sábado, 9 de novembro de 2013

Os rankings das escolas 2013


O jornal Público, em colaboração com uma equipa da Universidade Católica Portuguesa liderada por Joaquim Azevedo, divulgou os rankings das escolas 2013. No caso do ensino básico foram construídos sobre os resultados da 1.ª fase dos exames nacionais de Português e Matemática, realizados por alunos internos. No ensino secundário foram consideradas as oito disciplinas com mais alunos inscritos.
Como é habitual nos rankings das escolas, os lugares de topo estão ocupados por escolas privadas porque nestas escolas ensina-se os alunos a cumprirem regras e os pais costumam dedicar mais tempo a acompanhar o estudo dos filhos em casa, dois factores que são determinantes no sucesso escolar das crianças e adolescentes. Vamos apreciar apenas as escolas públicas que fizeram, pelo menos, 50 provas.

Pela primeira vez, desde 1973, houve exames no final do 1º ciclo, possibilitando a construção de um ranking do ensino básico 4º ano. Agora os encarregados de educação podem conhecer os resultados das escolas desde o início do percurso escolar, apressando-se a escolher aquela onde pretendem matricular os seus filhos.
A partir deste ranking, fizemos uma lista das 10 escolas públicas onde os alunos obtiveram melhores resultados nos exames nacionais:

11 Escola Básica Conde Ferreira, em Fafe
12 Escola Básica de Vildemoinhos, em Viseu
23 Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Braga
28 Escola Básica Adães Bermudes, na Guarda
35 Escola Básica de Oliveira do Castelo, em Guimarães
47 Escola Básica de Montes Claros, em Coimbra
56 Escola Básica de Calvário, em Valongo
66 Escola Básica dos Lombos, em Cascais
68 Escola Básica de Torneiros, em Vila Real
69 Escola Básica de Santo André nº 2, em Santiago do Cacém

No ranking do ensino básico 6º ano, as 10 escolas públicas do topo são:

22 Escola Secundária Artística do Conservatório de Música de Calouste Gulbenkian, em Braga
29 Escola Secundária da Quinta das Flores, em Coimbra
40 Escola Básica Integrada com Jardim de Infância Vasco da Gama, em Lisboa
41 Escola Básica de Beiriz, na Póvoa de Varzim
58 Conservatório de Música do Porto
76 Escola Básica João Afonso, em Aveiro
86 Escola Básica Eugénio de Castro, em Coimbra
88 Escola Básica Martim de Freitas, em Coimbra
92 Escola Básica Prof. João de Meira, em Guimarães
93 Escola Secundária com 2º e 3º Ciclos D. Filipa de Lencastre, em Lisboa

Finalmente no ranking do ensino básico 9º ano, temos:

16 Escola Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim
22 Escola Secundária Artística do Conservatório de Música de Calouste Gulbenkian, em Braga
28 Escola Secundária Alves Martins, em Viseu
38 Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos D. Pedro IV, em Sintra
39 Escola Secundária Dr. Mário Sacramento, em Aveiro
41 Conservatório de Música do Porto
46 Escola Básica D. Pedro I, Canidelo, em Vila Nova de Gaia
55 Escola Básica Frei Bartolomeu dos Mártires, em Viana do Castelo
57 Escola Secundária com 3º Ciclo de Quinta do Marquês, em Oeiras
61 Escola Secundária Aurélia de Sousa, no Porto

Passando ao ranking do ensino secundário, mantém-se no topo a mesma escola:

26 Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra
27 Escola Básica e Secundária Clara de Resende, no Porto
29 Escola Secundária de José Gomes Ferreira, em Lisboa
32 Escola Secundária de Raúl Proença, nas Caldas da Rainha
36 Escola Secundária Rainha D. Amélia, em Lisboa
37 Escola Secundária da Maia, na Maia
39 Escola Secundária do Restelo, em Lisboa
41 Escola Secundária José Estevão, em Aveiro
43 Escola Secundária de Miraflores, em Oeiras
46 Escola Secundária da Quinta do Marquês, em Oeiras

Contribuem com 1 escola para estas listas os seguintes municípios: Caldas da Rainha, Cascais, Fafe, Guarda, Maia, Santiago do Cacém, Sintra, Valongo, Viana do Castelo, Vila Nova de Gaia e Vila Real. Todos situados a Norte do rio Tejo, com excepção de Santiago do Cacém.

Os municípios de Guimarães, Póvoa de Varzim e Viseu contribuem com 2 escolas cada um, Braga tem uma escola que surge por 3 vezes, os de Aveiro e Oeiras contribuem com 3 escolas cada um, o do Porto com 4 escolas, o de Lisboa com 5 e o de Coimbra também com 5 escolas.
Sendo Coimbra um município pouco populoso (16º no censo de 2011), é óbvia a influência cultural que a Universidade de Coimbra, que figura no ranking de Xangai, tem exercido sobre a população.


Escolas públicas têm classificações médias abaixo do valor esperado para o contexto socioeconómico

Tal como no ano passado, além das bases de dados dos exames nacionais, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) divulgou informação sobre as características socioeconómicas dos agregados familiares dos alunos das escolas públicas do continente relativas ao ano lectivo 2012/2013.

Com base na média dos anos de escolaridade do pai de cada aluno e da percentagem de alunos abrangidos pelo escalão A da Acção Social Escolar (ASE), a equipa da Católica dividiu os agrupamentos de escolas em três partes iguais, do contexto 1 para os menos favorecidos ao contexto 3 para os mais favorecidos.
Depois foi calculada a média esperada de acordo com o contexto socioeconómico de cada escola — valor esperado de contexto (VEC).

Nas escolas onde se realizam exames nacionais no ensino secundário, 58,9% apresentam classificações médias abaixo do valor esperado de contexto, ou seja, do que seria expectável pelo contexto socioeconómico. No ano passado tinha acontecido apenas com 51%.
Nas escolas do 3º ciclo a conclusão é semelhante: 51,6% apresentam uma média abaixo do valor esperado; no ano passado foram 48%.

Todas as quarenta escolas acima listadas estão no contexto 3, ou seja, no contexto mais favorecido, mas temos de sublinhar que atingiram médias acima do valor esperado para o contexto socioeconómico onde se inserem, o que significa que estão a trabalhar bem.


Lugar de honra para a Escola Secundária Artística do Conservatório de Música de Calouste Gulbenkian

Merece-nos especial destaque a Escola Secundária Artística do Conservatório de Música de Calouste Gulbenkian, em Braga. É a única escola que aparece em todos os rankings do ensino básico num dos três primeiros lugares. Tem taxas de conclusão no final de cada ciclo de ensino de 100%, ao contrário do que se passa noutras bem colocadas nos rankings que são construídos com classificações médias.

Os alunos são seleccionados em função da sua aptidão para a música e quase não há beneficiários de ASE. Há, porém, outros factores que, na opinião da directora Ana Caldeira, explicam o sucesso: “O ensino da música cria um ambiente diferente, desde pequenos os alunos trabalham muito a memória, desenvolvem a capacidade de concentração, têm de estar em silêncio num ambiente musical” o que vai beneficiar também as outras disciplinas. Este ano houve o receio que os resultados baixassem porque a escola foi obrigada pelo MEC a aumentar o tamanho das turmas. Não aconteceu, continuando o conservatório a ser “uma pública com as características de um colégio”.

Não nos surpreende pois, mais importante que o tamanho das turmas, é o silêncio e a concentração dentro da sala de aula e o estudo em casa que determinam o sucesso escolar dos alunos.


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