Começou hoje a campanha eleitoral para o parlamento europeu e os nossos políticos brindaram-nos logo com uma prenda naquele domínio em que são mestres — a impostura.
Desta vez, foi o PS. Sob o lema da "inovação", este partido diz ter escolhido uma selfie dos candidatos socialistas às europeias para os cartazes que espalhou pelo País.
Só há um pequeno problema, o retrato que o PS apresenta como "a primeira selfie ao serviço da política", não o é, porque a figura central, o cabeça de lista Fernando Assis, claramente não é o autor da fotografia, condição sine qua non neste tipo de retrato.
E ainda um pormenorzito nada despiciendo: o CM detectou que as imagens de, pelo menos, três candidatos — Liliana Rodrigues, Fernando Moniz e Ricardo Serrão dos Santos — foram directamente retiradas da página oficial da candidatura socialista e colocadas na pseudo-selfie através do efeito de sobreposição do programa de edição e manipulação de imagem Photoshop.
Veio-me à memória o tratamento de imagem que sofriam as fotografias dos líderes políticos caídos em desgraça durante a época soviética. Onde estes tiravam, os nossos queridos políticos acrescentam.
Já a direcção de campanha do PS não vê "nada de extraordinário na utilização de ferramentas informáticas como o Photoshop", como os três candidatos não puderam comparecer à sessão fotográfica "o PS fez questão de os acrescentar na elaboração do cartaz".
Nesta linha de argumentação, quando o PS for governo, se não tiver boas notícias para dar aos portugueses, poderá inventá-las.
Entretanto o PSD anda a acenar com um aumento do salário mínimo nacional mas adia as negociações com os parceiros sociais para depois de 25 de Maio.
E o PCP acusa o PS de não ter saída para a austeridade mas esquece-se de apresentar uma solução credível.
Em tempo de campanha eleitoral são todos bons rapazes.
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