sábado, 29 de setembro de 2012

A CGTP encheu o Terreiro do Paço e deixou ameaças



Perante um Terreiro de Paço com milhares de pessoas, o líder da CGTP, Arménio Carlos, apresentou como soluções para a crise económico-financeira a criação de um escalão de IRS acima dos 33% que, afirmou, geraria receitas de mil milhões de euros.
Outra medida seria aumentar em 10% a taxa dos rendimentos dos grandes accionistas das Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS) o que, pelos seus cálculos, permitiria arrecadar uma receita de 1,6 mil milhões de euros.
E deixou ameaças:
"A CGTP não aceitará qualquer medida que tenha como finalidade a redução dos salários e pensões, nem um cêntimo que seja. (...)
Se não ouvirem o povo a bem, irão ouvir a voz do povo a mal.
"
No final convocou uma greve geral em data a anunciar após negociações com a UGT.



Para a manifestação de Lisboa partiram 123 autocarros do Porto com cerca de 6500 pessoas. Nada de original: era o método usado durante a ditadura salazarista para fazer manifestações de apoio ao regime.

*

Começou a época das manifestações e greves sucessivas que vão deprimir ainda mais a economia e o PIB e, em consequência, exigir mais medidas de austeridade.
Vamos entrar num processo iterativo austeridade ⇒ recessão ⇒ greves ⇒ aumento do défice ⇒ austeridade.

Se os governos de Portugal, Espanha, Grécia e, eventualmente, Itália perderem o controle da situação financeira dos respectivos países, vai ocorrer uma cisão da Zona Euro, com os países do Norte e centro da Europa a conservarem o euro e os do Sul a passarem para uma nova moeda mais desvalorizada — o seuro.
E as populações desses países passam a usufruir da tecnologia da idade da pedra lascada, a única que tal moeda poderá comprar.


26 Set, 2012, 20:43
Madrid viveu mais uma noite de protestos contra as medidas de austeridade do governo do Partido Popular (direita) de Mariano Rajoy eleito com maioria absoluta em Novembro de 2011.

26 Set, 2012, 20:47
Grécia viveu a terceira greve geral de 2012 e a primeira depois das eleições do passado mês de Junho que deram a vitória à Nova Democracia (direita) de Antonis Samaras.


2 comentários:

  1. A sugestão de que são as greves a causa do deficit é anedótica. Julgo que deve haver limites mesmo para o fanatismo ideológico.

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    1. As greves aumentam o défice, obviamente não são a única causa do défice.

      Da mesma forma, a austeridade é uma das causas da recessão, mas há outras: secas, inundações, crise financeira internacional, subida das yields da dívida soberana o que acarreta a subida das taxas de juro dos empréstimos a contrair pela banca e pelas empresas, ...

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