sexta-feira, 19 de julho de 2013

O Presidente da República nas Ilhas Selvagens


As Ilhas Selvagens são um pequeno arquipélago de Portugal, localizado no Oceano Atlântico. Geograficamente, constituem um sub-arquipélago do arquipélago da Madeira e a fronteira Sul de Portugal. Administrativamente, fazem parte do concelho do Funchal, Região Autónoma da Madeira.
























A chegada do Presidente da República, Cavaco Silva, às ilhas Selvagens, proporcionou-nos esta visão esplendorosa da ilha Selvagem Pequena:


18 Jul, 2013, 14:14


Realçando a importância geo-estratégica daquele sub-arquipélago da Madeira, Cavaco Silva acompanhou na ilha Selvagem Pequena e no mar as missões científicas que aí decorrem, tendo anilhado uma cagarra:


18 Jul, 2013, 20:41


A entrevista concedida à RTP na ilha Selvagem Grande:


18 Jul, 2013, 20:45

Sobre os adversários do compromisso de salvação nacional:

"Os jornalistas sabem, melhor do que eu, que existem adversários deste compromisso de salvação nacional e, sendo os veículos de contacto com a população, podem fazer essa divulgação. Entendo que não devo acrescentar mais nada."

Sobre o que fará se não houver acordo:

"Se eu quisesse o falhanço das negociações, teria anunciado na comunicação ao País no dia 10 de Julho o que faria nessa situação. Mas era um erro que não poderia cometer, seria um erro grave da parte do Presidente da República. Esta é a solução melhor para o País, é esta que está sobre a mesa e é sobre esta que os partidos têm de tomar posição.
Os partidos estão a ter uma atitude extremamente responsável, só posso congratular-me com o comportamento dos partidos. Estão à altura das circunstâncias, estão a discutir de forma correcta, de forma leal, penso eu, cada um com as suas posições, é uma negociação muita complexa, eu não faço parte da negociação mas, se eles fixaram oito dias, é porque pensam que é possível chegar a uma decisão nesse prazo."

Sobre a reformulação governamental que criava o cargo de vice-primeiro-ministro para Paulo Portas:

"Não tomei posição sobre essa hipótese que foi muito referida na comunicação social. Seria um erro tomar posição sobre essa proposta porque poderia conduzir imediatamente a um falhanço das negociações, isto é, poderia impedir que se alcançase aquilo que é, claramente, o melhor para Portugal."

Sobre um governo de iniciativa presidencial:

"É um plano que está totalmente excluído porque, com a revisão constitucional de 1982, os governos deixaram de responder politicamente perante o Presidente da República. Ora se um governo que passa na Assembleia, mesmo partindo da hipótese que passava na Assembleia, não responde perante o Presidente da República e só responde perante a Assembleia da República, então não faz qualquer sentido governos de iniciativa presidencial."

Sobre as críticas ao compromisso de salvação nacional:

"Essas pessoas não fizeram uma análise completa da situação de emergência que o País atravessa. Como os portugueses sabem, pondero muito bem as coisas, não decido de ânimo leve, procuro obter o máximo de informação no País e no estrangeiro, e quando chego a uma solução é porque estou absolutamente convencido que é o melhor para o interesse nacional. Estou convencido e creio que a maioria dos partidos está convencida que esta é a melhor solução para o interesse nacional e a prova disso é que os partidos estão a negociar para tentar chegar à solução que propus."

Sobre a economia do mar, onde "Portugal é um gigante em termos de recursos naturais, mas um anão na forma de os explorar":

"Alguma coisa tem vindo a mudar em Portugal no que se refere aos assuntos do mar. Como Portugal tem uma zona costeira muito longa, cerca de 2000 km, vários municípios dessa zona costeira colocam como uma prioridade a exploração do mar. Por outro lado, em muitas universidades existem centros de investigação voltados para o mar.
Tem sido mais difícil atrair os investidores para o mar e, nesse sentido, têm sido estabelecidos contactos com clusters do mar que existem noutros países, como seja na Noruega e na Finlândia, numa tentativa de atrair empresários estrangeiros para Portugal para ajudar à economia do mar. O governo apresentou uma estratégia para o mar, hoje ouvi uma exposição muito clara e espero que produza resultados.
O mar vai ser um recurso de importância para os diferentes países do mundo durante o séc. XXI e Portugal que tem um mar imenso, a zona económica exclusiva coloca Portugal entre os dez países com maiores recursos marítimos e ainda se pode alargar para a plataforma continental. Nós retiramos apenas 2,5% do PIB de actividades do mar, é muito pouco comparado até com países que quase não têm contacto com o mar.
Temos que nos reencontrar com e mar. Com toda a nossa tradição histórica de ligação ao mar, é surpreendente que não tenhamos transportes marítimos ligando as várias partes do mundo, que a marinha de recreio não tenha maior desenvolvimento. Estamos a ter sucesso no caso dos portos. Podemos fazer mais em termos da energia offshore, já existe alguns projectos que estão a ser testados de eólicas no mar e também alguns testes com a energia das ondas, mas temos muito trabalho a fazer. Por isso não vou perder o entusiasmo chamando a atenção dos portugueses, dos políticos, dos agentes económicos para a importância do mar como uma vertente de desenvolvimento do nosso País."


A subida ao topo da Selvagem Grande foi um caminho difícil. Permitiu, em conversa informal com os jornalistas, uma analogia com a situação do País:


19 Jul, 2013, 13:27


*

Quem realizou a revisão constitucional de 1982? O PSD era liderado por Francisco Balsemão e o PS por Mário Soares. Soares incompatibilizara-se com o então Presidente da República Ramalho Eanes por causa dos governos de cidadãos de reconhecida competência, não filiados em partidos políticos, que este promovera ao aperceber-se que os partidos estavam a favorecer interesses próprios em detrimento dos interesses nacionais. O coveiro de Portugal assegurou-se que o País se tornava numa coutada dos partidos políticos e que, mesmo que fosse imperioso, a Constituição não mais permitiria um governo de iniciativa presidencial.

Cavaco Silva não está isento de culpas sobre a situação económica e financeira actual do País. Além disso, muitas vezes seguiu caminhos tortuosos na gestão das suas finanças familiares, não se distinguindo do comum dos portugueses e esquecendo-se que, pelas funções que desempenhava, deveria ter sido uma referência ética.
Mas temos de elogiar a inteligência política e comportamento de Estado que revelou durante esta visita às Ilhas Selvagens, a fronteira Sul de Portugal. Recorde-se que Espanha tem insistido para que o limite de 200 milhas náuticas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) se faça ignorando as Ilhas Selvagens, que considera ilhéus, enquanto Portugal insiste na sua classificação como ilhas, o que amplia a ZEE portuguesa para 1.727.408 km² colocando Portugal entre os dez países com maiores recursos marítimos.
Ainda podemos alargar a ZEE se for aceite a proposta de alargamento da plataforma, entregue na Comissão de Limites da Plataforma Continental da ONU:





A opinião dos outros:

GATUNOS 18 Julho 2013 - 20:49
Esta múmia está é a querer sacudir a água do capote pois é um dos maiores responsáveis deste regime que tem posto Portugal em bancarrotas. Estes partidos políticos paridos no 25 de Abril são 100% culpados por terem arruinado Portugal e terem assassinado a independência e soberania de Portugal.

fmelosousa 10:13
Os partidos são o espelho do povinho que temos. Se temos maus líderes, é porque temos maus eleitores. Em Portugal, quando se diz a verdade, a populaça vai à rua berrar por prestações sociais e cantar grândolas. Está tudo em negação. Não aprendem, e o país continua em decadência.

jcemp 11:12
Caso não saibam, as Ilhas Selvagens têm sido objecto de pretensões soberanas por parte de Espanha. Esta viagem, que pode ter custado 160.000 euros, mais não é do que uma manifestação de soberania de Portugal sobre aquelas. Com isto, temos a maior ZEE dos países da zona euro o que pode trazer benefícios muito superiores aos 160.000 gastos.
Muitos comentadores políticos têm de começar a pensar outside the box e não dizer disparates para captar público pouco informado e que não se preocupa em informar-se.


Sem comentários:

Enviar um comentário