sábado, 20 de outubro de 2012

Uma resposta frontal - I


A polícia judiciária está a investigar um caso que envolve banqueiros portugueses e dois antigos quadros do banco suíço de investimento UBS, Michel Canals e Nicolas Figueiredo, detidos em Maio por suspeita de terem cometido fraude fiscal e branqueamento de capitais através da Akoya, a sociedade suíça de gestão de fortunas que haviam criado — é o processo Monte Branco.

Numa notícia do semanário Expresso sobre essa investigação, citando fontes judiciais não identificadas, referem-se escutas de conversas de certa pessoa cuja identidade o jornal desconhece, mas não tem dúvida que o outro interlocutor é Passos Coelho.
Observe-se a reacção do primeiro-ministro a um pedido de comentário sobre a notícia:





"Tenho muita dificuldade em fazer comentários sobre matérias que desconheço. Se aquilo que esse jornal hoje refere tem aderência à realidade, significa que houve uma quebra no segredo de justiça. É preciso saber o que se passou para essa ilegalidade ter acontecido, quem é responsável por o segredo de justiça ter sido quebrado e como é que o jornal tem mais informação do que eu, porque eu não tenho nenhuma.

Em segundo lugar, estou muito consciente das minhas conversas privadas ou telefónicas e não tenho nenhum receio, nem sobre a operação que é descrita nessa notícia do jornal, nem sobre qualquer outra matéria, que qualquer coisa que tenha dito, seja ao telefone, seja em privado, venha ao conhecimento público.
Se a notícia tem fundamento e foi enviado para o Supremo Tribunal de Justiça um pedido de validação de uma escuta em que apareço, qualquer que seja a conversa, desde já afirmo que tenho todo o prazer que essas escutas sejam publicamente reveladas.
"

*

A frontalidade da resposta de Passos parece indiciar que houve um objectivo difamatório na elaboração da notícia. Quanta imundície vai pela justiça e pela comunicação social...


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