No relatório da competitividade do World Economic Forum, de 2010-2011, são apontados como constrangimentos que, na opinião dos inquiridos, mais contribuíram para a desequilibrada situação financeira do nosso país os seguintes:
1. Burocracia governamental ineficiente
2. Legislação laboral restritiva
3. Instabilidade das políticas
4. Carga fiscal
5. Acesso ao financiamento
6. Legislação fiscal
7. Força de trabalho com educação desadequada
8. Corrupção
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Na área da educação, as escolas passaram a ser avaliadas pela Inspecção Geral da Educação através de vários parâmetros, um dos quais ainda é os resultados dos alunos. Mas as actividades relativas ao relacionamento com a comunidade, como passeios, competições desportivas, acampamentos, convívios, festas, comemorações, ... , têm um peso decisivo.
Ao longo do ano lectivo, além das habituais actas das reuniões, os docentes passaram a elaborar relatórios sobre todas as actividades que decorrem dentro ou fora da escola que são arquivados em dezenas de dossiers e levados num carro de transporte de material do tamanho dos carros dos hipermercados até à sala onde decorre a inspecção anual.
Os docentes deixaram de preparar aulas, reflectir e aprofundar os conteúdos programáticos que deveriam ensinar e passaram a debitar os manuais na sala de aula, usando conhecimentos que tenham adquirido na sua formação inicial. Partilham testes para poupar tempo e reduzem o seu aperfeiçoamento individual à acção de formação de 50 horas exigida por biénio, a mais simples que houver, que tempo para mais não existe.
Este é o panorama na maior parte das escolas do ensino básico (1º ao 9º ano), mas o ensino secundário também acabará por ser contaminado pelas Ciências da Educação e pela “pedagogia” do Eduquês que transformaram os docentes em seres acríticos e burocratas.
Portanto não deve surpreender que a burocracia seja o principal problema do nosso país.
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