terça-feira, 10 de abril de 2012

Entrevista de Passos Coelho à RTP em Maputo



Pedro Passos Coelho, em Maputo, esfuziante com os resultados das exportações portuguesas nos primeiros meses do corrente ano, numa entrevista com José Rodrigues dos Santos.
A evitar dizer o que vai acontecer aos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos e dos pensionistas, se Portugal não conseguir regressar aos mercados financeiros e for preciso prolongar o programa de assistência financeira para além de Junho de 2014.
A recusar especificar como será retomado o pagamento desses subsídios em 2015, mesmo que o país não precise de um segundo plano de resgate.
A não justificar a rapidez do corte desses subsídios e a lentidão nas renegociações dos contratos das PPP profundamente lesivos dos interesses do Estado, da responsabilidade dos governos de José Sócrates e contra os quais finge insurgir-se, mas cujos beneficiários está inequivocamente a proteger.
A lembrar tenebrosamente o comportamento do seu antecessor no cargo de primeiro-ministro no optimismo bacoco.


1 comentário:

  1. Qualquer pessoa minimamente informada sabe que o défice público vai acrescer à dívida, portanto concorda com a diminuição dos défices. Mas espera-se que seja feita através de cortes de despesa e não de aumento de impostos. E que haja crescimento económico.

    Há tempos o ministro da Economia lamentava-se que o crescimento da economia não se cria por decreto. É evidente.
    Mas quando existem rendas excessivas contratadas com os produtores de energia eléctrica e se permite o afastamento do secretário de Estado que estava a tentar baixá-las, aliás para cumprir uma medida acordada com a troika, algo não bate certo. Até porque, tal como o valor da mão-de-obra, as taxas energéticas também oneram o custo dos bens transaccionáveis e lá se vão as exportações por água abaixo.
    As rendas contratualizadas nas PPP é outro domínio onde é tabu mexer, só com a concordância dos privados. É óbvio que os privados não estão interessados em fazer cedências. Veja-se o caso da Grécia em que deitaram a mão a tudo o que puderam, mandaram milhares de milhões de euros para fora do País e agora estão a observar tranquilamente o desaparecimento da classe média sob as medidas de austeridade.

    Na classe baixa portuguesa há pouco onde ir buscar, além de que os políticos temem o desencadear de violência.
    Os antigos grupos económicos, e os novos que estão a crescer à sombra dos contratos feitos com o Estado nos últimos quinze a vinte anos, são intocáveis porque já tinham, ou andam a criar, relacionamentos e interesses comuns com os políticos que actualmente nos governam.
    Ou a classe média começa a mostrar descontentamento ou é esmagada entre os peixinhos e os tubarões...

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