sua entourage que lhe andava sempre no discurso de forma directa, ou as mais das vezes encapotada, nunca lhe mereceu a menor crítica antes, e sim, apoio e anuimento.
Estamos fartos de constatar que há n, para não dizer uma centena, de generais e almirantes, mais que regimentos ou embarcações a remos.
Estamos fartos de pagar os nossos impostos para gastos incomportáveis com a realidade.


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