27 de Setembro de 1965 - 25 de Fevereiro de 2020
Laura Maria Garcês Ferreira nasceu em Bissau numa família profundamente ligada a Cabo Verde e à Guiné-Bissau. Na verdade, embora ambos os progenitores fossem filhos de portugueses, o pai, Tomás Ferreira, era filho de uma cabo-verdiana, e a mãe, Domitília Garcês, era filha de uma guineense.
Como o pai era funcionário da administração pública portuguesa na Guiné-Bissau, Laura Ferreira também viveu em Teixeira Pinto (actual Canchungo).
Depois do 25 de Abril a família foi viver para o Mindelo, em Cabo Verde, e em 1978 para Coimbra, onde Laura estudou no Liceu José Falcão. Mais tarde, a família fixou-se no Cacém, perto de Lisboa. Laura matriculou-se em Medicina na Universidade de Lisboa, mas no segundo ano passou para o curso de Fisioterapia cuja licenciatura concluiu.
No início da década de 2000 começou a trabalhar como fisioterapeuta no Centro de Educação para o Cidadão Deficiente (CECD) em Mira Sintra. Vários anos depois passou a desempenhar as funções de coordenadora no Centro de Medicina e de Reabilitação.
Teve duas filhas, Teresa, de 24 anos, nascida num primeiro casamento, e Júlia, de 12, nascida no casamento de 2004 com Pedro Passos Coelho.
Em Janeiro de 2015, o então primeiro ministro confirmou publicamente que Laura sofria de uma doença oncológica, depois de esta ter surgido sem cabelo numa viagem oficial a Cabo Verde.
Posteriormente, em Maio desse ano, foi publicada uma biografia autorizada de Pedro Passos Coelho onde é narrado o contexto em que a doença apareceu: "No Verão de 2014, Laura sofreu uma lesão de trabalho, que não passou como devia. Os meses foram passando e a mobilidade foi ficando limitada, cimentando-se a suspeita de que podia ser algo mais sério. Confirmou-se o pior cenário. Foi-lhe diagnosticado um osteossarcoma, um tumor ósseo agressivo que a forçou, e força ainda, a várias sessões de quimioterapia pré e pós-operatória".
A seguir acrescenta-se que, em Fevereiro de 2015, Laura foi submetida a uma cirurgia para extracção do tumor na tíbia e no fémur, tendo recebido uma prótese no joelho.
Nesta biografia há um parágrafo onde a própria Laura revela as suas preocupações: "Ter a consciência da morte é duro. Mas é uma coisa real. Há momentos em que tive paz de espírito e em que pensei: 'É assim mesmo'. Olho ao espelho e penso que este corpo vai deixar de existir. Tenho muito medo de morrer, mas depois há um lado que se levanta e diz: 'Não, tens o teu marido, tens as tuas filhas e a tua família'. Eu tenho que viver! Tenho tanta coisa para fazer".
A sua luta contra o osteossarcoma no joelho, diagnosticado em Novembro de 2014, durou mais de um ano, tendo terminado os tratamentos de quimioterapia no Outono de 2015.
No entanto, em Março de 2017, quando a família pensava que Laura já estava livre da doença, exames de rotina mostraram que tinham surgido metástases do cancro ósseo nos pulmões, obrigando-a a regressar aos tratamentos no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.
Em Dezembro de 2019, o seu estado de saúde agravou-se e teve de ser internada no IPO de Lisboa, sempre contando com o apoio incondicional de Pedro Passos Coelho que passava os dias e até pernoitava no hospital de forma a acompanhar a esposa em permanência.
Ontem à noite, Laura entrou novamente na urgência do IPO, onde morreu esta madrugada. Viveu e morreu com dignidade.
Laura com o marido, as filhas Júlia e Teresa e outra criança, em 2011
O sorriso lindo de Laura
Laura com o marido em 2016
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