O Ministério da Educação e Ciência apresentou hoje a proposta de Metas Curriculares do Ensino Básico para as disciplinas Matemática, Português, Tecnologias da Informação e Comunicação, Educação Visual e Educação Tecnológica, que foram publicadas no portal do governo por esta ordem.
Os programas de cada disciplina e as metas constituem as referências fundamentais do ensino, pois estas clarificam, dentre os conteúdos programáticos, os conhecimentos a adquirir e especificam as capacidades a desenvolver pelos alunos nos diferentes anos de escolaridade.
Sendo um documento normativo de utilização obrigatória a partir do ano lectivo 2013/2014, as metas terão no próximo ano lectivo um carácter indicativo, embora sejam fortemente recomendadas. São um apoio na planificação do ensino e na preparação de aulas, cabendo ao professor a escolha das estratégias e metodologias a seguir.
As metas ficam em consulta pública até 23 de Julho. Os contributos deverão ser enviados para o endereço de e-mail:
metas.curriculares@mec.gov.pt
No início de Agosto será divulgada a versão final destes documentos, com a integração dos contributos entretanto recebidos.
Aqui incorporamos as primeiras cinquenta páginas das metas de Matemática para leitura (clique na seta para ampliar) porque não correm em alguns browsers:
Assim que começamos a leitura o que salta à vista é a concisão e o rigor da linguagem, algo que havia desaparecido dos textos sobre Matemática emanados do ministério desde há cerca de 40 anos. Os trapaceiros sumiram, dando lugar aos professores de Matemática que elaboraram este documento. As metas de Matemática serão uma revolução mais profunda que a provocada no ensino pelo primeiro governo Sócrates com o choque tecnológico, que foi ainda mais responsável pela aposentação antecipada de muitos docentes do que a indisciplina que grassava em muitas escolas — e vai continuar a grassar, se os directores não apoiarem os professores na aplicação do Estatuto do Aluno e Ética Escolar. Sejamos muito claros: a maioria das metas de Matemática propostas para o 1º ciclo não são actualmente atingidas nem sequer no final do 2º ciclo. E não vale a pena os docentes dos 1º e 2º ciclos agarrarem-se desesperadamente a acções de formação: é tempo de começarem a olhar para o Instituto Superior Técnico e para as melhores universidades públicas deste País — Porto, Lisboa, Coimbra, ... — e prepararem-se para fazer reciclagem a sério.
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Actualização: metas definitivas divulgadas em 3 de Agosto de 2012.
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