quinta-feira, 19 de abril de 2012

Só nos faltava mais políticos


Uma antiga escola da Fontinha, no Porto, foi ocupada por um grupo de cidadãos para concretizar um projecto sem fins lucrativos que oferecia actividades de animação cultural para pessoas de todas as idades, como aulas de desenho, ioga ou guitarra e um clube de xadrez e organizava jantares comunitários. Chamaram-lhe Es.Col.A - Espaço Colectivo Autogestionado.

O grupo ocupou o edifício em Abril de 2011 e, após uma acção de despejo ocorrida no mês seguinte em que receberam o apoio de moradores da zona, conseguiram obter da câmara a cedência temporária do espaço até ao final desse ano.
No passado mês de Fevereiro o Es.Col.A recebeu uma carta da autarquia a comunicar o fim da cedência.
Quando, hoje de manhã, a PSP e a Polícia Municipal levaram a cabo uma acção de despejo tiveram de enfrentar a resistência dos elementos do grupo que bloquearam a entrada do edifício sentando-se no chão e depois se manifestaram em diferentes pontos da cidade — em frente de uma esquadra e da Câmara do Porto, onde um homem se regou com combustível mas a polícia levou-o para o hospital para ser lavado.





A Câmara do Porto comunicou hoje que esteve disponível para permitir a ocupação do Es.Col.A, até ao fim de Junho, prorrogável, desde que fosse formalizado um contrato de cedência e o pagamento de uma renda simbólica de 30 euros, mas o grupo não aceitou.

Os activistas do Es.Col.A são jovens com uma escolarização de nível superior e, embora se apresentem como apartidários, percebe-se que defendem a instauração de um sistema político baseado em assembleias populares, inserindo-se no movimento internacional Occupy:













Apesar de referirem nas entrevistas que o objectivo do grupo é a dinamização sócio-cultural das populações e o apoio aos trabalhos escolares das crianças, o que está documentado nos vídeos de um blogue do grupo lembra pouco o ensino e mais as representações dos saltimbancos do início do século passado:





Donde se pode concluir que, num País já saturado de políticos, há na geração de jovens desempregados quem pretenda escolher uma ocupação política e, sob a capa de meritórios objectivos culturais, congemine a albanização do País.
Que os estratos menos qualificados da população aderem, não é justificação. A receita usada é conhecida desde os tempos do império romano: pão e circo.


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