Terminada a contagem dos votos, observemos os resultados das europeias 2014:
3.092 freguesias apuradas de 3.092 freguesias (12 votações não realizadas)
60 consulados apurados de 71 (11 por apurar com 481 votantes)
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Duas formações políticas perdem centenas de milhar de votos em relação às europeias 2009:
- o BE perde mais de 200 mil votos e desce para quinto lugar;
- a coligação PSD-CDS perde mais de 500 mil votos.
Em sentido ascendente temos
- o PCP que ganha quase 40 mil votos;
- o Livre e o PAN, partidos que concorreram pela primeira vez ao parlamento europeu, conseguem ultrapassar a fasquia dos 50 mil votos que dá subvenção anual;
- o PS que ganha quase 90 mil votos;
- mas a subida verdadeiramente espectacular é a do Partido da Terra, até agora um pequeno partido, que consegue conquistar mais de 200 mil votos e é catapultado para o quarto lugar, ficando acima do BE.
Quanto aos mandatos, um dos derrotados destas eleições
- é o Bloco de Esquerda que perde mais de 6% dos votos, e não só para o Livre, e perde também 2 eurodeputados, um dos quais regressa ao PCP;
- o outro é a coligação PSD-CDS, que desce mais de 12% e perde 3 eurodeputados.
Ganham eurodeputados
- o PCP que, com mais 2% de votos, consegue recuperar o eurodeputado perdido em 2009.
- o PS, com quase mais 5% dos votos, ganha apenas 1 eurodeputado;
- mas é o Partido da Terra que, com a notável subida de 6,5%, recebe a fatia de leão com 2 eurodeputados.
O PS foi o vencedor destas eleições com 31,47% dos votos, apenas 3,76 pontos percentuais acima da coligação que suporta o Governo.
Se este desnível é tudo o que os socialistas conseguem oito dias depois do fim do programa de assistência económica e financeira externa, um tipo de programa sempre associado a gravosas medidas de austeridade, então não só é pouco provável que António José Seguro tenha uma vitória expressiva em Setembro do próximo ano, como bem pode preparar-se para uma derrota. Aliás são os próprios socialistas a dizer que a vitória do PS soube a pouco.
Mesmo na hipótese de uma vitória dos socialistas nas eleições legislativas de 2015, a ascensão meteórica do Movimento o Partido da Terra (MPT) veio alterar o xadrez político nacional: o País tanto poderá vir a ter um governo de bloco central PS-PSD, como um governo PS-MPT ou até PSD-MPT.
26 Mai, 2014, 13:35
Seguro está completamente bloqueado pelas clientelas do partido, com Mário Soares à cabeça, ávidos de subsídios ou cargos nas administrações públicas.
Tudo vai estar nas mãos de Passos Coelho e Marinho e Pinto, que obviamente vai ser o líder do MPT, e irá depender das propostas ousadas que estes homens sejam capazes de apresentar ao eleitorado.
Basta um par de propostas arrojadas, mas facilmente exequíveis e que mostrem vontade de mudança, como seja a alteração da lei eleitoral diminuindo o número de deputados da assembleia da República para 180, ou a eliminação dos vereadores sem pelouro nas câmaras municipais ou a abertura das listas de candidatos permitindo aos eleitores a escolha dos deputados.
Passos Coelho talvez quisesse fazer estas propostas mas está condicionado pelo poder local, como se viu no ano passado com a questão dos dinossauros autárquicos.
Pelo contrário, não estando o Partido da Terra refém de deputados nem do poder local, Marinho e Pinto, se quiser, poderá avançar propostas políticas fracturantes e esvaziar não só os votos brancos/nulos, mas também os dos outros partidos.
Isto significa que vamos acreditar em Marinho e Pinto?
Mesmo reconhecendo que só se singra nos labirintos políticos dos países europeus do Sul explorando compadrios e trocas de favores, é preciso ser-se pessoa honrada e de carácter para se poder mudar a forma de fazer política em Portugal. Ora Marinho e Pinto apoiou a candidatura da actual bastonária da ordem dos advogados, apesar de saber que Elina Fraga tinha prejudicado clara e deliberadamente uma cliente, negligenciando o processo que lhe fora confiado e traindo a confiança nela depositada.
Portanto a resposta é não.
Seguro está completamente bloqueado pelas clientelas do partido, com Mário Soares à cabeça, ávidos de subsídios ou cargos nas administrações públicas.
Tudo vai estar nas mãos de Passos Coelho e Marinho e Pinto, que obviamente vai ser o líder do MPT, e irá depender das propostas ousadas que estes homens sejam capazes de apresentar ao eleitorado.
Basta um par de propostas arrojadas, mas facilmente exequíveis e que mostrem vontade de mudança, como seja a alteração da lei eleitoral diminuindo o número de deputados da assembleia da República para 180, ou a eliminação dos vereadores sem pelouro nas câmaras municipais ou a abertura das listas de candidatos permitindo aos eleitores a escolha dos deputados.
Passos Coelho talvez quisesse fazer estas propostas mas está condicionado pelo poder local, como se viu no ano passado com a questão dos dinossauros autárquicos.
Pelo contrário, não estando o Partido da Terra refém de deputados nem do poder local, Marinho e Pinto, se quiser, poderá avançar propostas políticas fracturantes e esvaziar não só os votos brancos/nulos, mas também os dos outros partidos.
Isto significa que vamos acreditar em Marinho e Pinto?
Mesmo reconhecendo que só se singra nos labirintos políticos dos países europeus do Sul explorando compadrios e trocas de favores, é preciso ser-se pessoa honrada e de carácter para se poder mudar a forma de fazer política em Portugal. Ora Marinho e Pinto apoiou a candidatura da actual bastonária da ordem dos advogados, apesar de saber que Elina Fraga tinha prejudicado clara e deliberadamente uma cliente, negligenciando o processo que lhe fora confiado e traindo a confiança nela depositada.
Portanto a resposta é não.
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