sexta-feira, 5 de junho de 2015

In Memoriam Portugal Telecom





A PT SGPS entrou na bolsa de Lisboa em 1995 a valer 2,37 euros. Depois de anos de prémios e reconhecimento, chegou a ter o estatuto de cotada mais valiosa da praça portuguesa. A valorização de 40,36% registada em 2009 foi a última subida anual. Nessa altura valia cerca de 2000 milhões de euros.

Em Julho de 2010, Henrique Granadeiro, presidente do conselho de administração, e Zeinal Bava, presidente executivo, venderam a participação na brasileira Vivo à espanhola Telefónica por 7,5 mil milhões de euros.
Em Janeiro de 2011, Granadeiro e Bava fazem um desastroso acordo com a brasileira Oi a quem entregam a PT Portugal, dona do Meo e dos activos valiosos, em troca de uma participação de 25,58% no capital da Oi.

Em 2014, a Rioforte — holding não-financeira do Grupo Espírito Santo (GES) — entra em falência e descobre-se que Granadeiro e Bava tinham aplicado cerca de 900 milhões de euros da PT SGPS em títulos de dívida daquela holding do GES.
Foi precisamente devido ao default da Rioforte que a PT SGPS baixou da fasquia dos 1000 milhões de euros em bolsa.

A venda da PT Portugal ao grupo francês Altice foi concluída pela Oi, em 2 de Junho deste ano, por 5,7 mil milhões de euros, dos quais 4,9 mil milhões de euros “em caixa”.

Passados 20 anos, a PT SGPS perdeu praticamente 80% do seu valor, estava no sexto ano consecutivo de perdas e os accionistas aprovaram a mudança de nome para Pharol. Hoje chegou ao fim.





A empresa liderada desde o final de Maio por Palha da Silva é hoje bem diferente. Além da alteração de nome para Pharol e da transferência da sede, de Picoas para as Amoreiras, a empresa tem actualmente como única actividade a gestão de uma posição na brasileira Oi e uma carteira de dívida da Rioforte.

A capitalização bolsista da Pharol corresponde agora a pouco mais de 400 milhões de euros, aproximadamente metade do valor investido na dívida da Rioforte.


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Os pequenos accionistas, que enterraram as poupanças na PT SGPS, fazem o velório:

tojornais
02 Junho 2015 - 16:02
Grande Sócrates, conseguistes fazer mais um grande negócio para Portugal com esta venda da PT aos teus amigos da Oi brasileira. Devias de apodrecer aí na gaiola. Regado com gasolina super e atear um fósforo. E andam estes bastardos dos socialistas a apregoar banha da cobra. Falem das auto-estradas e das PPP, desses negócios bem manhosos.

SALAZAR
02 Junho 2015 - 22:01
Se o Salazar cá estivesse, nada era assim. Andava tudo na ordem e hoje eramos um dos países mais ricos do mundo. A "Finlândia" da Europa do Sul.
Hoje com a fantochada dos PS e PSD e o 25 de Abril somos o cu da Europa.


04 Junho 2015 - 18:13
Eu ainda não consegui entender isto. Afinal a Pharol é que detém uma participação na Oi ou é a Oi que detém a Pharol? Afinal o que diabo foi vendido para a Altice? A Altice é dona da Pharol ou a Oi é que é a dona da Pharol ou nem uma coisa nem outra? Alguém me elucide, por favor.

Anónimo
04 Junho 2015 - 18:35
"Jé", a história é assim:
A PT Portugal pertencia à PT SGPS (que estava cotada em Lisboa). Com a integração entre os activos da PT SGPS e da OI, a OI ficou com a totalidade da PT Portugal e a PT SGPS ficou com uma participação (25,58%) na OI mais a dívida de 900M da Rioforte. Agora a OI vendeu a PT Portugal à Altice e a PT SGPS muda de nome para Pharol que, tirando a dívida, não tem nenhum activo em Portugal.

portulord
05 Junho 2015 - 03:38
O engraçado é que, neste momento, a dívida da RIOFORTE (896 milhões de euros que corresponde a 3162 milhões de reais) dava para comprar mais de 60% das ações da OI que neste momento, se considerarmos a média de 6,75 reais para cada uma das 856 milhões de acções, vale 5830 milhões de reais.
E mais engraçado é que venderam a PT Portugal à Altice por 17.000 milhões de reais, ou seja, quase 3 vezes o valor da OI.
Pergunto: ninguém vai preso em Portugal por terem feito este negócio? Concluindo, isto foi mesmo uma pharolada.

labareda
05 Junho 2015 - 10:26
O Fim da PT ficou marcado quando Sócrates resolveu que ia usar o Fundo de Pensões da PT para tapar o Défice de 2010...
Interveio directamente na venda da óptima VIVO. Depois, com ajuda do Camarada (e também ladrão) Lula, meteu a PT num buraco chamado OI. Tudo sob aplausos da parolada accionista. Agora o Estado é responsável por mais essas pensões e acabamos todos na miséria a cantar o Grândola...

J. SILVA
05 Junho 2015 - 10:55
A PT SGPS vale menos de metade do empréstimo à RioForte. Mas sejamos realistas, o que levou a empresa a esta degradação foi a entrada na OI e a pseudo fusão. A RioForte foi um pretexto para os brasileiros nos tratarem com atrasos de vida com a conivência dos bandidos que a geriram.

portulord
05 Junho 2015 - 19:39
Mas afinal quanto vale hoje cada acção da Pharol?
Será que o Jornal de Negócios não poderia colocar uma calculadora, como faz com os dividendos, em que se pudesse verificar em tempo rápido o valor indexado á OI? Ou seja, nº de acções da oibr3 (277.730.251), da oibr4 (565.035.885), colocava-se o valor de cada uma e somava-se. Desse total, a Pharol tem 25,58% e o quociente pelo nº de acções da Pharol que são 896.512.500 dava-nos o valor da acção sem o investimento na Rioforte.


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