sábado, 23 de março de 2013

O diabo veste Armani


O Negócios é um jornal posicionado na área socialista que procura dar uma informação económica e financeira isenta. Tem produzido infografias sobre vários temas — Eleições, Anatomia do apoio financeiro a Portugal, Sobrecustos da política energética, Poder de compra nos municípios, ... — muitas das quais republicámos, com a devida vénia, neste blogue. Também muitos artigos do seu director, subdirectora, jornalistas e articulistas foram aqui reproduzidos.

Mas “A paixão de Sócrates” não é um artigo isento. É um panegírico ao indivíduo que deu despachos prejudiciais a zonas ambientais protegidas — caso Freeport —, nomeou gestores para empresas públicas que alinharam em negociatas ruinosas — processo Face Oculta —, despejou computadores sobre a sociedade portuguesa muitos dos quais foram parar à prateleira, outros ao caixote do lixo, atirou para as escolas quadros interactivos que são usados como ecrãs de projecção, assaltou um banco, o BCP, colocando-o nas mãos de correligionários, que agora teve de ser capitalizado com dinheiro do empréstimo concedido pela troika e nacionalizou outro, o BPN, um pequeno banco falido com imparidades de 600 milhões, em 2008, que acabou por custar 3000 milhões aos contribuintes em 2011.
É um louvor a quem assinou os contratos com os produtores de energia que vão tornar dolorosa a factura da EDP nos próximos anos, fez as Parcerias Público-Privadas cujas rendas vão pesar, a partir deste ano de 2013, nos parcos orçamentos familiares, contraiu empréstimos com taxas de juro de 6,7% num País sem crescimento económico, duplicou a dívida pública em seis anos e que desviou, através da mãe e de um tio materno, centenas de milhões de euros para offshores à custa dos quais leva uma vida de luxo em Paris há quase dois anos.

Só o acordo de cavalheiros que existe entre PS e PSD e impede de prender ministros, secretários de Estado ou líderes parlamentares desses partidos que cometerem crimes, como Isaltino de Morais, Dias Loureiro, Duarte Lima, Oliveira e Costa, Armando Vara, José Sócrates, ... , pode permitir que este último, o primeiro-ministro que mais mentiu e endividou este país, se encontre em liberdade.

Passos Coelho também mentiu sobre os cortes salariais para chegar ao poder? Claro que mentiu! Sem mentir ninguém ganha eleições num País analfabeto funcional, com 300 mil diplomados nas “Novas Oportunidades” e com licenciaturas compradas em universidades privadas.
Alguém acredita que o líder do PS que for a eleições em 2015 — seja Seguro, António Costa ou outro — vai ganhar eleições sem mentir?
A questão é a responsabilidade de Sócrates no endividamento com altas taxas de juro e na assinatura de contratos ruinosos para o Estado.

Um populista vaidoso, coleccionador de fatos Armani, que tem seguidores apesar de ter arrastado o País para uma situação de bancarrota, é um colosso na opinião do director do Negócios. Confrontemos datas:

"Fundada em 1995, a Cofina é uma das principais empresas de media portuguesas.
Actualmente a empresa detém um portfolio de 5 jornais e 9 revistas em Portugal, sendo caracterizada pelo crescimento sustentado da rentabilidade, quer por via orgânica, quer através de aquisições.
"

Guterres chegou ao poder em 1995 e, com um pequeno interregno, os socialistas mantiveram-se no poder durante 12 anos. E Sócrates favoreceu a comunicação social pois, sendo um indivíduo com uma reduzida preparação económico-financeira, só podia ganhar eleições graças à propaganda dos media.
Compreendemos a gratidão de um novo grupo da comunicação social que nasceu e cresceu à sombra do socialismo. Mesmo assim, este artigo é indesculpável e desacredita o Negócios.

Hitler teve o povo do seu lado e deixou a Alemanha em ruínas. Mas os alemães aprenderam a lição.
Mussolini criou um sonho que entusiasmou os italianos e deixou a Itália na miséria. O resultado das recentes eleições que deram o segundo lugar a um depravado Berlusconi, que criou um império da televisão explorando a ignorância e a amoralidade de uma população a quem vendeu programas de baixo nível cultural, evidencia que os italianos não aprenderam a lição.
Serão os portugueses como os italianos ou como os alemães? Mais de 200 reacções ao artigo são uma resposta inequívoca. Registamos algumas:


Trazanda
22 Março 2013
A usar paquistaneses para compor cenários, Luíses para lhe ajeitarem o cabelo, cenários de fundo pagos a peso de ouro e por aí fora, é natural que tivesse ficado como colosso! Esse colosso estamos todos nós a pagar com língua de palmo!

VLAD TEPES
22 Março 2013
Colosso? Já andas a beijar o ku à criatura para te encaixarem num pseudo governo súcia? Sócrates esteve metido em tudo o que foi trafulhice: Freeport, Face Oculta, PPP, ... Deixou o país falido, sem futuro e com uma dívida mastodôntica. Tem mais de 200 milhões em contas offshore.

Colosso e carismático?
22 Março 2013
Caro Pedro, você chama ao Pinócrates colosso e carismático, como se este regresso tivesse sido por sua iniciativa e mérito.
É difícil acreditar que você, uma pessoa tão bem informada, muito melhor do que qualquer dos leitores do Negócios, não esteja a ver mais este expediente baixo do inefável Relvas. Será que é tão difícil “ver” que o Relvas, na sua sagacidade pulha, que lhe é tão peculiar, mais não procurou do que instrumentalizar o ódio — não é exagerada a palavra — e o ressentimento que o ex-PM desperta na maioria dos Portugueses para imaginar uma estratégica mudança de alvo dos fortes ataques de que o Governo estava a ser o destinatário, para o novo alvo, o Pinócrates?
Poder-se-á perguntar se o ex-PM ganhará alguma coisa com esse sacrifício. Ganha, porque irá tentar, uma vez mais, enganar os Portugueses com as suas patranhas — não todos, acrescente-se — e branquear a sua imagem. Eu disse que irá tentar. Não disse que irá conseguir, porque este povo, apesar de ter sido metaforizado por Rafael Bordalo Pinheiro, entre outras gravuras soberbas, num burro com albarda, suportando em cima de si todos a choldra de parasitas do país, desde o rei a fidalgos falidos e por um clero tresandando a estearina, apesar disso, parece estar a passar, actualmente, por uma fase de abertura das suas mentes e mais liberto do temor e hipocrisia católicos. Nestes termos, não se antevê que o descanso para o escroque do Pinócrates seja muito.

Se as lideranças políticas fossem fortes
22 Março 2013
Na mentalidade fascista de alguns Portugueses nenhum líder político é forte para ser líder!
Líder de quê? Da escumalha partidária que saqueia Portugal? Fortes ou fracos os bandidos incompetentes lá ganharam os congressos do partido, com ou sem maioria lá ganharam as eleições, e com ou sem intenção lá conseguiram enterrar Portugal neste pântano Europeu. Portugal não precisa de líderes (como dizia o Vasco ... chapéus há muitos, seu palerma), Portugal precisa de bons estrategas, que consigam planear a economia Portuguesa a longo prazo.
Long-term economy planning, sim, o antigo regime fazia isso:
  • reduzir a dívida externa
  • diminuir as importações produzindo em Portugal
  • modernizar os transportes em Portugal (estradas, metro, ponte sobre o Tejo)
  • reduzir o analfabetismo (eu estudei em uma escola primária construída no tempo do Salazar)
  • produção de energia eléctrica construindo muitas barragens
  • instalar gás canalizado na grande Lisboa
  • construir centrais nucleares (reactor de Sacavém foi o primeiro passo)
  • criar escolas e universidades para ensinar electrónica (Universidade de Aveiro, Escolas Industriais Fonseca Benevides e Machado de Castro) para cativar investimento estrangeiro nessa área (Seagate, Texas Instruments, Timex, Standard Eléctrica, Philips, Grundig, etc.)
  • a expansão do porto de Leixões
  • construção do complexo de Sines
  • fábricas de armamento e manutenção de aeronaves (Braço de prata, OGMA).
Pedro, não sabe o bom que é ser velhote, ter visto um Portugal pujante e dinâmico, com uma população com confiança no futuro, ver famílias com 5, 10, 20 filhos e nenhum passava fome (mas eram pobres porque não tinham smart phones), filhos que faziam a quarta classe ou o nono ano em liceus e iam trabalhar, com muitos jovens a trabalhar e estudar de noite em escolas técnicas, e muitos que não gostavam, ou não podiam estudar, e emigravam para França, EUA, Alemanha e passados dois ou três anos vinham cheios de dinheiro para construir bonitas vivendas na sua terra natal e traziam moeda forte para melhorar a economia de Portugal. A maioria desses emigrantes recebe reformas do estrangeiro e continua a injectar divisas nas economia de Portugal.
Agora Portugal está moribundo e não tem qualquer interesse estratégico para investir, porque depois do 25 de Abril de 74, a escumalha política do PS, PSD e CDS-PP começou a destruir as tradições que tínhamos e Portugal perdeu o rumo. Acabaram com o benchmarking das Universidades quando deixaram criar demasiadas universidades privadas. O sector privado e o Estado abandonaram a ciência e a tecnologia e a juventude fugiu de cursos científicos tirados na Academia militar, na Universidade de Coimbra, na Universidade Técnica de Lisboa e na Universidade do Porto para estudar em áreas de parasitagem social — direito, economia, relações internacionais, ...
Na minha juventude quando decidi ir para a universidade, as médias para entrar nas públicas eram: Medicina perto de 20 valores, engenharias acima dos 14, letras 11, e economia 10! Nos anos 90 (no tempo do Cavaco) as médias para entrar em economia dispararam para perto dos 20 porque Portugal deixou de produzir e poupar, para gastar e endividar-se, e eram necessários muitos economistas para gerirem a nossa terceira bancarrota.
Sim, foram precisos muitos economistas para gerir as dezenas de bancos privados que se criaram, mas foi triste ver esses bancos a falir, e os contribuintes terem que os salvar. Foi triste ver a Fabrica Braço de Prata ser encerrada para construir a Expo98 (e ver a austríaca Glock a tornar-se a empresa líder mundial no fabrico de armas ligeiras), foi triste ver as OGMA a morrer (e ver a brasileira Embraer tornar-se em líder mundial em aeronáutica), foi triste ver a CASAL falir porque tinha motociclos muito melhores que a Piaggio (e ver agora a Piaggio produzir as famosas Aprilia), foi triste ver os maiores e melhores estaleiros navais da Europa — Lisnave e Setenave — desaparecerem (e ver a Noruega a florescer nessa área e tornar-se líder mundial em plataformas para extracção de petróleo).
Coisas que gostei de ver depois do 25 de Abril: gostei de ver o projecto da barragem do Alqueva ser implementado, de Portugal ter construído ETAR’s e aterros sanitários, gostei de ver Portugal como grande produtor de energia eléctrica verde (no oceano, geotérmica, barragens, eólicas, etc), gostei de ver o FCP a ganhar fama mundial como o Benfica o fez nos anos 60, gostei de ver empresas de I&D criadas por spin-offs das universidades públicas (software, micro-electrónica, comunicações ópticas, etc.).
Sim, o Sócrates endividou muito Portugal, mas ao menos tinha menos desemprego, e também nos deixou infra-estruturas úteis. Na minha opinião, de todos os primeiros ministros que governaram Portugal depois do 25 de Abril, o Sócrates foi o melhor. Não pensem que sou xuxa! Eu faço parte do 40% do eleitorado (abstenção) que não gosta das soluções PS/PSD/PP, emigrei para Inglaterra e nunca beneficiei de qualquer benesse do PS ou PSD. Gostem ou não, esta é a minha opinião. Agora que vivo e trabalho neste bonito, mas muito chuvoso país, gosto de comparar o pessoal que aqui vive (um povo que nunca teve ditadores) com os Portugueses, para melhor compreender por que Portugal tem imensos problemas. Vejo agora que os Portugueses gostam de soluções fáceis e que os bodes expiatórios funcionam na perfeição para se limparem de todas as culpas.
Bodes expiatórios? Sim, no meu último emprego em Portugal vi isso: tínhamos as vendas a cair e o patrão mudou de chefes no departamento comercial tentando culpabilizar os seus subordinados. Mas as vendas continuaram a cair e ele teve que despedir metade dos seus empregados e eu emigrei antes disso. A culpa não é toda do governo anterior, lembrem-se que o Sócrates não foi o responsável pela falência da Islândia, da Irlanda, da Grécia, do Chipre. Lembrem-se que os EUA, Andorra, Inglaterra têm dívidas gigantes e que os chineses andam a comprar ouro feitos malucos! Este capitalismo anda muito doente, a globalização é um desafio único na nossa história e dizer que o Sócrates é o nosso Hitler é enterrar a cabeça na areia. O Sócrates era um apaixonado por Portugal e teve um percurso muito parecido com o Hitler, que fez muitas coisas boas mas governou muito mal!

Tozé
22 Março 2013
Um colosso de 200 mil milhões de dívida e um carisma criado por pseudo jornalistas e afins...

Anónimo
22 Março 2013
Continua a glorificação do bandido. Como é possível a comunicação social continuar a preparar o terreno para o regresso do criminoso ao lugar do crime? Ao longo de 6 anos tiveram, como nunca, n oportunidades para jornalismo de investigação a sério, tantas foram as trafulhices e patifarias. O que se viu? Nem uma.
Enquanto lhe quiserem dar palco, o homem aproveita, mas o povo não é parvo nem esquecido. Pior que a comunicação social, só a justiça que branqueou todas as piratarias.
Deviam era remetê-lo ao esquecimento. E não venham com a questão do pluralismo de opiniões. Em termos públicos, tem de haver um mínimo de padrões morais para as pessoas emitirem opinião. Porque não abrir o palco a pedófilos, barões da droga, chefes de gangs ou genocidas? É como o comentário do Sr. David Dinis a dizer que o Sócrates é o político mais completo que conheceu — viu poucos grandes políticos como Churchill, Adenauer, De Gaulle. Só se for o mais completo em corrupção, aldrabice, irrealismo e irresponsabilidade, virtudes próprias dessa classe (nem todos).

Manuel Pinto
22 Março 2013
Podemos chamar-lhe tudo, até paixão, porém a governação destes últimos 40 anos de "gloriosos democratas" atirou um país que vivia de cabeça levantada, para um pântano, de onde não sabemos sair. O último líder, que nos empurrou mais para o fundo, está a chegar para, com a protecção de um canal público de televisão e a coberto da tal pluralidade, dar-nos lições de como se governa, mesmo não conseguindo passar a imagem de sabedor e sério. O país EM ESTADO crítico, insiste na PALHAÇADA. Tem à frente do canal público de televisão um director de programas que só pode ser uma anedota. Os seus superiores são farinha do mesmo saco.

Anónimo
22 Março 2013
Não sei se lhe chamaria colosso, mas certamente é um fenómeno a estudar. A petição on-line para evitar que vá para a RTP conseguiu a proeza de gerar 100.000 assinaturas em cerca de 24 horas. Parece-me algo inédito em Portugal. Isso não é notícia?

Anónimo
22 Março 2013
Um colosso também para o JdN que recebia publicidade desproporcionada de certos grupos a troco de "boa imprensa" ao governo. Estes grupos por sua vez acertavam as contas entre amigos nas PPP´s. País de retardados. Vão passar fome.

Cidadão independente
22 Março 2013
Gente sem carácter. Gente sem um pingo de vergonha. Gente oportunista. Foi isto que nos legou a nossa querida democracia. Falência financeira e económica e falência de valores, foi a que o país chegou. Os mais fracos à mercê dos poderosos. Os novos homens fortes da TV paga por nós, não têm mais imaginação do que recrutar um homem que é um dos principais coveiros do país?

Os Portugueses clamam por Justiça
22 Março 2013
A toada geral dos comentários aqui deixados é de repulsa, indignação e nojo pela vinda deste escroque corrupto. Porém, não se fala, não se reivindica, como devíamos, até porque a opinião pública tem um peso que não é possível descartar, não se exige da parte da Procuradoria-Geral da República (que para isso é paga pelos contribuintes) que cite este canalha a tribunal para responder por todos os seus crimes — e são vários e de grande monta —, a fim de que seja punido e — NÃO ESQUECENDO — que seja obrigado a devolver tudo o que roubou (diz-se que só em paraísos fiscais tem 200 milhões de euros), assim como os prejuízos colossais que provocou no erário público (o dinheiro dos contribuintes) com as negociatas sórdidas, nomeadamente as Parcerias Público-Privadas, em que o Estado (o nosso bolso) foi sempre prejudicado e as grandes construtoras foram as beneficiadas, designadamente a Mota Engil gerida pelo seu comparsa de partido, Jorge Coelho.
A Procuradoria-geral da República não pode eximir-se a cumprir a sua missão de punir os grandes crimes de colarinho branco em que este senhor José Sócrates foi personagem habitual. A par da agilização de outros processos já constituídos em que este cavalheiro é igualmente das principais personagens, como seja o Processo Freeport e o Face Oculta.

Anónimo
22 Março 2013
Como já algumas pessoas referiram, Sócrates nunca iria para comentador na RTP sem a autorização ou concordância do governo.
E o que vai fazer em 25 minutos? Seguramente não se vai defender, nem se justificar, vai fazer comentário político, numa altura em que o governo já sabe que não vai durar muito.
E o que vai dizer? Vai falar da Europa, da falta de rumo da Europa, blá, blá, blá. Não ataca o governo (porque apanhava de volta), não vai falar do passado (porque seria criticado todos as semanas) e abafa o líder Seguro mostrando um discurso mais forte e incisivo.
Objectivo disto tudo? Tentar desestabilizar a liderança de Seguro (depois da tentativa falhada com António Costa), para criar condições que outro líder apareça no PS, dentro da linha dos interesses onde está o governo e uma parte do PS, tudo a bem das corporações que realmente governam o país. Seguro é um não alinhado e não interessa que chegue ao governo (e não estou a dizer que Seguro é bom líder porque não é).

Barrosão
22 Março 2013
Não é ele que é um colosso, são os Portugueses que ainda não são, na sua maioria, Cidadãos de corpo inteiro, nem esta democracia uma Democracia de Cidadãos. Caso contrário o senhor estaria a responder num qualquer tribunal ou teria vergonha na cara.

Juros
22 Março 2013
Enquanto o colosso esbanjou dinheiro pelo país, ninguém se queixou, todos meteram ao bolso o máximo que conseguiram. Agora estamos a pagar e com juros!

apgfsilva
22 Março 2013
Ou o homem é um colosso ou o povo é uma mer...da. Chifres mansos! Só alguém que sabe que a manada não é de gado bravio é que pode ter estes laivos de inconsciência e achar normal! Senhor jornalista, desculpe mas não sabia que ‘carismático’ era sinónimo de ‘aldrabão’.

Anónimo
22 Março 2013
O CRIMINOSO VOLTA SEMPRE AO LUGAR DO CRIME.

Carlos1908
22 Março 2013
Náuseas Portuguesas
Isto faz-me lembrar (para além da náusea inevitável) aquela máxima do mercado de capitais segundo a qual é muito mais fácil investir num dado título do que, posteriormente, vendê-lo. E isto quer o negócio se tenha revelado proveitoso ou, pelo contrário, ruinoso. Se proveitoso, o investidor apaixona-se pelo título e pelo conforto que ele lhe deu; se ruinoso, o investidor recusa-se a aceitar a realidade e insiste no erro até ser tarde de mais.
Mas vem isto a propósito do Sócrates: ora os portugueses investiram nesse perigoso ignorante (perigoso, porque inteligente) e respectiva comandita — que em 6 anos nos desbaratou dezenas de milhar de milhões — essencialmente por três ordens de razões:
  • estupidez, ignorância ou dogmatismo;
  • protecção dos seus mesquinhos interesses de capelinha;
  • pura e simples fuga à realidade, com o correspondente adiamento do inevitável e doloroso choque com a mesma.
As razões do investimento popular no camarada Sócrates são hoje ainda mais prementes: o que o povo quer, tal como o investidor falido e em desespero, é uma solução milagrosa que só vendedores de banha-da-cobra, como Passos ou Sócrates, poderão ilusoriamente criar.
Parece-me por demais evidente que os poderes instalados em Portugal se preparam sofregamente para insistir nos mesmíssimos erros: veja-se a solução milagrosa do novo terminal de contentores de Lisboa. É de bradar aos céus a insistência doentia nos mesmos esquemas de obras públicas primárias que, procurando soluções e impactos a curto prazo, nos atiram inexoravelmente para as profundezas do abismo de dívida, da baixa organização e produtividade, do empobrecimento material e, por fim, da mais completa miséria moral.
Os portugueses são, hoje, investidores políticos falidos e desesperados que continuam a recusar assumir os seus erros. Não admira, portanto, que acolham de braços abertos os seus algozes.
Há, no entanto, um pequeno pormenor que complica tudo: acabou-se o dinheiro dos outros, o facilitismo do empréstimo e a ilusão da dívida.

Gil M.
22 Março 2013
Sou um defensor acérrimo destas entrevistas. Finalmente, vamos ter explicações cabais de como se pagaram as luvas no Freeport, em que offshore estão os quase 400 milhões de euros dos seus familiares, assim como a sua proveniência, e como é que no seu certificado universitário aparece um número de telefone começado em "22" vários anos antes de haver esse indicativo.

Manuel Lopes
22 Março 2013
Pois é, um colosso com pés de barro. Costuma dizer-se que entre cegos quem tem um olho é rei. Bastaria que, em Belém, em S. Bento e pelo país fora, todos tivessem também pelo menos um olho! Bastaria, para que nunca vingassem entre nós pessoas cheias de nada, vazios por dentro como esse tal Sócrates que, impunemente, arrastou o País para a situação em que se encontra.

COCAS
22 Março 2013
Qualquer País, precisa (sempre) de POLÍTICOS e não de politiqueiros. Sócrates é um desses POLÍTICOS que aparece (infelizmente) de muitos, em muitos anos. Se dúvidas houvesse, bastou poucos meses para vermos com quem estávamos metidos em termos políticos, financeiros e morais.
Os homens medem-se pelas suas acções diárias, pela coragem em enfrentar os problemas e sobretudo pelo discernimento com que resolvem os problemas, que se lhe vão deparando. Sócrates tem essa virtude. Comete erros? Claro que os comete! A maneira como os resolve é que o distingue desta gentalha que se apoderou do poder cobardemente. Poder-se-á perguntar para quê? A resposta é dada diariamente pelos descalabros em que meteram o País e os portugueses.

O que nos distingue dos irracionais é a inteligência
22 Março 2013
Caro COCAS, abre os olhos e acorda, amigo. Lamentavelmente, tu és um daqueles que personificam e foram o modelo em que se inspirou o portentoso Rafael Bordalo Pinheiro para a genial “charge” em que ele desenha, numa gravura, o Zé Povinho com uma albarda sobre as costas, simulando um burro, e suportando todo o bando, toda a corja de oportunistas corruptos, desde o próprio rei, passando pelos parasitas fidalgos falidos, cheios de dívidas, que não abdicam da sua prosápia vazia, acabando no clero católico "perfumado" a estearina e a hipocrisia, assim como no corpo de juízes igualmente corrupto e venal.
Acorda, amigo! Estás enganado, quanto a este escroque que se chama Pinócrates, que mais não passa de um arrivista demagogo, desonesto, que lesou o erário público, pelo que todos estamos a pagar, sendo que certamente também estás. Um Pinócrates que terá de responder em tribunal e ser condenado criminalmente, além de ter de devolver ao Estado (aos contribuintes) tudo quanto roubou e proporcionou roubar, designadamente nas sórdidas negociatas das Parcerias Público-Privadas — se é que neste país existe, de facto, Procuradoria-geral da República (mantida pelos contribuintes, não se esqueça). ACORDA, AMIGO!

PM
22 Março 2013
Chamemos as coisas pelos nomes: temos falta de grandes Estadistas, alguém com coragem, descomprometido, capaz de olhar para um futuro distante e não apenas para as próximas eleições, capaz de fazer o que tem que ser feito, com consciência, sem estar preso a favores políticos. Se esse Estadista não aparece (e não deverá ser um ditador), estaremos condenados a uma longa escuridão.
Precisamos de um destino para seguir, precisamos de justiça e bom senso. Precisamos de uma cura de desintoxicação de bancos, de PPPs, de aproveitamentos políticos, de erros contínuos. Precisamos de parar e ouvir a nossa consciência individual e colectiva, caso contrário vamos parar mesmo, mas na bancarrota.

Nuno Pequito
22 Março 2013
Paixões à parte, quer Sócrates esclarecer como é que conseguiu subir a dívida pública de 62% para 108% do PIB, entre 2005 e 2011, e arruinar as finanças do País?
Teve muitas oportunidades de explicar enquanto esteve em Paris. Sócrates é um dos CAMPEÕES mundiais da dívida e da ruína das finanças públicas. Não podemos ser carrinhos a pilhas que só sabem andar às voltas e chocar contra duas paredes, a do PS e a do PSD, com a muleta CDS a ajudar. Foi o PS que deixou o País na bancarrota financeira e abriu caminho para este governo que nos leva à bancarrota económica.
Chega de maçons, chega de Sócrates, chega de asneiras. A única coisa de que temos medo é que o Povo Português, que traçou caminhos novos, que deu novos mundos ao mundo durante toda a sua vida, agora que efectivamente precisa de o fazer esteja tão estupidificado e mole que não saiba fazê-lo, que não saiba criar alternativas ao PS, PSD, CDS, PCP e BE.
Se Sócrates quiser ainda explicar alguma coisa, compre tempo de antena numa das empresas privadas de televisão, não estamos para pagar esta porcaria com o nosso dinheiro. Isto não passa de parte de um plano da ala socrática do PS para vir novamente à tona.

Anónimo
22 Março 2013
Eu propunha que a primeira entrevista ao colosso Sócrates fosse conduzida por político com responsabilidades na televisão pública, não tão colossal como aquele, mas igualmente de elevado nível intelectual: o estimável académico Miguel Relvas.

Miguel Ribeiro e Silva
23 Março 2013 02:04
Muito bem observado, muito bem escrito. No momento em que o País precisava absolutamente de encontrar alguma consensualidade para evitar o abismo, o regresso de Sócrates à ribalta é uma tragédia. É o último prego no caixão.

Anónimo
23 Março 2013 10:52
Portugal é um país de eleitores desmiolados, olham para os líderes partidários e para os partidos como olham para os clubes de futebol, com a mesma paixão, o que lhes interessa é que o seu partido ganhe eleições e haja uns empregos, não lhes interessa se tem gente competente e honesta para gerir os destinos do país e o bem estar dos cidadãos.
O editorialista também acha que o homem que mais contribuiu para a bancarrota de Portugal, é o máximo como político. Na maior parte dos países, Sócrates certamente teria de justificar num tribunal o esbanjamento e delapidação dos nossos impostos presentes e futuros, mas nós não estamos na Islândia e é pena.

Anónimo
23 Março 2013 11:28
Discordo totalmente com esta opinião! O homem é de facto muito carismático, sem dúvida! Mas líder, não!
Líder é ter a capacidade, não de ser consensual, mas de unir e não dividir. É primar pelo exemplo e não ser o exemplo de um falhanço completo. É ser capaz de mobilizar em torno de um objectivo comum e não ser o expoente máximo do caminho que não se quer seguir. De facto Sócrates desperta ódios e paixões, não como um líder mas como um chefe, alguém que está no topo de uma hierarquia.
Sócrates só tem espaço porque, de facto, há falta de liderança na oposição. Mas o problema é que o ódio a Sócrates é maior que a adoração. E neste momento Sócrates representa o passado, o falhanço de um regime, de políticas erradas, de despesismo e demagogia. Saiba o poder vigente aproveitar isso e Sócrates cairá do alto da sua arrogância às mãos do povo!

Victor Duarte
23 Março 2013 11:49
Este "menino" Pedro Santos Guerreiro é o retrato e (mau) exemplo vivo da comunicação social em Portugal. O "menino" preocupa-se, e muito, com tudo o que envolve NÚMEROS (dinheiro, audiências e shows). Do resto, que é o mais importante, as PESSOAS, nada!
Aqui vai um poema dedicado a este "menino" e a outros tais como ele:

Ligo a rádio, a televisão, leio os jornais
e todos os dias, me aparecem os tais...
Eles são comentadores ou jornalistas, redactores, analistas
e economistas bem-falantes, educados e garbosos
só falam de números e mais números
são homens e mulheres muito talentosos.
Mas essa habilidade não nos acrescenta um vintém,
deviam-na usar para ajudar alguém.
Falam, debatem e discutem as previsões
apresentando números de milhares de milhões.
O IMI, o IRS e o IRC são estudados e debatidos,
usam termos e palavras para ficarmos desentendidos.
Argumentam como vai ficar a inflação,
questionam se vai, ou não, haver contracção,
refutam que se deva fazer renegociação.
Os credores riem... Mas o POVO NÃO!
Estou cansado da lengalenga,
não quero saber se estas coisas são más ou boas.
Faço apenas uma pergunta: E as PESSOAS? E as PESSOAS?

Anónimo
23 Março 2013 11:50
Foi Sócrates que abriu a porta à troika, logo colocou o país nas mãos de estrangeiros, por motivo de, no seu próprio reinado, na altura com a cumplicidade da maioria de esquerda na AR, a dívida portuguesa ter duplicado.
Como poderá Sócrates explicar o dinheiro que enterrou no BPN, por exemplo? O contribuinte não pagava, lembram-se? O Problema da UE são as dívidas soberanas, é o que vai ficar para a história. O desemprego é a consequência. Quem entender que a causa do problema é a dívida, não o desemprego, não acreditará em Sócrates. Mais fácil distribuir do que cortar.
Ora em tempos de vacas magras, sem margem para estoirar a "massa", aparecerem os políticos tipo "pai natal", dá para desconfiar! Vem aí melhores dias, a prova são os mercados, com os juros da dívida soberana em tendência de baixa, no fundo, são os mercados a anteciparem melhores dias. Sócrates e a máquina PS não entrariam num barco a afundar-se, por tradição fogem como Guterres e o próprio Sócrates indo para Paris... Vêm aí melhores dias, aposto!

Anónimo
23 Março 2013 12:18
Sócrates foi igualzinho a Soares, tiveram tudo para ser brilhantes mas não quiseram. São carismáticos, trouxeram novas formas ao seu tempo de fazer política dizendo às pessoas, não o que eles pensam, mas o que elas querem ouvir, usando as alianças a seu prazer e abusando das mentiras para ganhar votos, o problema do dois foi o mesmo: a meio esqueceram-se de governar o país! Por isso vai acontecer com Sócrates o que aconteceu com Soares, de derrota em derrota até ao descrédito total! O que a vaidade trás, a vaidade leva!

Anónimo
23 Março 2013 19:13
Com muita dose de imaginação até poderei estar de acordo. Sem isso não consigo vislumbrar no engenheiro Sócrates nada do que é referido. Devo ter andado muito distraído estes anos todos.
Num pormenor estou de acordo, este mito Sócrates só existe porque há falta de pessoas de referência na política portuguesa, caso contrário este senhor já estaria no anonimato há muito tempo. Mesmo assim só com a ajuda dos boys do jornalismo é que poderá fazer cócegas a alguém.
De uma vez por todas, se os portugueses querem fazer alguma coisa do país, têm que acabar com os chico-espertos que andam por aí à solta, tanto na política como no jornalismo, o resto irá a reboque. Estou farto de ouvir os fazedores de ideias baratas. Todos são muito inteligentes quando não estão no poleiro, vão para lá ficam bloqueados e é ver quem faz mais asneiras. Triste de um país que só de sentir o respirar do engenheiro(?) já estremece.

Manel
23 Março 2013
Pessoalmente, nada tenho contra Sócrates. Como Alexandre Soares dos Santos disse, é muito inteligente, é convincente na forma como contacta, é mentiroso, é desonesto e é, acrescento eu, um político na má acepção da palavra.
Este texto poderia ser escrito por toda a gente, mas nunca por um economista, director de um jornal económico. Podia aparecer na Caras, no Expresso, na Visão, no Crime, mas neste jornal dá uma péssima imagem do rigor de um director. Tenho a certeza que o director do Economist nunca escreveria o que o director deste jornal escreveu sobre um homem que mentiu e afundou descaradamente o país. O futuro mostrará quem tem razão, Seguro à parte.


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