quarta-feira, 8 de julho de 2015

O Estado da Nação: os 7 pecados capitais e as 10 pragas do Egipto

08 Jul, 2015, 20:21

O líder parlamentar socialista tinha classificado o discurso do debate do Estado da Nação do primeiro-ministro como sendo "propaganda feita numa base totalmente irrealista". E acusou o Governo de ter feito um regresso ao passado, referindo "uma taxa de pobreza como há 15 anos e níveis de emprego como há 20 anos".

Ferro Rodrigues prosseguiu nas críticas trazendo para a discussão as privatizações feitas pelo actual Governo, a que pôs o rótulo de "vergonha", e os sete pecados capitais que António Costa atribuiu ao Governo, para o que pediu uma resposta ao primeiro-ministro.
Os sete pecados capitais do Governo, segundo António Costa

Primeiro pecado capital: A mentira eleitoral ao ter prometido não subir os impostos que subiu e não cortar pensões e salários como cortou.

Segundo pecado capital: O desemprego, a precariedade e a emigração que afastaram do mercado de trabalho 700 mil desempregados, mais de 200 mil desencorajados e que colocaram 90% dos novos contratos celebrados em contrato a prazo", além de terem feito "o país regressar aos anos 60 em termos de emigração".

Terceiro pecado capital: Asfixia da classe média

Quarto pecado capital: Pobreza e desigualdades que atingem 25% da população portuguesa, em especial a pobreza infantil, que "atinge 470 mil crianças".

Quinto pecado capital: Abandono da prioridade ao conhecimento, especialmente devido ao "desinvestimento" nas áreas da ciência, educação e cultura.

Sexto pecado capital: Ataque aos serviços públicos, em particular na área da saúde e justiça, e a incompetência na sua gestão, de que foram bem exemplo o caos no início do último ano lectivo" ou na questão dos tribunais.

Sétimo pecado capital: Quebra de mais de 25% no investimento, quer público, quer privado.

Passos Coelho começou por responder a Ferro Rodrigues apontando a "azia" socialista face aos "resultados que vão sendo divulgados sobre o desempenho económico de Portugal". Sobre as privatizações, Passos aconselhou Ferro Rodrigues a ter "atenção que o que chamou vergonha representou o dobro do encaixe financeiro que o PS tinha prometido".

Depois de Ferro Rodrigues ter acusado novamente o Governo liderado por Passos Coelho de não apoiar a Grécia nas negociações com os credores, o primeiro-ministro sugeriu que preste atenção ao que dizem "os antigos ministros das Finanças do PS sobre a Grécia", aludindo às declarações já proferidas por Campos e Cunha e Teixeira dos Santos que se manifestaram contra as pretensões gregas.

Mas o melhor do debate foi a resposta de Pedro Passos Coelho aos 7 pecados capitais de Costa. "Deixe-me falar das 10 pragas que o PS deixou a Portugal", disse o primeiro-ministro, antes de começar a enumerar:
  1. obras faraónicas, como as PPP e o TGV
  2. os PEC de má memória que não resolveram nada
  3. uma das maiores desigualdades entre os países da União Europeia
  4. défices orçamentais volumosos e ruinosos — o de 2010 atingiu 10%
  5. défices externos preocupantes
  6. completo desgoverno do sector empresarial do Estado;
  7. a nacionalização do BPN
  8. défice tarifário na electricidade
  9. endividamento galopante e
  10. desemprego estrutural acima dos 10%.


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