quarta-feira, 24 de junho de 2015

Conhecidos os processos das 152 licenciaturas anuladas na Lusófona


Nuno Crato mandou anular 152 graus académicos na universidade Lusófona criados à sombra de legislação que abriu a porta para que esta universidade privada pudesse estender os seus negócios à venda de licenciaturas. Os processos foram consultados na segunda-feira pelos jornalistas, em Lisboa.

Assinado com a melhor das intenções pelo antigo ministro Mariano Gago, o Decreto-Lei 74/2006 permitia a atribuição de créditos à experiência profissional e à formação pós-secundária para a obtenção de grau académico nos estabelecimentos de ensino superior.

Foi o que aconteceu na universidade Lusófona com o processo da licenciatura em Ciência Política do ex-ministro Miguel Relvas em que 32 das 36 cadeiras do seu plano de estudos foram obtidas através de créditos atribuídos à sua experiência profissional.

No entanto, a Ciência Política não é a única licenciatura com diplomas anulados. O fadista e regente agrícola Nuno da Câmara Pereira, tal como muitos outros regentes agrícolas — um curso do ensino politécnico a que foi dado o grau de bacharelato —, decidiu matricular-se em Fevereiro de 2012 na Lusófona. Fez algumas cadeiras e, em Novembro do mesmo ano, obtinha a licenciatura em Engenharia do Ambiente. O antigo deputado do PSD critica:
O absurdo é que o Ministério da Educação que tutela as universidades devia fiscalizar no tempo próprio, não é três anos depois. Só há uns 2 meses fomos chamados à universidade que nos disse que havia um problema e que o ministério os obrigava a anular o curso.

Outro ex-aluno da Lusófona que viu a sua licenciatura em Engenharia do Ambiente anulada foi João Salgueiro, o socialista que é presidente da Câmara de Porto de Mós. Este autarca diz que fez apenas uma especialização em Ciências do Ambiente, não tendo chegado a concluir a licenciatura. No total, 14 destas licenciaturas foram anuladas.

André Gomes, que foi durante dez anos comandante da Polícia Municipal em Lisboa, também recebeu uma carta da universidade a pedir-lhe para entregar o diploma de licenciatura em Estudos de Segurança. Há 47 ex-alunos desta licenciatura a quem foi igualmente pedido que entregassem os certificados.

O presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior defende que os responsáveis desta universidade sejam afastados da vida académica:

24 Jun, 2015, 19:27

A universidade Lusófona diz que está indignada pelo facto dos jornalistas terem acesso à informação.


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Aconteceu o escândalo das praxes no Meco. Agora são anuladas 152 licenciaturas devido a ilegalidades. Quando é que as famílias portuguesas deixam de permitir que os seus filhos percam o futuro e até a vida neste simulacro de universidade?

Quanto aos adultos que ficaram impedidos de prosseguir o desempenho da profissão por terem perdido o grau académico, não se lamentem pois sabiam perfeitamente que estavam a fazer uma formação de aldrabice.


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