Matar um animal para comer é uma questão de sobrevivência, matar pelo prazer de exibir o troféu, ou para condicionar terceiros, é simplesmente abjecto.
27 Fev, 2013, 20:24
Queixam-se os jovens, que cometeram os desacatos na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa aquando da intervenção de Passos Coelho na conferência "A reforma do Estado", que não têm mil euros para pagar as propinas. Não nos venham atirar areia para os olhos, por favor, muito mais do que isso costumam gastar estes jovens, ao longo do ano, em discotecas, álcool, tabaco e cannabis.
O problema nasceu há uma década quando estes rapazes e raparigas tinham treze ou catorze anitos e começaram a bater o pé aos pais porque queriam sair à noite durante os fins-de-semana. Os pais cederam, deram-lhes dinheiro para se divertirem e aceitaram que regressassem a casa embriagados às cinco da madrugada.
Deixaram de ter aproveitamento escolar mas os pais fizeram recair a culpa sobre a puberdade ou sobre os professores a quem acusaram de ensinar mal e traumatizar as ‘crianças’ ao atribuírem notas negativas.
No final do ensino básico os adolescentes escolheram as vias que permitiam acesso a cursos fáceis — literaturas modernas, jornalismo, comunicação social, relações públicas, relações internacionais, sociologia, ciências políticas, gestão de empresas à moda do ISCTE, e por aí fora — sem se preocuparem com a empregabilidade dos mesmos.
Quando o País entrou em situação de pré-bancarrota, os subsídios escolares foram reduzidos e, além disso, os pais deixaram de poder suportar aquele estilo de vida. Daí a enfiarem-se num partido adequado à sua raiva foi um passo. Depois especializaram-se em organizar, primeiro, manifestações, e agora arruaças.
Longo e tortuoso vai ser o caminho de regresso ao trabalho e à disciplina destes jovens numa sociedade que, de alto a baixo, se habituou ao facilitismo e ao divertimento. É de esperar que, em muitas escolas do ensino básico e secundário e nas instituições do ensino superior de pior qualidade, cenas de pura violência física e psicológica passem a ser o pão nosso de cada dia. Quando nos pedirem a concordância com tais actos, em nome das dificuldades financeiras das famílias, temos de saber dizer não. Quando nos exigiram a adesão, temos de aprender a lutar. Não há alternativa.
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