sábado, 25 de setembro de 2010

Burocracia e competitividade


No relatório da competitividade do World Economic Forum, de 2010-2011, são apontados como constrangimentos que, na opinião dos inquiridos, mais contribuíram para a desequilibrada situação financeira do nosso país os seguintes:

1. Burocracia governamental ineficiente
2. Legislação laboral restritiva
3. Instabilidade das políticas
4. Carga fiscal
5. Acesso ao financiamento
6. Legislação fiscal
7. Força de trabalho com educação desadequada
8. Corrupção



Na área da educação, as escolas passaram a ser avaliadas pela Inspecção Geral da Educação através de vários parâmetros, um dos quais ainda é os resultados dos alunos. Mas as actividades relativas ao relacionamento com a comunidade, como passeios, competições desportivas, acampamentos, convívios, festas, comemorações, ... , têm um peso decisivo.
Ao longo do ano lectivo, além das habituais actas das reuniões, os docentes passaram a elaborar relatórios sobre todas as actividades que decorrem dentro ou fora da escola que são arquivados em dezenas de dossiers e levados num carro de transporte de material do tamanho dos carros dos hipermercados até à sala onde decorre a inspecção anual.

Os docentes deixaram de preparar aulas, reflectir e aprofundar os conteúdos programáticos que deveriam ensinar e passaram a debitar os manuais na sala de aula, usando conhecimentos que tenham adquirido na sua formação inicial. Partilham testes para poupar tempo e reduzem o seu aperfeiçoamento individual à acção de formação de 50 horas exigida por biénio, a mais simples que houver, que tempo para mais não existe.
Este é o panorama na maior parte das escolas do ensino básico (1º ao 9º ano), mas o ensino secundário também acabará por ser contaminado pelas Ciências da Educação e pela “pedagogia” do Eduquês que transformaram os docentes em seres acríticos e burocratas.

Portanto não deve surpreender que a burocracia seja o principal problema do nosso país.


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