segunda-feira, 14 de julho de 2014

Os resultados dos exames nacionais 2014


Actualização: resultados de 2015 aqui.

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Os quadros seguintes apresentam as médias obtidas nos exames nacionais de 2014, bem como do ano anterior, e foram elaborados a partir da informação divulgada pelo Júri Nacional de Exames.
Remetemos os encarregados de educação que desejam conhecer os resultados dos seus educandos para o sítio na Internet do respectivo agrupamento de escolas/escola não agrupada.

Começamos pelos resultados dos exames nacionais do Ensino Básico - 3º ciclo, hoje divulgados pelo Júri Nacional de Exames (JNE):




O quadro seguinte foi elaborado a partir dos resultados dos exames do Ensino Secundário - 1ª Fase divulgados em 11 de Julho:



O leitor pode consultar os enunciados e os critérios de classificação dos exames nacionais de 2014 aqui.

O Júri Nacional de Exames (JNE) divulgou também dois estudos sobre a distribuição das classificações dos exames:

Aqueles quadros apresentam as classificações médias dos exames realizados pelos alunos internos, ou seja, os que frequentam as aulas durante o ano lectivo inteiro e obtêm aproveitamento para ir a exame.
Mas há alguns alunos que anulam a matrícula por terem baixo aproveitamento, ou frequentam cursos profissionais, ou estudam por sua conta e risco. Todos estes alunos são externos ao sistema de ensino e autopropõem-se a exame. Este facto aumenta a importância dos estudos divulgados para o ensino secundário porque podemos comparar os resultados dos examinandos internos e externos.

Do comunicado de hoje do Ministério da Educação e Ciência, ainda destacamos as seguintes informações:
Na 1.ª chamada das provas finais do 3.º ciclo de 2014, a qual é obrigatória para todos os alunos, foram realizadas 195 596 provas, referentes às disciplinas de Português (91), de Matemática (92) e de Português Língua Não Materna (93 e 94). Salienta-se uma diminuição significativa da taxa de reprovação das disciplinas de Português e de Matemática em, respetivamente, 3 e 4 pontos percentuais, relativamente ao ano transacto.

A média das classificações da 1.ª chamada das provas finais de ciclo dos alunos internos é, na disciplina de Português, de 56% (desvio padrão de 16) e, na disciplina de Matemática, de 53% (desvio padrão de 23), sendo ambos os resultados superiores ao ponto de corte de aprovação dos 50%.

Em termos gerais, estas classificações evidenciam uma subida significativa em comparação com os resultados do ano anterior, observando-se uma variação de 7 e 9 pontos percentuais, respetivamente, nas provas de Português (91) e de Matemática (92).

Na prova de Português (91), observou-se que 69% dos alunos obtiveram uma classificação igual ou superior a 50%, sendo que 53% dos alunos obtiveram classificação igual ou superior a 50% na prova de Matemática (92).

No processo de classificação das provas finais do 3.º ciclo estiveram envolvidos 5154 professores classificadores do 3.º ciclo do ensino básico, cujo trabalho contribuiu para o cumprimento dos prazos previstos para a afixação das pautas.

Na totalidade das provas finais do 3.º ciclo do ensino básico estiveram ainda envolvidos cerca de 10 000 docentes vigilantes e pertencentes aos secretariados de exames das escolas, cujo papel e desempenho foi fundamental para que a 1.ª chamada tenha decorrido sem problemas de maior e um baixo número de ocorrências graves.

As provas finais do 3.º ciclo foram realizadas em 1259 escolas localizadas em Portugal continental, nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, e nas escolas no estrangeiro com currículo português.

Do comunicado de 11 de Julho do Ministério da Educação e Ciência, destacámos as seguintes informações:
Os exames finais nacionais do ensino secundário foram realizados em 644 escolas em Portugal Continental e nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, bem como nas escolas no estrangeiro com currículo português.

Nesta 1.ª fase dos exames finais nacionais, obrigatória para todos os alunos, foram registadas 350 543 inscrições, tendo sido realizadas 321 955 provas, o que corresponde a cerca de 92% das inscrições.

Entre as 23 disciplinas sujeitas a exame nacional, a que registou um maior número de provas realizadas foi a de Português (639), com 70 953 provas, logo seguida pela de Biologia e Geologia (702), com 51 953 provas e de Física e Química A (635), com 50 863 provas.

No processo de classificação das provas estiveram envolvidos cerca de 7000 docentes pertencentes à Bolsa de Professores Classificadores do ensino secundário, cujo esforço e profissionalismo permitiram o cumprimento dos prazos previstos para a afixação das pautas. Na totalidade das provas dos exames nacionais do ensino secundário estiveram ainda envolvidos cerca de 10 000 docentes vigilantes e pertencentes aos secretariados de exames das escolas, cujo papel e desempenho foi determinante para que esta 1.ª fase tenha decorrido sem problemas relevantes e com um baixo número de ocorrências graves.

As classificações da 1.ª Fase dos exames finais nacionais evidenciam, na generalidade, uma melhoria relativamente aos anos anteriores.

Relativamente aos alunos internos podemos referir que se verificam médias das classificações inferiores a 95 pontos em três disciplinas, Física e Química A (715), Matemática A (635) e Matemática B (735), com 92 pontos, no caso das duas primeiras, e 93 pontos no caso da última.

Globalmente registou-se um aumento da classificação média em treze disciplinas e uma redução nas restantes. Tendo em consideração as disciplinas com um número de alunos internos superior a 2500, aquelas em que é possível estabelecer comparações estatisticamente mais significativas, destaca-se:

  • A subida da classificação média nas disciplinas de Biologia e Geologia (702) (26 pontos), Português A (18 pontos), Física e Química A (715) (11 pontos) e Geografia (719) (11 pontos).
  • A diminuição da classificação média nas disciplinas de Economia A (712) (9 pontos), História e Cultura das Artes (724) (7 pontos), História A (623) (7 pontos) e Matemática A (635) (5 pontos).

Com exceção da disciplina de Alemão (501), os alunos internos obtêm classificações mais elevadas do que as alcançadas pelos alunos autopropostos, à semelhança dos anos anteriores. As diferenças mais significativas observam-se nas disciplinas de Geometria Descritiva A (708) e de Matemática A (635), respetivamente com 45 e 44 pontos. Pelo contrário, verifica-se nas disciplinas de Física e Química A (715) e de Biologia e Geologia (702) a diferença mais baixa entre os resultados dos alunos internos e dos autopropostos, respetivamente com 9 e 6 pontos, situação justificada pelo facto de nestas disciplinas a percentagem de alunos que realizam o exame para melhoria de classificação ser habitualmente muito elevado, contribuindo para uma melhoria dos resultados globais dos alunos autopropostos.

Quanto à percentagem de provas com classificação superior ou igual a 95 pontos, destacamos as disciplinas de Geografia A (719), Português (639) e Biologia e Geologia (702) com, respetivamente, 67,5%, 67% e 62% de provas com classificação acima de 95 pontos. Em contrapartida, às disciplinas de Matemática A (635), Física e Química A (715) e Economia A (712), observam-se os números mais baixos de classificações inferiores a 95 pontos com, respetivamente, 35%, 41% e 47% das provas.

Relativamente às taxas de reprovação pode salientar-se a diminuição significativa da taxa de reprovação das disciplinas de Biologia e Geologia (702) e de Física e Química A (715) em, respetivamente, 8 e 5 pontos percentuais. Em contrapartida, observa-se um aumento desta taxa de, respetivamente, 4 e 3 pontos percentuais nas disciplinas de História A (623) e de Economia A (712).

Actualização

Decidiu também o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) divulgar um comunicado sobre Resultados dos Exames Nacionais Ensino Secundário 2014 − 1.ª Fase, onde realça, a respeito da média da disciplina Matemática A, as profundas diferenças entre o grupo de alunos internos e o grupo de autopropostos:
(...)
Considera-se também relevante desmistificar o quadro de alarme social criado em torno da chamada «quebra histórica dos resultados na disciplina de Matemática A». Este cenário, aliás já observado em 2013, em torno de uma alegada quebra acentuada nos resultados, situação que a análise factual dos mesmos se encarregou de desmentir, é, em 2014, também completamente desprovido de qualquer relação com a realidade.

Como atrás referido, na disciplina de Matemática A observou-se uma descida de 5 pontos (0,5 valores em 20). Variações desta amplitude são estatisticamente irrelevantes e sem qualquer significado, ou seja, nem permitem inferir a existência de uma prova com acrescido grau de dificuldade, de uma prova mal concebida, sem validade de conteúdo ou, muito menos, uma qualquer regressão na capacidade global dos alunos avaliados, por comparação com anos anteriores.

No entanto, muito desse «alarme» foi alicerçado na divulgação de uma média total de 7,8 valores. Este indicador, que resulta do cálculo da média dos resultados do total de alunos, internos e autopropostos, revela-se inadequado para caracterizar o desempenho da população de alunos em análise, pelo que a sua divulgação é desprovida de sentido. Os alunos internos são os que completaram o seu percurso escolar regular, frequentaram as aulas até ao final do ano letivo e obtiveram uma classificação final que legitimou a sua presença no exame: ou seja, tiveram o aval dos respetivos professores para a realização do exame final. Os alunos autopropostos, ou a sua larga maioria, a avaliar pelos resultados, são os que, antecipando a sua reprovação em sede de avaliação interna, optam por anular a matrícula: ou seja, muito provavelmente, não teriam, no final do ano letivo, o aval dos seus professores para a realização do exame.

Os números falam por si: a média dos alunos internos foi 92 pontos; a dos alunos autopropostos não foi além de 48 pontos. Esta situação, com maior ou menor amplitude na diferença de resultados, é transversal à totalidade das disciplinas com mais de 2500 alunos internos sujeitos a exame nacional e é recorrente de ano para ano.
(...)


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