Os projectos de pesquisa subjacentes às viagens espaciais tripuladas, ou não tripuladas, para outros planetas do sistema solar empreendidos por russos e norte-americanos e a investigação realizada no Laboratório Europeu de Física das Partículas (CERN) fizeram progredir extraordinariamente o conhecimento científico no domínio da Física, Química, Biologia, Medicina e Engenharias — Electrotecnia, Computadores e Telecomunicações —, pondo à disposição das populações dos países mais desenvolvidos medicamentos, materiais e máquinas que permitiram elevar a qualidade de vida nestas sociedades a um nível completamente imprevisível há meio século.
A Web, por exemplo, é uma das pontas deste icebergue.
Infelizmente muitas pessoas no nosso País, e noutros países europeus meridionais, não só ignoram a existência destas pesquisas como pensam que o governo tem o dever de lhes proporcionar o acesso a todos os avanços tecnológicos daí resultantes quase gratuitamente, não sentindo qualquer dever de contribuírem, por sua vez, para um progresso futuro através do estudo, projecto ou produção de novos aparelhos.
Por vezes até se chega ao absurdo de exigir que alguns dos países que se destacam nesta investigação — Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Alemanha, França, ... —, lhes propiciem meios financeiros para poderem importar e usufruir esses dispositivos, indo desenterrar prejuízos causados na segunda guerra mundial ou invocando as receitas obtidas na venda desses produtos, esquecendo que existem outros mercados no planeta Terra.
Esta reflexão vem a propósito do seguinte comentário a uma das notícias relativas à morte de Neil Armstrong:
Anónimo, Portogal. 26.08.2012 17:29
Ridiculo
A NASA ter falseado muitas imagens de forma amadora, que serão aquela nódoa para aquela empresa. Ainda hoje tenho dúvida de que tenham lá ido.
Começamos pela frase que o comentador gostava de ter escrito:
Anónimo, Portugal. 26.08.2012 17:29
Ridículo
A NASA tem falseado muitas imagens de forma amadora, que serão uma nódoa para aquela empresa. Ainda hoje tenho dúvida de que tenham lá ido.
Dizer que a NASA falseou as imagens obtidas na Lua é semelhante a declarar como fraude esta fotografia de fraca qualidade da expedição do explorador norueguês Roald Amundsen tirada no Pólo Sul em 14 de Dezembro de 1911:
Atente-se agora neste excerto de uma entrevista de Armstrong - pág. 84:
São observações que não se inventam. Se puserem as pessoas a pensar naquilo que as rodeia, terá sido bem empregue o tempo gasto a escrever este artigo.
Panorama Aldrin do local de pouso do módulo lunar Eagle com o comandante da missão Neil Armstrong sobre a superfície lunar.
Imagem: NASA
BRINKLEY: Houve alguma coisa na sua caminhada lunar e recolha de rochas e afins que o surpreendeu durante o tempo em que esteve na Lua, como, "Eu não esperava encontrar isto", ou "Eu não esperava que parecesse assim"? Ou, incluído nisto, a vista do resto do espaço, na Lua, deve ter sido uma experiência incrível.
ARMSTRONG: Fiquei surpreendido com uma série de coisas, e não tenho a certeza, não posso recordar todas agora. Fiquei surpreendido com a proximidade aparente do horizonte. Fiquei surpreendido com a trajectória da poeira que se chuta com a bota e que, mesmo que a lógica devesse ter-me dito que não devia haver, não houvesse poeira quando se pontapeia. Nunca se obteve lá uma nuvem de poeira. Isso é um resultado de se ter uma atmosfera, e quando não se tem uma atmosfera, não se tem quaisquer nuvens de poeira.
Estava absolutamente emudecido quando desliguei o motor de foguete e as partículas que estavam a sair radialmente a partir da parte inferior do motor caíram no caminho ao longo do horizonte, quando desliguei o motor apenas correram ao longo do horizonte e instantaneamente desapareceram, imagine, tal como se tivesse sido desligado há uma semana. Foi notável. Nunca tinha visto tal coisa. Nunca tinha visto nada parecido. E a lógica diz, que sim, que é esse o modo que deveria ser lá, mas não tinha pensado nisto e fiquei surpreendido.
São observações que não se inventam. Se puserem as pessoas a pensar naquilo que as rodeia, terá sido bem empregue o tempo gasto a escrever este artigo.
Panorama Aldrin do local de pouso do módulo lunar Eagle com o comandante da missão Neil Armstrong sobre a superfície lunar.
Imagem: NASA
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