domingo, 25 de setembro de 2011

Duas palavras sobre o PSD


O primeiro-ministro afirmou que o plano para a recuperação para a Madeira estaria desenhado até ao final deste mês e garantiu que "o Governo de Portugal tem de assegurar, em primeiro lugar, que todo o trabalho que vai ser feito de avaliação da real situação da Madeira não será objecto de olhares partidários, mas de olhares de Estado".

Hoje Miguel Relvas foi evasivo, afirmando existirem dois momentos: "Há o momento da auditoria e depois há um programa que tem de ser desenhado para poder ultrapassar a circunstâncias."

Dentro deste partido existem duas facções:

O grupo de compadrio de Cavaco Silva, Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Mira Amaral, Marques Mendes, Durão Barroso, Ferreira Leite, ... , que escolheram como seu candidato Paulo Rangel, membro da poderosa sociedade de advogados CuatreCasas do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros André Gonçalves Pereira. Esta facção revelou-se minoritária nas últimas eleições internas.
Alberto João Jardim tem trunfos — não são os 70 mil votos da Madeira, isso é uma gota de água em 2,1 milhões de votos nacionais do PSD, só ele sabe quais são — que lhe permite navegar nestas águas.

A outra facção é a de Passos Coelho, Miguel Relvas, Teixeira da Cruz, Ângelo Correia, ... , que não tinham sujado as mãos no BPN e foram olhados pelas bases como capazes de convencer o eleitorado nacional e permitir-lhes conquistar o ‘pote’.

Para unir o partido à sua volta, Passos aceitou satisfazer os interesses da facção Cavaco Silva. Convidou Ferreira Leite para cabeça de lista em Lisboa, Catroga para as Finanças, Aguiar Branco para a Defesa, Rangel para a Educação, o irmão de Rebelo de Sousa para a CGD e deu a esta facção uma prenda — o BPN recheado com 510 milhões.
No entanto, a maioria recusou colaborar o que permitiu a Passos entregar os ministérios mais importantes — Finanças, Economia, Saúde, Educação — a independentes.

A facção Cavaco Silva, perita em evasivas quando aparecem os buracos financeiros, já começou a criticar algumas medidas pelas vozes de Marques Mendes e Ferreira Leite com Marcelo Rebelo de Sousa a suavizar o buracão Madeira. Mostram que acalentam a esperança de, a médio prazo, substituir Passos por Rangel, o candidato da mentira e do cinismo que nunca tocaria nos interesses instalados após a abrilada. Socialistas, comunistas e bloquistas estão a aproveitar a boleia.
Ora isto não interessa aos contribuintes.
Passos é o menos mau de todos, portanto é quem nos convém defender, mas usando a táctica docente para os alunos difíceis: uma cenoura numa das mãos e um pau na outra.
E a disposição, se não fizer tudo o que prometeu, de o reprovar no Outono de 2015.


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