A dívida pública da Grécia totalizava 315,5 mil milhões de euros no terceiro trimestre de 2014 (176% do PIB) e está nas mãos sobretudo de entidades oficiais, como os fundos de resgate do euro, os países da Zona Euro e o BCE.
O empréstimo do fundo de resgate do euro totaliza 45% da dívida e a Grécia só a partir de 2023 começará a pagar juros a uma taxa de cerca de 1,5%.
Os países da Zona Euro detêm 17% da dívida que só comecará a ser amortizada a partir de 2020, pagando a Grécia a taxa Euribor (actualmente quase zero) mais 0,5% de spread. Portugal emprestou 1,1 mil milhões de euros até pedir assistência financeira em Maio de 2011.
A fatia da dívida na posse do FMI é apenas 8%, variando a taxa de juro entre 3 e 4%.
Os investidores privados concederam à Grécia um perdão de 200 mil milhões de euros em Março de 2012, o maior perdão de dívida da história, e agora só detêm 17% da dívida pública grega. Veja os pormenores nesta infografia do Negócios:
No entanto, os gregos não estão satisfeitos com estas condições. Na proposta apresentada pelo ministro das Finanças grego na segunda-feira, em entrevista ao Financial Times, os títulos gregos detidos pelos estados-membros da Zona Euro e pelo respectivo fundo de resgate seriam trocados por obrigações indexadas ao crescimento da economia grega, permitindo que a Grécia não pagasse quaisquer juros nos anos em que a economia tivesse um mau desempenho.
Os títulos na posse do Banco Central Europeu (BCE) seriam trocados por obrigações perpétuas (sem data de vencimento).
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Adicionando os empréstimos bilaterais com a participação no fundo de resgate do euro, os países da Zona Euro emprestaram 195 mil milhões de euros à Grécia.
No gráfico abaixo, os contribuintes mais expostos à dívida pública grega parecem ser os da Alemanha, com 60 mil milhões de euros, da França com 46 mil milhões e da Itália com 40 mil milhões.
No entanto, a capacidade de um país suportar uma perda mede-se em percentagem do PIB. Neste ranking, considerando o PIB nominal de 2013, a Alemanha cai para oitavo lugar, com uma exposição no valor de 2,2% do tamanho de sua economia, a França fica ex aequo e a Itália cai para sexto lugar com 2,5%. Entre empréstimos e garantias, Portugal concedeu, no total, 5 mil milhões de euros, o que corresponde a 3,2% do PIB português e lhe dá o primeiro lugar, sendo o país que mais perde se a Grécia recusar-se a pagar a sua dívida pública.
Correcção
Portugal não é o país que mais perde, mas sim a Eslovénia. Ver correcção do autor do artigo aqui.
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