Numa entrevista à RTP, Fernando Ulrich, presidente do BPI, fez esta proposta original que poderá pôr fim aos malabarismos de certos políticos:
"Seria péssimo vivermos uma situação em que o Governo cai ou em que um partido sai da coligação. Parece que há uma birra — em que alguém diz 'se não me deixas fazer isto então vou-me embora'. Isso é péssimo para o País do ponto de vista interno e externo. Se calhar, numa situação tão pressionante como esta, o que faria sentido era fazer eleições de dois em dois anos, em vez de quatro em quatro.
Seria ridículo uma crise e descredibilizaria todos: o País mas também para aqueles que o provoquem. [Paulo Portas] perderia toda a credibilidade. Sendo ministro dos Negócios Estrangeiros tem obrigação de ter toda a informação sobre a situação internacional e todas as condicionantes externas que Portugal sofre, ser ele a provocar uma crise. A maneira de ultrapassar isto [o risco de uma crise política] é fazer eleições em Maio ou Junho, quando se completam dois anos sobre as últimas eleições."
Ulrich admite também que, dessas possíveis eleições, resultasse uma coligação entre o PSD e o PS:
"O PSD não tem necessariamente que se aliar ao CDS. Também se pode coligar com o PS. Não me parece que as diferenças que existem entre todos sejam assim tão grandes."
18 Out, 2012, 11:30
Sobre Pedro Passos Coelho: "Foi uma surpresa positiva como primeiro-ministro e faço um julgamento positivo sobre o seu trabalho.
Desde o dia 7 de Setembro, estou perplexo com a forma como uma série de assuntos tem sido conduzido. Estou numa fase em que não percebo o que aconteceu, o que foi anunciado e como foi anunciado antes de um jogo da selecção de futebol. Fiquei logo irritado e mal impressionado."
Quanto aos responsáveis pela situação que conduziu Portugal à assistência externa, aponta responsabilidades internas e externas:
"José Sócrates teve a sua quota parte de responsabilidade, mas não foi o único.
A classe dirigente portuguesa, na qual me incluo, não percebeu, desde o dia em que entrámos no euro, o que implicava fazer parte de uma moeda única comandada pela Alemanha. Isso levou-nos a ir cometendo vários erros e a subestimar vários riscos.
A Europa não nos obrigou a manter a dívida pública nos 60% do PIB e deixou-a ir por aí acima. Tinha critérios contabilísticos para calcular o défice das contas públicas e a dívida das empresas públicas muito diferentes dos que têm actualmente. A Europa foi extremamente laxista.
A forma como os fundos estruturais foram utilizados não foi a melhor no sentido de desenvolver o sector dos bens transaccionáveis e a competitividade."
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