sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Relações íntimas entre políticos e maçonaria - II


Em Junho, Nuno Manalvo, ex-chefe de gabinete de Isaltino Morais na Câmara de Oeiras, convidou cerca de 40 personalidades para participarem num jantar, através de e-mails onde utiliza uma linguagem claramente identificada com a maçonaria. O grupo de reflexão 'Acreditar em Portugal' criava a iniciativa que era "reservada a membros da casa", a loja maçónica Mozart.
O jantar tinha como orador Joaquim Aguiar, do Grupo Mello, e seria moderado por António Saraiva, presidente da CIP. Estava agendado para 4 de Julho, um mês depois das legislativas, no restaurante Tasca da Esquina, "do nosso confrade Vítor Sobral".

Na lista de e-mails enviados por Manalvo, estão Luís Montenegro, actual líder parlamentar do PSD, João Paulo Alfaro, ex-espião, Pedro Duarte e Neto da Silva, ex-deputados do PSD, Humberto Pacheco, ex-deputado do PS, e Paulo Noguês, do Instituto Luso-Árabe e da Associação Portugal-EUA.
A Ongoing estava representada por 7 quadros, entre eles o presidente e vice-presidente, Nuno Vasconcelos e Rafael Mora, respectivamente, Jorge Silva Carvalho, ex-director do SIED, Vasco Rato, Agostinho Branquinho, ex-deputado do PSD, e António Costa, director do semanário Económico, propriedade da Ongoing.
E ainda constavam o vice-presidente da CIP, Armindo Monteiro, Álvaro Covões, produtor de espectáculos, António Lourenço dos Santos, ex-secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros do PSD, Amândio Antunes, director-geral da Finaccount, Carlos Veiga, candidato a presidente de Cabo Verde, Luís Carrilho, comandante da polícia em Timor-Leste, José Amaral Lopes, ex-secretário de Estado da Cultura do PSD, general José Cordeiro, da Indústria de Desmilitarização e Defesa, Filipe Costa, ex-chefe de gabinete de Alberto Costa e hoje no ICEP em Xangai, Ricardo Kendall, da Midas, o advogado Rogério Tavares, e Francisco Rodrigues, do SIRP (serviços secretos).

Quando contactados pelo PÚBLICO, as reacções são 'comoventes':
Manalvo começou por negar ter estado envolvido no jantar. Posto perante o teor dos e-mails, admitiu que se tratava de criar um grupo destinado a discutir o futuro do país.
Saraiva apresentou como objectivo do encontro juntar profissionais para pensar o crescimento económico e justificou a não realização do jantar pela falta de quorum.
Aguiar desvalorizou o convite justificando a não realização pelo facto do restaurante estar ocupado.


Cabeçalho do e-mail com o convite


Que náusea. Esta gente julga que os profanos são parvos. Que não vemos a distância abissal que vai dos ideais defendidos pela maçonaria à prática — políticos, serviços secretos e empresários encostados ao Estado que se agrupam em lojas maçónicas para defenderem os seus interesses em prejuízo dos interesses do País. Asfixiando financeiramente os empresários que não vivem à sombra do orçamento do Estado e obrigando-os a ir investir para outros países.

É andar para a frente com a fusão ou extinção de serviços públicos a fim de reduzir o número de cargos dirigentes nos institutos, agências ou fundações públicas dos serviços e fundos autónomos. Na administração central e nas autarquias. Em todos os sítios onde esta corja de aldrabões se acoitar.
Limpar todo este lixo a começar pelo parlamento. O que é que Passos Coelho está à espera para cumprir a promessa eleitoral de reduzir o número de deputados de 230 para 180 permitido pela Constituição da República?


mat22 05 Janeiro 2012
Ridículos
Que seita de malta que ocupa os lugares chave. Já estou como o Miguel Sousa Tavares: Que ridículos tipos que se reunem de aventalzinho em cerimónias ridículas! Estamos no século XXI.
Que fraca gente esta a que estamos entregues! Que fraca e ridícula gente esta! Pobre país que tem o seu destino entregue a Zorrinhos a Montenegros e a milhares de outros. Pobre país!


josedomingos 05 Janeiro 2012
Nojo desta justiça e deste país! É a única palavra que me ocorre
Este é, de facto, um país de vómito, em que a Justiça é pisada aos pés, enxovalhada, humilhada e reduzida a um simulacro e a uma encenação pobre e nojenta por bandos ou lobbies, como se lhe queira chamar, que operam a soldo dos seus inconfessáveis interesses e ficam sempre impunes.

Assim se vai compreendendo, preto no branco, como é que um sujeito, cujo processo já transitou em julgado, com a sentença de prisão já proferida pelo tribunal, ainda cá anda fora, a pretender fazer figura de pessoa de bem e a quem lhe são dadas todas as oportunidades para ir branqueando a sua imagem.
Falamos, obviamente, do presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais.

Como é que algum investidor poderá querer colocar os seus capitais neste país podre, em que, se tiver necessidade de dirimir alguma questão em tribunal, sabe, de antemão, que a Justiça simplesmente não existe, não funciona e dura anos e anos sem fim, até que o processo seja concluído, se é que não acaba por prescrever?

Todos sabemos como este país precisa, como de pão para a boca, de investimento para que se possa desenvolver.
Só que as condições para atrair investimento são cada vez mais dificultadas e o pouco que por cá ainda existe vai, a pouco e pouco, sendo deslocalizado.

No fundo, tudo se liga e tudo faz sentido, neste país, para explicar o pântano mal cheiroso e fétido de corrupção e de lobbies poderosos em que vivemos e que operam, na calada dos gabinetes, para preparar as suas golpadas e os seus conluios.
Pobre país!


Malekas 05 Janeiro 2012 - 14:52
Dúvida
Se a maçonaria está relacionada com secretismo, é porque não é boa coisa. Tudo o que é bom e constitui exemplo para toda a gente, não é secreto. Até é desejável que tenha grande visibilidade para poder ser visível por todos, de modo a ser seguido por muitos. Isto claro, se for exemplo de virtudes.
Por isso, ainda gostava de saber o que andam a fazer homens graúdos de avental vestido, a fazerem figuras ridículas e, ainda por cima, sem quererem que se saiba. O que é que esconde na verdade esta encenação patética da maçonaria? Alguém é capaz de me explicar?
Por que razão têm as pessoas tantos problemas e tantos constrangimentos em assumirem-se maçons? Será que não querem que se saiba que são assim tão... boas pessoas?


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