O Grupo José de Mello e o fundo de investimento Arcus lançaram uma OPA sobre a Brisa.
A José de Mello tem 30,48% do capital da empresa e a Arcus 19,09%. Ao fazerem uma aliança, os dois grupos passaram a controlar 49,57% do capital da empresa (e 53,79% dos direitos de voto). Como foi ultrapassado o limite legal de um terço de capital, é necessário o lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA).
Até aqui tudo bem.
A OPA sobre a Brisa exige, porém, 700 milhões de euros de investimento à José de Mello e à Arcus, se todos os accionistas da concessionária aceitarem vender na operação.
Não há problema, os três maiores bancos portugueses vão disponibilizar 590 milhões de euros: a Caixa Geral de Depósitos aceitou financiar 88 milhões, o Banco Espírito Santo 99 milhões e o BCP 401 milhões.
Bem, há um pequeno problema. O FMI sublinha, no relatório sobre a terceira avaliação do programa de apoio financeiro a Portugal, que “as estimativas actuais mostram que os sete maiores bancos privados vão precisar de 4 mil milhões de euros para atingir as metas de capital” a que estão obrigados e que são um core tier one de 9% até ao final de Junho. E adivinhe o leitor quem vai dar o apoio financeiro: o Estado.
Vai dar à banca privada e à pública: o Governo já reservou, no Orçamento Rectificativo apresentado na semana passada, mil milhões de euros para recapitalizar a CGD.
E o crédito às PME's, esqueceram-se delas?
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