Ao comentário abaixo transcrito só falta acrescentar que os portugueses já tinham percebido quem era Mário Soares em 2006, quando lhe deram apenas 14% dos votos expressos nas eleições presidenciais desse ano. Só que a sua avançada idade não lhe permitiu interiorizar esse facto.
"Dunamis77
22.11.2013 - 14:07
Soares é fixe, o povo que se lixe!
Diz-se por aí que o tempo, nas pessoas como nos vinhos, apura os bons e azeda os maus. Considerando o fel que Mário Soares incansavelmente destila contra todo e qualquer Governo ou Presidente da República de cor política diferente da sua, é lícito concluir que o tempo se encarregou de desvelar o seu verdadeiro carácter (ou falta dele).
Com efeito, de há uns anos a esta parte, o discurso do ex-Presidente da República tem-se radicalizado. Facto que se acentua sempre que, no poder, se encontra um partido que não o seu. Foi assim com o Executivo de Durão Barroso, depois com o de Santana Lopes, sendo o de Passos Coelho o mais recente alvo do seu ressabiamento.
Em inúmeras entrevistas e artigos de opinião publicados numa diversidade de jornais e revistas (Soares sempre gozou de resto de uma boa imprensa), o autoproclamado “pai da democracia”, entre outros avisos e profecias, tem vindo a alertar para o facto de Portugal se estar a encaminhar para uma ditadura. Pelo meio, Soares fez um ínterim de seis anos — curiosamente coincidente com o consulado de Sócrates — nas suas diatribes. Isto apesar de ter sido o Governo de Sócrates e do PS o autor da proeza de conduzir o Estado português a uma situação de pré-falência, abrindo assim caminho à negociação do memorando com a troika, presentemente em vigor e que coube ao Governo PSD/CDS implementar. Isto apesar de Sócrates ter demonstrado tiques autoritários (especialmente na forma como desprezou a oposição e procurou manietar os órgãos de comunicação social que lhe eram hostis), e de ter estado envolvido numa panóplia de polémicas e de negociatas obscuras, com a sua mais do que duvidosa licenciatura e o caso das “luvas” do Freeport à cabeça.
Num registo nada compaginável com o seu estatuto de ex-Presidente da República, Mário Soares, seja nas crónicas da sua autoria publicadas no Diário de Notícias, seja no âmbito dos congressos das esquerdas que periodicamente tem promovido, a par de críticas duríssimas (e por vezes legítimas) à insensibilidade social e à inépcia do actual Executivo, não se tem coibido de fazer apelos pouco subtis à violência e à sedição, numa gritante (porém não surpreendente) falta de cultura democrática.
A exemplo de outros pseudo-democratas cá do burgo, este nababo do regime saído do 25 de Abril de 1974, do alto da inimputabilidade conferida pelo seu estatuo de “vaca sagrada” da democracia pátria, acredita — e quer fazer acreditar aos incautos — que esta é uma coutada exclusiva da esquerda. Aos olhos de Soares e dos seus sequazes, são “perigosos neoliberais”, “reaccionários” ou “criminosos” todos os que não comungam das suas ideias e ideologia.
Alcandorado pelos seus indefectíveis e por grande parte dos media nacionais ao intocável estatuto de “pai da democracia”, este senhor julga-se senhor da verdade e acima de qualquer crítica. Por conseguinte, entretém-se a fazer de conta que ainda é um paladino da liberdade e da democracia, emitindo um ror de atoardas que, em última análise, fazem dele o campeão da demagogia. Interrogo-me, por exemplo, se Soares seria tão acutilante nas suas críticas e tão drástico nas suas atitudes caso Portugal fosse neste momento governado pelo PS. Interrogo-me se, por exemplo, faltaria às comemorações oficiais do 25 de Abril, a pretexto da ausência de legitimidade dos actuais governantes.
Para o “pai da democracia”, esta termina quando a vontade soberana do povo, expressa nas urnas, dita a derrota do partido que ele ajudou a fundar ou, simplesmente, quando contraria a sua régia vontade. Talvez Soares, fruto da sua vetusta idade e notória senilidade, não se recorde mas os actuais Governo e Presidente da República foram eleitos por via democrática, estando ambos sensivelmente a meio dos respectivos mandatos que lhe foram conferidos pelo povo. O mesmo povo que ele, enquanto primeiro-ministro (de má memória, convenhamos) flagelou desapiedadamente com brutais medidas austeritárias aplicadas no âmbito de um outro programa de assistência financeira internacional, acordado com o mesmíssimo FMI que Soares agora verbera; o mesmo povo que, enquanto Presidente da República, Soares parasitou, tantas foram as viagens inúteis ao estrangeiro que fez durante a década em que ocupou o Palácio de Belém; o mesmo povo que continua de resto a parasitar por via da obscura Fundação Soares, cuja verdadeira finalidade ninguém conhece ao certo, sendo ainda assim generosamente financiada pelos impostos de todos nós.
Pelos motivos acima enunciados e por um extenso rol de outros que me poupo por ora a enumerar, deveria pois Soares demitir-se, de uma vez por todas, do imerecido título de “guardião da democracia”, a qual lhe deve certamente muito menos do que ele gosta de pensar. Já Mário Soares, que não passa de um político (e agitador) profissional deve — e muito — à democracia e ao povo português, sem os quais nunca teria ocupado os cargos de relevo que ocupou. Em vez disso, teria de ter tentado ganhar a vidinha como causídico ou através de qualquer outro ofício. E hoje, na melhor das hipóteses, não passaria de um velho caduco a tartamudear palavras desconexas num qualquer banco de jardim.
Que ninguém se iluda portanto com o ar bonacheirão do “Marocas”, que de fixe nada tem e que, na verdade, quer mais é que o povo se lixe."
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