Texto integral aqui.
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Actualizado em 26 Dezembro com a mensagem no Facebook:
"Amigos,
Este não foi o Natal que merecíamos. Muitas famílias não tiveram na Consoada os pratos que se habituaram. Muitos não conseguiram ter a família toda à mesma mesa. E muitos não puderam dar aos filhos um simples presente.
Já aqui estivemos antes. Já nos sentámos em mesas em que a comida esticava para chegar a todos, já demos aos nossos filhos presentes menores porque não tínhamos como dar outros. Mas a verdade é que para muitos, este foi apenas mais um dia num ano cheio de sacrifícios, e penso muitas vezes neles e no que estão a sofrer.
A eles, e a todos vós, no fim deste ano tão difícil em que tanto já nos foi pedido, peço apenas que procurem a força para, quando olharem os vossos filhos e netos, o façam não com pesar mas com o orgulho de quem sabe que os sacrifícios que fazemos hoje, as difíceis decisões que estamos a tomar, fazemo-lo para que os nossos filhos tenham no futuro um Natal melhor.
A Laura e eu desejamos a todos umas Festas Felizes.
Um abraço,
Pedro."
Esta mensagem afectiva foi mal recebida. A quase totalidade das famílias portuguesas viu os seus rendimentos diminuírem em 2012, ou sabem que vão ser reduzidos no próximo ano. Muitos, ao ficarem desempregados, tiveram de emigrar. E não querem afecto, querem dinheiro.
Além de que ouviram dizer, e querem acreditar, que confiscando os bens aos 10 mil portugueses ricos, os 10 milhões de pobres e remediados ficavam ricos...
O que não sabem é que em 11 de Março de 1975 isso aconteceu. As maiores empresas foram nacionalizadas e os empresários fugiram para o Brasil. O resultado foi o País ter gasto parte das reservas de ouro, que Salazar obrigou os nossos avós a poupar, no pagamento das cargas de trigo que chegavam aos portos, porque o PCP estava no Governo e era exigido ao país pagamento com dinheiro à vista. E em 1977 tivemos de recorrer ao FMI.
Cercear regalias obscenas, recalcular pensões exorbitantes, corrigir situações injustas que se desenvolveram à sombra de anteriores governos, criminalizar a corrupção e punir quem a praticou, com certeza.
No entanto, não gastar mais do que aquilo que se produz, tanto tem de ser regra para as famílias como para os países. Quem não quiser pagar dívidas, que não as faça.
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