domingo, 8 de dezembro de 2013

O fim da ilusão


Depois de semanas de protestos contra o presidente Viktor Ianukovich por ter recusado assinar um acordo de cooperação com a União Europeia e pretender aprofundar os laços comerciais com a Rússia, mais de 200 mil ucranianos saíram hoje à rua pedindo a demissão do Governo.

Além dos líderes da oposição, esteve presente na manifestação a filha de Iulia Timochenko que leu uma mensagem da antiga primeira-ministra condenada a sete anos de prisão por alegado abuso de poder. "O nosso objectivo é a demissão imediata do Presidente da Ucrânia. Vá-se embora!", afirmou Evguénia Timochenko durante a leitura da mensagem. "Demissão! Demissão!", ecoou a multidão.

Mais do que a liberdade de expressão ou a libertação dos presos políticos na Ucrânia é o natural desejo de melhorarem a situação económica das suas famílias que leva os ucranianos a manifestarem-se nas ruas.

Há desigualdades sociais, económicas e culturais entre os países do Norte e do Sul da União Europeia. Mas a região continua a ser a mais rica a nível mundial, exercendo uma imensa atracção sobre as populações dos países europeus do Leste.
Mesmo assim, ver uma multidão de 200 mil pessoas aplaudir o derrube da estátua do líder revolucionário Lenine no centro de Kiev é um acontecimento inesperado. O fim do sonho socialista.

Claro que a União Europeia rejubila com a ideia de incorporar a Ucrânia na sua zona de influência e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, aproveitou para telefonar este domingo a Ianukovich, defendendo a necessidade de se encontrar uma solução política para esta situação.


08 Dez, 2013, 20:43


Estão a estudar nas escolas portuguesas muitas crianças e adolescentes filhos de imigrantes ucranianos que vieram à procura de um futuro melhor no nosso País.

Defendem as políticas seguidas pelos governos de Iulia Timochenko que dizem ser viradas para os mais desfavorecidos e lamentam não poderem matricular os filhos nas universidades ucranianas por não disporem das quantias necessárias para pagarem os subornos exigidos pelos funcionários administrativos dessas instituições.

Elogiam o Estado Social que encontraram no nosso País, mas criticam a falta de disciplina e trabalho nas aulas do nosso ensino público o que impede os filhos de obterem classificações nos exames do 11º e 12º anos que lhes permitam a entrada nas nossas universidades públicas.
Consultam os rankings das escolas e esforçam-se por inscrever os filhos nas escolas públicas onde os alunos obtêm melhores resultados nos exames nacionais. Agora anseiam pelo cheque-ensino e sonham com a possibilidade de poderem inscrever os seus filhos em escolas privadas.

São pessoas muito agradáveis no trato, educadas e respeitadoras e, além do desejo de ascensão social por mérito que demonstram, sensibiliza-nos a consideração que os professores lhes merecem. Algo que, infelizmente, se perdeu na sociedade portuguesa e nos empobrece.


Sem comentários:

Enviar um comentário