terça-feira, 28 de dezembro de 2010

The Joy of Stats, ou a arte de Ensinar


The Joy of Stats é a história de 200 países ao longo de 200 anos contada pelo Professor Hans Rosling, em apenas quatro minutos.
Para conseguir tal proeza recorreu a 120 000 dados e construiu um gráfico cartesiano para cada um dos últimos 200 anos, onde no eixo das abcissas se representa o produto interno bruto per capita e no das ordenadas a esperança de vida, sendo cada país representado por um círculo de raio proporcional à sua população.
Uma magnífica lição, a não perder. Que diferença entre dizer que se vai fazer e apresentar trabalho feito.




Outro vídeo do Professor Rosling aqui.


Os custos ocultos nas tarifas da energia eléctrica


Este artigo de um Professor da Universidade Nova de Lisboa esclarece o consumidor de energia eléctrica sobre o porquê do aumento das tarifas em 3,8%:


"Pagar para ver
28 Dezembro 2010 | 11:32
Paulo Pinho

Anda a circular uma petição iniciada pela Deco contra a inclusão nas tarifas de electricidade de um conjunto de custos não relacionados com o custo de energia eléctrica.

Pela importância dos mesmos, equivalentes a cinco submarinos num só ano, vale a pena analisar o assunto. Tais custos, designados como "Custos de Interesse Económico Geral" ascendem em 2011 a 2,4 mil milhões de euros e serão pagos pelos consumidores através das "tarifas de acesso às redes”, ou seja, terão de ser suportados independentemente do comercializador de energia com quem tenham contrato.

A esmagadora maioria daqueles custos encontra-se associada a centros produtores de energia eléctrica. Estes, de um modo geral, não são regulados pela entidade reguladora do sector, beneficiando de uma situação privilegiada onde os respectivos custos e até a própria rendibilidade são assegurados por leis e contratos. Tal é o caso dos famosos CAE (contratos de aquisição de energia) os quais asseguram a duas centrais térmicas (Pego e tapada do Outeiro) condições de remuneração muito simpáticas e impossíveis de conseguir num mercado minimamente concorrencial. O consumidor paga. Mas essas, apesar de caras, até são centrais que produzem e contribuem para os nossos consumos.

Outros custos estão associados aos ainda mais controversos CMEC's (Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual), em cuja negociação em determinada altura tive pessoalmente de me envolver. Em 2005, a EDP prescindiu dos respectivos CAE em nome de uma participação num mercado livre (...), mantendo assegurada a rendibilidade que os CAE lhe garantiam. Mesmo sem produzir. Entre esses CMEC's incluem-se as famosas centrais do Carregado (fuel) e de Setúbal. Na prática, estas duas centrais já quase nada produzem. Com a entrada em linha da nova central da EDP na Figueira, aquelas tornaram-se redundantes. Mas, graças aos CMEC's, os consumidores pagam pelo privilégio de as poder ver, já que energia de lá nada sai.

Mas o grosso da fatia dos "Custos de Interesse Económico Geral" está associado ao "sobrecusto das renováveis", ou seja, à diferença entre as tarifas pagas a esses produtores e o custo da energia no mercado. O total previsto para 2011 é de 1,2 mil milhões de euros. (...) Tornou-se cliché dizer que Portugal é "um caso de sucesso nas energias renováveis". Tornou-se tabu discutir o porquê do excessivo sobrecusto. Mas quando se compara o nosso país com o verdadeiro caso de sucesso na promoção da energia renovável, a Alemanha, descobrimos no Norte da Europa um país com mais peso efectivo da verdadeira energia renovável e que com menos horas de sol paga menos que nós aos produtores fotovoltaicos e pagando bastante menos que nós aos produtores eólicos tem maior penetração dessa fonte de energia. Para cúmulo, tem um verdadeiro "cluster" de produção de equipamentos para a energia renovável. Ou seja, na Alemanha paga-se menos e tem-se mais e melhor. Mas também aí os consumidores têm-se revoltado contra o custo das renováveis, questionando-se sobre qual o verdadeiro benefício que daí retiram num Mundo onde os grandes poluidores, Estados Unidos e China, nada fazem em benefício do planeta.

Parte crucial da estratégia do Governo para a área da energia consistia em colocar duas empresas, a EDP e a Galp, a competir na produção e comercialização de energia. Foram concedidas oito licenças para a construção de grupos de produção a ciclo-combinado, duas à EDP, duas à Endesa, duas à Galp e duas à Iberdrola. Na altura o Governo assegurou que estavam criadas as condições para a concorrência no sector e que esses grupos iriam contribuir "para a descida do preço da energia em Portugal". Sucede que, como não existe uma verdadeira estratégia integrada e coerente para a energia, ninguém reparou que, com o crescimento previsto para a energia renovável, tais centrais não eram necessárias. A EDP, graças ao seu mais profundo conhecimento do sector, avançou rapidamente e em força, construiu os seus dois grupos. A Endesa avançou. Os outros hesitaram e não avançaram. Lá se foi a estratégia de colocar a Galp a concorrer com a EDP. Mas o mais hilariante, não fosse termos de pagar a conta, foi o queixume de que, em face de toda a nova produção renovável, os dois novos grupos não eram rentáveis. Era o que faltava, pensaram logo os nossos governantes, que uma das empresas do regime pudesse ter perdas como se de uma vulgar empresa industrial se tratasse. Vai daí, criou-se o mecanismo de "Garantia de Potência", destinado a promover a construção de novos centros produtores térmicos (dá-se um subsídio para ver se os grupos que ficaram no papel são construídos, mesmo sem serem necessários). E para cúmulo, o sistema aplica-se retroactivamente de forma a que até a central do Ribatejo (que já tem uns cinco anos) seja abrangida. Ou seja, como temos excesso de renovável os consumidores pagam agora para ver as térmicas paradas, garantindo a rendibilidade dos produtores. Brilhante.

Mas não se diga que só pagamos para ver. Em breve os custos do sistema repercutidos nas tarifas aumentarão devido a uma Lei da Assembleia da República que ditou o enterramento de linhas de transporte e distribuição de energia eléctrica devido aos efeitos nocivos dos respectivos "campos electromagnéticos". Ora, por muito que isso custe aos senhores deputados, as Leis da AR não revogam as leis da física: enterrando linhas os campos não desaparecem. Apenas deixamos de saber onde estão. Mas para a REN e a EDP esta lei é um maná, visto permitir um muito significativo aumento dos respectivos investimentos em activos remunerados e, portanto, dos lucros. Pagos pelo consumidor nas tarifas futuras, claro.

Num momento de dificuldades para a nossa economia, o excesso de custos na tarifa eléctrica constitui mais um factor de penalização dos consumidores. Mas também constitui um importante factor de perda de competitividade do nosso sector exportador, de quem tanto dependemos para sair da situação actual. Numa altura que se revogam todos os dias direitos adquiridos dos cidadãos talvez tenha chegado a hora de discutir os abusivos direitos adquiridos de algumas empresas deste sector."



livremente 28 Dezembro 2010 - 12:40
Três mentiras do Professor
Este artigo é obviamente intencional pois não contém mais do demagogia e mentira. Vejamos.
1) Os CMECs não são mais que as indemnizações que o consumidor paga por o governo ter rasgado os contratos CAE que remuneravam as centrais da EDP por 20 ou mais anos. Temos que nos habituar a que os contratos mesmo do Estado são para cumprir. Os contratos eram generosos? Sim, mas o Estado privatizou a EDP com estes contratos lá dentro e arrecadou milhões. Ou seja, agora segundo o Prof Pinho, o Estado tinha mais era que rasgar o compromisso agora e defraudar os milhares de privados a quem vendeu a empresa. Já agora, os tais contratos foram criados pelo Mira Amaral quando ministro do seu partido.
2) O solar na Alemanha não é mais barato. A tarifa subsidiada pode até ser mais baixa, mas os benefícios fiscais são muito mais altos. Os equipamentos custam o mesmo, o recurso solar é menor e seguramente os investidores alemães não seriam estúpidos. Basta pensar nisso, e eu sei que o Professor sabe isso.
3) Como ex-administrador da REN, também saberá que o vento não sopra sempre que precisamos dele, sobretudo nas horas de ponta, e por isso sabe que também precisamos que as centrais convencionais estejam disponíveis mesmo quando não são precisas, daí as garantias de potência que aliás serão prática usual por toda a Europa muito em breve.
Eu não sou da EDP nem me interessa nada o assunto, mas irrita-me a demagogia barata de quem seguramente se anda a fazer a algum tacho. Esta gente toda tem que se habituar a falar verdade ao povo, e os jornalistas deste pasquim deveriam ser os primeiros.


NirvanaSuperior 28 Dezembro 2010 - 13:16
Imparcialidade
O seu artigo contém algumas imprecisões (ou serão lapsos intencionais?) inadmissíveis num professor universitário.
Em 1.º lugar os subsídios dados às energias renováveis, nomeadamente às eólicas, são subsídios temporários e não ad aeternum. Chegará o tempo (depois de amortizado o investimento feito) em que essa energia será a energia mais barata do sistema. Mas sobre isto ninguém fala.
Em 2.º lugar é imperativo, até por uma questão de preservar a independência energética nacional, que existam centros produtores capazes de suprir as necessidades da falta de vento e de água num dado momento ou em anos de seca. E sobre isso também nada fala no seu artigo.
Não sei se faz parte do lobby nuclear ou do lobby dos ciclo-combinados. Mas de uma coisa estou bem ciente: grande parte das críticas feitas ao sobrecusto das energias renováveis têm origem em centros de decisão ligados a esses lobbies. Defendem os seus interesses e os seus negócios. Não os critico, por isso.


johncq 28 Dezembro 2010 - 14:12
Pobretes e orgulhosos
Temos de pedir emprestado ao exterior para pagar e liquidar uma factura energética que se compara à dos países mais ricos: energia verde paga pelos Alemães (10%), Franceses (10%), Ingleses (10%) e Espanhóis (30% olé!), ...
O artigo pode ter uma imprecisão, ou outra, mas o espírito da verdade e a crítica está lá (bem estruturada, digo eu): investimento em capacidade instalada e pagamos mais para expandir ainda mais e obter produção para anular o investimento incial. Viva a racionalidade!


Magistrados do Ministério Público recorrem aos tribunais contra redução salarial


Para impedir a redução de salários na Administração Pública, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) decidiu processar o Estado.

Fortalecem, portanto, a posição da Associação Sindical dos Juízes, que em assembleia geral extraordinária realizada, este mês, em Coimbra, decidiu avançar para os tribunais administrativos contra os cortes salariais dos magistrados.

"Os cortes são desproporcionados, são desiguais, atingem apenas uma parte dos portugueses. É como se responsabilizassem uma pequena percentagem de portugueses pelo défice das contas públicas", afirmou, em declarações à TSF, o presidente do sindicato, João Palma, que considera a redução salarial inconstitucional e ilegal.


Espectro, Porto. 27.12.2010 15:16
Julgar em causa própria
Na verdade temos aqui um imbróglio de todo o tamanho. Os cortes salariais incidem sobre todos os funcionários públicos, juízes incluídos, que ganhem mais de 1500 euros/mês e variam entre 3,5% para os salários mais baixos e 10% para os mais elevados.
Ora acontece que o recursos para os tribunais por parte dos magistrados vai ter como consequência que os juízes decidam em causa própria, o que é manifestamente ilegal, uma vez que as várias leis processuais não permitem que os juízes julguem em causas em que têm manifesto interesse — deverão, nesses casos, pedir escusa ou a outra parte levantar o incidente de suspeição e, consequentemente, o processo transita para um juiz isento, insuspeito, sem qualquer interesse directo ou indirecto na sentença que venha a ser proferida. Mas no caso vertente todos os juízes são parte interessada, não sendo possível escolher um juiz isento e imparcial para julgar o diferendo.
Solução, perguntarão? A minha resposta é que o caso é da exclusiva competência do governo e AR e só o TC poderá julgar da sua constitucionalidade, não tendo os restantes tribunais competência para o fazerem. LOL


Anónimo, não vá o diabo tecê-las, Recife. 27.12.2010 15:30
E não se podem exterminar?
Este abuso de direito que os juízes querem fazer através da implementação de um castelo jurídico que lhes permita não colaborar com o esforço no sentido de ser ultrapassada a crise, revela uma classe que tem vivido acima das possibilidades do país escorada numa auréola de casta acima de toda a suspeita, o que sucessivos casos têm ajudado a provar que afinal são uns nababos do regime.
Para esta classe todos os privilégios são direitos e querem ser excepção mal lhe tocam nas suas regalias que o Estado agora não pode mais financiar.
Senhores juízes, os senhores têm apenas uma licenciatura como os engenheiros, os professores, médicos e outros licenciados. O vosso dever de estar acima de qualquer suspeita não se pode pagar apenas com mais dinheiro mas é uma obrigação cívica vossa e de todos os demais cidadãos. Assim, deixem-se dessas macaquices e paguem o que têm a pagar como os outros!

Anónimo, lx, portugal. 27.12.2010
RE: E não se podem exterminar?
Só para informá-lo que os magistrados não têm apenas uma licenciatura de 5 anos, mas duas.
Caso não saiba: é condição para ingresso no centro de altos estudos judiciários possuir licenciatura em direito, com uma média final altíssima. Só assim fica habilitado a frequentar, por mais 5 anos, a formação para exercer magistratura, seja como juiz seja como magistrado do ministério público.


Miguel Lopes, Póvoa de Varzim. 27.12.2010 15:44
Comentários populistas
Que privilégios? Eu sou engenheiro e nas condições laborais deles (exclusividade, prevenção) receberia mais no sector privado. Pegue num salário base, adicione-lhe um suplemento de prevenção, mais um por exclusividade e veja que eles ganham o que a profissão merece. Talvez o que individualmente não mereçam, por falta de qualidade de alguns profissionais, mas ganham o que a profissão merece.
Não são "simples empregados públicos". Têm restrições fora do horário do trabalho e recebem de acordo com isso.
Ah, em relação à notícia em causa, acho que estão melhor quietinhos porque se for inconstitucional o governo simplesmente acaba com o 13º mês, isso sim é constitucional.


Joker, Cascais. 27.12.2010 18:16
Quem os topa é o Freitas do Amaral!
Leiam o último livro do Freitas do Amaral sobre Camarate para se perceber ainda melhor o que são os juízes, o ministério público e a judiciária (tudo com letra pequena). Uma miséria. O pior que tem a nossa Democracia. São hoje considerados por qualquer investidor, internacional ou português, como o principal bloqueio ao investimento. A bem do País é preciso varrer de alto a baixo estes malandros que não trabalham, nem que seja preciso fazer outra Revolução.

Miguel Lopes, Póvoa de Varzim. 27.12.2010
RE: Quem os topa é o Freitas do Amaral!
O principal bloqueio ao investimento pode até ser na justiça, mas nas leis, não nos executores. Vai-se a França, existem 5 estados de um processo. Em Portugal, alguém já fez contas e temos cerca de 1500 estados processuais. A culpa está na assembleia, que faz leis para proteger a sua clientela.


Duarte, Lisboa. 27.12.2010 18:23
Tem razão, nem o Salazar cortou salários
Por que não se acaba com todas as reformas superiores a 5 mil euros?
Por que não se acaba com os 1200 milhões em pareceres, os milhões em assessorias e propaganda, milhões em festas e festanças?
Por que não se acaba com os institutos, empresas púbicas e fundações inúteis?
Porque aí mete a clientela e o povo que pague. Revolta andar a trabalhar durante mais de meio ano para o Estado que nada dá aos cidadãos. Os impostos e taxas em Portugal são usurárias.


José Araújo, Viana do Castelo. 27.12.2010 22:11
Os Magistrados querem governar o país
Os Magistrados querem substituir o Governo. Os Magistrados esquecem-se que o Governo responde perante a Assembleia da Republica e quando o Presidente considerar que está em causa o normal funcionamento das Instituições Democráticas a ele compete-lhe dissolver o Parlamento e decidir por eleições democráticas. Então caberá ao povo decidir através de eleições. Não caberá aos Magistrados julgar, enquanto magistrados, as opções políticas do Governo. Ao Presidente cabe promulgar a legislação produzida pelo Governo e, em caso de dúvida sobre a sua constitucionalidade, remete-a para o Tribunal Constitucional que, este sim, tem a competência de julgar.

ivolameiras , esmoriz. 28.12.2010
RE: Os Magistrados querem governar o país
Tanto paleio para quê? Se nada funciona neste país, e sei bem daquilo que falo, só um golpe de estado é que põe isto na ordem e correrá com a ladroagem.


Adolfo_Diaz, Aveiro. 28.12.2010 02:56
Viva o ressabiamento
Como não sou magistrado posso falar em consciência.
A estes (que devem ter um ordenado compatível com as suas funções e lhes garanta a independência) vão cortar-lhes 18% no ordenado.
Leio num jornal concorrente que 12 gestores públicos (os amigos dos tachos, aqueles a quem se recorre quando perdemos o poleiro) vão levar 1,6 milhões de euros em salários, não contabilizando os prémios e as ajudas de custo...
Das duas uma, ou somos todos uma cambada de idiotas ou só dizemos e postamos mal de algumas classes porque o ressabiamento é enorme.
A GALP, em conjunto com as restantes petrolíferas, cartelizou os combustíveis, a EDP faz-nos pagar o que não consumimos e por aí fora... Por que é que tenho de pagar a taxa audiovisual se tenho serviço por cabo e já pago bastante, logo não utilizando o sinal analógico da RTP?


Um outro olhar. 27.12.2010 18:43 Via PÚBLICO
Os verdadeiros culpados
Só existem duas classes que nunca podem ver o seu rendimento descer: os economistas e os gestores, que são exactamente os principais responsáveis por toda esta crise, pois nem sequer a viram aproximar-se... Por mim neste ano o Nobel da Economia não deveria ser entregue.


Vilarinho Castanheira. 27.12.2010 19:09 Via PÚBLICO
Defendam TODOS
Srs. Magistrados, defendam TODOS.
Nesta primeira fase, serão "castigados" 200 ou 300 mil trabalhadores, mas para o ano o Sr. PM vai concluir que as medidas não chegam para aguentar com as despesas da corja política e, então, atirar-se-á aos restantes (trabalhadores, desempregados e reformados).
Conclusão: quem nesta altura acha que não vai ser afectado, para meados do próximo ano vai ser "contemplado" com medidas provavelmente mais gravosas do que as aplicadas aos 200 ou 300 mil.
A maioria de nós, tal como eu, não sabe ou não tem capacidade para enfrentar a dita corja política.
Assim, Srs. Magistrados, desta vez actuem por TODOS, e não só por vós, independentemente da razão que vos assiste. Se conseguirem enfrentar com sucesso a classe política que nos atraiçoa, deixo-lhes o meu agradecimento antecipado. Se estão a lutar apenas por vós, será mais uma desilusão.

Anónimo, Porto. 27.12.2010
RE: Defendam TODOS
Oh Vilarinho, explica lá aí à malta de onde vem o dinheiro para pagar aos magistrados e restante cambada da administração pública. Esta gente pensa que existe uma árvore das patacas de onde nascem notas de 50 euros.

Adolfo_Diaz, Aveiro. 28.12.2010
RE: RE: Defendam TODOS
Eh pá, basta colocar todos os administradores das empresas públicas a ganhar o salário mínimo que já dá para isso.
Prefiro um juiz a ganhar 5000 euros que um Vara a sacar (com um curso dominical de Relações Internacionais) aquilo que eu nunca verei na vida como reformado no escalão máximo da CGD. E logo como administrador. Para quem foi balconista da CGD em Mogadouro foi um salto maior que o que o Armstrong deu na Lua em 1969.


domingo, 19 de dezembro de 2010

Mariano Gago inicia a campanha para as eleições legislativas


Falando nas Jornadas Parlamentares do PS, no Porto, perante os deputados socialistas, Mariano Gago fez um longo discurso sobre o estado da Ciência e do Ensino Superior em que condenou "a tolerância do Parlamento relativamente à criação e funcionamento das ordens profissionais em Portugal"

Disse o ministro:
"Com toda a franqueza, este é um dos fenómenos mais extraordinários que ocorre neste país. A complacência, a cedência corporativa a quem chateia o parlamento com o argumento de que não se pretende fechar o mercado de trabalho — que ideia! — e apenas se quer fazer deontologia, é absolutamente extraordinária."
"[Os representantes dessas ordens profissionais] chegam lá ao gabinete e dizem-me: ‘Senhor ministro, desculpe lá, quer proletarizar esta profissão? Arranje uma maneira de fechar estas entradas, seja como for’.

(...) Conseguir libertar o país da tutela das ordens profissionais na entrada das profissões é um elemento fundamental, sobretudo em período de crise económica (...) O que se está a passar é uma canibalização do mercado de trabalho em torno das profissões qualificadas, em que os que estão instalados criam uma fronteira para ninguém mais entrar. Ou melhor, talvez entre o filho de um deles, pronto
".

Noutro ponto da sua polémica intervenção, Mariano Gago afirmou ainda que "há um perigo eleitoralista que atinge todos os partidos, e este [o PS] também. Na hora da verdade há uma cedência à ideia de transformar os institutos politécnicos em universidades. (...) É a ideia de que os politécnicos são uma espécie de estado, como naquela história em que o girino passava a rã. Ora o politécnico é o girino da universidade, depois passa a rã e a universidade, então, é uma rã completa.

(...) [Sem haver separação entre politécnicos e universidades] com missões completamente distintas, não é possível continuar com o alargamento da base social do Ensino Superior. (...) Provavelmente, nem sequer será possível fazer-se o enraizamento do conhecimento e da tecnologia no tecido empresarial."

O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, já reagiu, considerando "lamentáveis" as críticas do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior às ordens profissionais que defendem o interesse público e a qualidade da formação. E acrescentou:

"Nunca lhe pedi para fechar entradas coisíssima nenhuma, o que lhe disse sempre foi que ele tinha que ter respeito pela saúde dos portugueses e não podia colocar indivíduos sem conhecimento, ignorantes, com uma bata branca como se fosse médicos.
O país não vai longe se desvalorizarmos a qualidade dos profissionais e os portugueses não vão longe se, em vez de médicos a sério formados pelas universidades portuguesas, tivermos sucedâneos de formação rápida que permitem aos ministros apresentar estatísticas enquanto portugueses morrem nas urgências.


É evidente que as ordens chateiam o senhor ministro porque não permitem que estas coisas aconteçam
."


*


O fórum do Público permite perceber melhor o problema:

Nuno, Santarém. 18.12.2010 15:10
O avanço da mediocridade
Eu posso falar no caso dos engenheiros. Acho que Mariano Gago, um dos melhores ministros do governo, não tem razão absolutamente nenhuma. A Ordem dos Engenheiros é que tem vindo a impedir que a mediocridade e a falta de qualidade reinem no sector da engenharia em Portugal. E o efeito do processo de Bolonha neste campo foi devastador...
O acesso à profissão não tem de ser controlado? Claro que tem! Pelo menos enquanto existirem para aí cursos ditos superiores, onde impera o facilitismo. Basta ver a quantidade de cursos de engenharia que grassam nos politécnicos e nalgumas faculdades, sem qualquer controlo por parte do ministério. É óbvio que a ordem tem de actuar.
Mas vejam os bons exemplos internacionais. Acham que nos liberais EUA e Reino Unido, por exemplo, o acesso à actividade de engenheiro é livre? Claro que não é! Só em Portugal é que caminhamos cada vez mais para o facilitismo e para a mediocridade. Agora até o superior está a ser atingido.

Anónimo, lx, portugal (?). 18.12.2010 16:52
Opinião inquinada
Esta posição do Gago está inquinada.
Se é verdade que algumas ordens controlam desenfreadamente o acesso à profissão, há as que delegam noutras instituições esse papel que por direito e dever lhes cabia.
Por outro lado também existe um incompreensível laxismo do governo em aprovar tudo o que é curso sem previamente verificar da sua coerência interna e do seu interesse para a sociedade.
É certo que estas decisões são políticas mas têm que se basear em algo, projecções ou trabalho de análise.
E para finalizar, o que está a acontecer nas universidades é o que foi denunciado pelo Fernando Ulrich do BPI há dias: "Fico com a sensação que as Universidades portuguesas vivem demasiado fechadas na sua missão de "fábricas" de licenciados e doutores e não incentivam os seus membros — alunos, professores, investigadores — a serem mais pro-activos na sociedade em que vivem". A qualidade que estas universidades anseiam, talvez para responder ao governo, é a quantidade de formados e nunca da sua qualidade.
Em resumo, o que se está a verificar no ensino superior, politécnico versus universidade, é que uns querem ganhar mais e outros querem trabalhar menos.
  • Rantaplan. 18.12.2010 Via PÚBLICO
    RE: opinião inquinada
    Para rematar só queria dizer que Portugal não tem uma universidade entre as 400 melhores do mundo. Confrangedor e revelador da qualidade que sai das nossas instituições "superiores".
    Infelizmente os alunos universitários preocupam-se mais com álcool e propinas do que com a pseudoqualidade que lhes estão a impingir. Para quando um ranking português de universidades e politécnicos à semelhança do que existe no ensino básico e secundário?

Anónimo, Algures. 18.12.2010 16:57
Dou também 20 valores
Foi a melhor intervenção do governo em muitos meses! Os crânios das ordens estão com medo dos novos, bem mais capazes e com outro tipo de visão, vejam o que fazem lá fora, vejam! Muitos portugueses tornam-se os melhores na sua área.
É o problema das corporações que só acaba, se calhar, com violência ou quando os velhos derem o badagaio. Parabéns Sr. Ministro.
  • Rantaplan. 18.12.2010 Via PÚBLICO
    RE: Dou também 20 valores!
    Se os novos são todos tão bons, porque queria o teu partido socialista fazer exames de entrada na profissão a professores?

gisela, gaia. 18.12.2010 17:56
Bravo!
Se os membros do governo tivessem a iniciativa deste Ministro de afrontar, ou pelo menos lançar na discussão pública, a hipocrisia dos poderosos corporativistas/cartelistas, alguns deles, certamente, "vira-casacas" doutros tempos, este Governo tinha maioria absoluta!
O povo está cansado dos poderes parasitas sem rosto que nos sugam. Falta coragem, falta mais espírito de Abril naquele que hoje se diz partido socialista. É o meu partido, quero-o revigorado! O alerta contra os reaccionários está hoje cada vez mais vivo.
Passo Coelho é um liberal assumido, ao lado dele gravitam liberais frustrados e confesso que me assusta quando alguém quer, não o melhor para o país, mas o melhor para os interesses do partido — uma maioria, um primeiro-ministro e um presidente — só falta mesmo um quadro do Sá Carneiro na parede...
Acho que os portugueses ainda não perceberam o que são os liberais. Os estudantes Ingleses estão agora a perceber: o triplo das propinas e outras coisas virão. Alternância pela alternância é burrice!

Helder, Porto. 18.12.2010 19:59
Sr. Ministro,
Quer então V. Exa. dizer que sistemas de acreditação profissional como o dos Estados Unidos, com exame obrigatório à saída da Universidade (independentemente de o candidato a profissional sair de Harvard ou de uma qualquer universidade da comunidade local), outro exame após 4 a 6 anos de experiência profissional e obrigatoriedade de Educação Contínua durante toda a carreira são apenas barreiras ao acesso à profissão para novos membros? Não me parece.
As ordens deviam, sim, implementar mais provas de aptidão, aplicadas a todos de igual modo, ao longo da carreira, em lugar de aplicar a prestação de provas a alguns apenas. Quanto aos "Abrileiros" que por cá andam, nada a fazer. Há que aguentar até que morram.

João Borges, Lisboa. 18.12.2010 22:06
O problema
Sou estudante do 3º ano na Faculdade de Medicina de Lisboa, com base no Hospital de Santa Maria e tenho que concordar com o Bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes.
Hoje vive-se na nossa faculdade uma situação em que não há capacidade para incorporar todos os alunos. Chegou-se ao ponto em que é preciso alterar despachos relativos a avaliações para não haver retenção de demasiados alunos, que no ano seguinte «entupiriam» todo o sistema. Nos serviços de pediatria (e não esquecendo que estamos a falar de um dos maiores hospitais do país) estão presentes 6 ou 7 alunos por doente. Será que estas são condições para formar médicos competentes? Não me parece.
Eu acredito que esta situação pareça muito mal à maior parte das pessoas, mas a verdade é que o Bastonário tem razão no que diz: neste momento não há condições para aumentar o número de alunos nas faculdades existentes, porque não se pode aumentar o número de camas dos hospitais de um dia para o outro. Que se criem novos hospitais e novas faculdades, estou completamente de acordo, e acredito que o Bastonário também esteja. Ambos têm culpa numa coisa: a falta de planeamento a longo prazo, o verdadeiro problema de Portugal.


As sondagens e o humor


Se as eleições legislativas se realizassem agora, o PSD liderado por Pedro Passos Coelho venceria com 41,6 por cento dos votos e o PS receberia 30,1 por cento, de acordo com os resultados da sondagem da Intercampus para a TVI.
Em terceiro lugar ficaria o Bloco de Esquerda, com 10,7 por cento, seguido pela CDU, com 8,8 por cento, e em último lugar ficaria o CDS-PP, com 7,7 por cento dos votos.



Está tudo parvo, é o que é. 18.12.2010 21:10
Perfil do nosso futuro primeiro-ministro
Passos Coelho é um homem que conhece as agruras da vida. Subiu a pulso!
Aos 13 anos já carregava com pesadíssimas urnas da Juventude Social Democrata, cheias de votos, de secção em secção!
Aos 15 já chefiava uma brigada de colagem de cartazes famosa pela sua produtividade: chegou a conseguir colar 250 cartazes com a mesma trincha e apenas meio litro de cola!
Tamanha dedicação valeu-lhe ser presidente da JSD, um sacrifício pessoal que levou a cabo com denodada abnegação e desinteresse. Para sustentar a família, foi então obrigado a trabalhar arduamente como deputado durante anos a fio, o que quase o matou com um esgotamento.
Já trintão, entrou na Universidade Lusíada onde obteve uma licenciatura em Economia num evento patrocinado por uma conhecida marca de farinhas. Então já com o canudo na mão tornou-se presidente do PSD, em seguimento do seu percurso profissional, continuando a fazer o que sempre fez de útil… Nada!


Maria S. 18.12.2010 21:23 Via PÚBLICO
Em louvor do Ovomaltine
O meu bom povo, esquecido que está do "casineiro" Santana Lopes e do José (ex-Durão) Barroso — que trocou o emprego de primeiro-ministro por outro com mais saída —, volta à salvação do PSD.
Daqui por quatro ou oito anos, quando estiver ainda mais na miséria à conta de um primeiro-ministro sem dinheiro para oferecer prendas de natal aos filhos (ah, ah, ah), o meu bom povo voltará aos braços do PS para um qualquer Zé Trócas-te 3.0, que por sua vez fará o mesmo indistinto serviço de lixar o mexilhão a bem da pátria, da europa e dos mercados.
E assim sucessivamente, até à morte da democracia, ou do meu bom povo, o que ocorrer primeiro, que já não deve faltar muito, quer uma coisa, quer outra. É o chamado mais do mesmo, ou mito do eterno retorno, ou gostar de levar pancada desde que se tenha o prazer de votar no partido que ganha. Enfim, gostos...
Eu cá por mim já nem era o Salazar, ou o Lenine, ou Estaline, era mesmo o Ovomaltine. É que até o Ovomaltine deveria governar mais no interesse do meu bom povo que o PS ou o PSD. Pelo menos teria vitaminas e saberia quase a chocolate, o que sempre seria uma variante aos compadrios e ao sabor a ranço.
Mas o meu bom povo é que manda e eu acato.


13 boas ideias


O Negócios faz 13 anos e pediu a 13 personalidades 13 boas ideias para desafiar a sorte em 2011:


1. Bagão Félix: ”Explorar o mar, o clima e renovar a agricultura



SABINO 16 Dezembro 2010 - 11:56
Oh, Sr. Bagão Félix! E eu, que o considerava uma pessoa inteligente ...
... séria e responsável.
Então o Sr. vem dizer que precisamos de mais nascimentos em Portugal? Nós precisamos é de mais óbitos e depressa!
Para ver se a geração do 25/4, dos direitos adquiridos, que se reformou com 50 anos de idade, ou menos, morrem depressa.
Para ver se os que cá ficam passam a pagar menos para a Segurança Social, para o IRS, para o IVA, para o IMI, para os Bancos, etc.
Claro que tudo isso é ficção. Mesmo que os reformados morressem todos, os socialistas, comunistas e bloquistas arranjavam maneira de continuar a ter tudo e a dizer que o mal era dos patrões que são exploradores, fascistas, capitalistas, etc.

crisnevius 16 Dezembro 2010 - 18:03
Maus hábitos eternos
O Sr. Bagão tem uma análise correcta de problemas como a Agricultura e a Natalidade. Mas falta-lhe a perspectiva histórica.

Portugal só se dedicou à Agricultura em 3 épocas:
1. Primeira dinastia, que foi na Idade Média e não havia Indústria, apenas artesanato.
2. Depois do Marquês de Pombal até às invasões Francesas (menos de 50 anos).
3. Em parte do Consulado de Salazar, digamos uns 35 anos.

No resto do tempo Portugal sempre viveu de esquemas — Descobrimentos, Escravatura, Ouro do Brasil, Investimento Inglês, Colónias — , ultimamente a CEE e agora o Euro.
Parece-me que, a menos que passem um bocado de Fome, não vão voltar para a agricultura por mais moderna que seja. Vão emigrar como sempre fizeram.

E a natalidade não vai aumentar. As mulheres têm a pílula, liberdade sexual e, muitas, independência financeira. Não as vão largar, a não ser com uma ditadura feroz que só é possível em partes remotas de África.

Portugal vai definhar. As terras agrícolas vão ser compradas por estrangeiros (já acontece) e os jovens emigram.
Os espanhóis não nos querem. Se a União Europeia avançar para um Estado Federal, como os Estados Unidos, não precisamos de (des)governo. Se não, seremos o que quase sempre fomos, uma colónia dos ingleses, ou melhor, de vários europeus. Talvez seja melhor assim.


2. Pedro Bidarra: “Fazemos uma fusão com o Brasil



Um chico-esperto
Recebemos a pimenta da Índia e construímos mosteiros e palácios.
Recebemos o ouro do Brasil e construímos conventos e palácios.
Recebemos os subsídios da União Europeia e construímos moradias com piscinas e garagens com carros topo de gama.
Hoje somos um dos países mais pobres da UE.
Agora cobiçamos os recursos petrolíferos do Brasil para continuar a viver sem trabalhar?

Pensemos na qualificação dos portugueses, na restrição da imigração iletrada cuja alfabetização e inserção social nos está a custar caro e, sobretudo, estanquemos a outra hemorragia financeira, a da emigração de licenciados.
Incentivemos os nossos recursos humanos, mudando do sistema do compadrio para o do mérito.
E vamos ver a economia a crescer.


3. Miguel Barreto: "Poupem energia"



jdiogenes 21 Dezembro 2010 - 12:01
Muito objectivo e pragmático
Mas ninguém o ouve. Basta olhar para as ruas, com a iluminação acesa durante o dia, edifícios estatais com a iluminação ligada 24 sobre 24 horas, empresas públicas, idem. Os portugueses da velha guarda preferem acreditar que é com chineses a beberem um garrafa/ano que resolvemos o nosso problema.


4. Basílio Horta: "Diminuição da dívida externa pelas exportações, o que se consegue com qualificação dos empresários e dos quadros, especialização dos mercados, boa logística e financiamento à economia"




5. Carlos Moreira da Silva: "Exigência e inovação empresarial. Incentivo fiscal ao resultado e não ao esforço"




6. Nuno Teles: "Fazer uma auditoria à dívida pública soberana"



02am 17 Dezembro 2010 - 18:21
Concordo
Fazer uma auditoria à divida publica soberana, a todos os ministérios e organismos do estado.

alexnt 20 Dezembro 2010 - 17:08
Muito bem!
Transparência e responsabilidade precisam-se!


7. Vieira da Silva: "Cooperação é uma palavra decisiva para enfrentarmos as dificuldades"




8. José Santos Teixeira: "Quando cada chinês beber uma garrafa de vinho português temos os problemas resolvidos"



Olisipone 20 Dezembro 2010 - 13:00
Mas, por enquanto...
... o nosso défice da balança comercial com a China é de 1018 milhões de euros! E com o Brasil, de 400 milhões. São aproximadamente os mesmos valores do que o nosso excedente com Angola (1000 milhões) e com os EUA (400 milhões). Já pensaram que todo o esforço de exportação para Angola e os EUA serve apenas para compensar as importações da China e do Brasil?
É que a Balança Comercial não são só as Exportações, são também as importações e Portugal importou no ano passado mais 20 mil milhões de euros do que exportou.
Este défice é superior às despesas da Segurança Social e da Saúde juntas! O que é preciso, antes mesmo de exportar mais, é importar menos. E para isso, já que dificilmente se podem pôr barreiras à importação, é preciso produzir para o mercado nacional!

cadavezmaislixadosepobres 20 Dezembro 2010 - 14:44
Sim, se cada espanhol e francês ...
... comer castanha portuguesa está tudo resolvido. Só disparates...

ocramoriebir 20 Dezembro 2010 - 14:45
Parece que o Teixeira dos Bancos bebeu o vinho por eles
Sim? Vamos exportar 1.300 milhões de garrafas?
Vai ser melhor alugarmos Espanha para plantar videiras. lol

jdiogenes 21 Dezembro 2010 - 11:51
Mais um Génio português!
Aqui está a prova cabal que escora, em termos de estratégica económica, a nossa situação actual. São génios, como este Sr., embora não seja jovem, que nos permitem continuar a sonhar que somos uma grande nação. Se repararem a sua proposta não é muito diferente da de Salazar que, entre outros slogans do regime, destacava: “Beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses”.
O mundo que se cuide, Portugal vai voltar as políticas de 1500, vamos de novo conquistar o mundo. Asiáticos, as caravelas sob a batuta deste Génio, saído da lâmpada de Aladino, têm a solução mágica para este milénio.


9. Estela Barbot: "Repensar prioridades e gerir melhor o tempo: dar primazia a uma alimentação saudável, exercício físico, evitar o stress, estar com os amigos"




10. João Paulo Girbal: “Re-industrializar Portugal e para isso é preciso apreciar as marcas




11. Mira Amaral: "É fundamental que a economia portuguesa volte a pensar na indústria"



joaopgvsantos 21 Dezembro 2010 - 13:02
Sector secundário
Concordo absolutamente!
A par dos meus colegas engenheiros, verifico que o sector secundário não absorve os engenheiros e que mais vale ir para a finança/serviços do que continuar na técnica que é mal paga e não reconhecida. Efectivamente há muito pouco mercado para os engenheiros, tirando as especialidades dedicadas aos edifícios. A grande indústria e grandes projectos são encomendados no estrangeiro ficando os engenheiros portugueses de fora.
É o país que temos...


12. Leonor Beleza: "O mérito é o caminho"



Mais vale tarde que nunca
Tendo a secretaria-geral do ministério da Saúde aberto o primeiro concurso para a compra de lotes de produtos derivados de sangue, a Aviquímica, representante do laboratório austríaco Plasmapharm Sera, foi a escolhida e a adjudicação feita em 31 de Janeiro de 1986.
Com o rebentar do escândalo da Plasmapharm Sera na Europa, a Associação Portuguesa de Hemofílicos escreveu ao ministério a pedir informações sobre o controlo e as análises dos derivados de sangue comprados por Portugal.
O ministério de Leonor Beleza (1985-1990) só reagiu em 18 de Abril com o Despacho 12/86, publicado em 5 de Maio, e ainda concedeu um prazo de 90 dias para a sua entrada em vigor. Além disso permitiu que todos os produtos sem inactivação viral, existentes nos hospitais públicos, fossem totalmente consumidos pelos pacientes, numa altura em que vários países europeus já tinham tomado medidas de prevenção severas.
Além dos 137 hemofílicos contaminados com o HIV, depois de lhes ter sido administrado sangue em hospitais públicos, também ficou provada a infecção com HIV2 de um paciente operado em 1986 a uma fractura femural no Hospital de Santo António, no Porto.
O médico Benvindo Justiça, que era director do Serviço de Hematologia do Hospital de Santo António e fora convidado em 1987 pela ministra Leonor Beleza para dirigir o Instituto Nacional do Sangue, foi por ela exonerado pouco tempo depois, devido a ter reconhecido numa entrevista que "[em 1986] havia o caos no sangue em Portugal".
Finalmente compreende que "o mérito é o caminho para que muitas coisas entre nós mudem".

Olisipone 23 Dezembro 2010 - 00:55
Qual mérito?
O problema é: Qual mérito? O "mérito" de ser do PS tem sido o critério preponderante nos últimos anos...
Porque para saber reconhecer o verdadeiro mérito é preciso ter mérito, minha cara senhora!


13. Isabel Jonet: "Ser rigoroso, verdadeiro, eficiente e eficaz naquilo que se faz"




14. Carlos Fiolhais: "Impedir os nossos cérebros de irem embora"




sábado, 18 de dezembro de 2010

Fernando Nobre versus Cavaco Silva





serpi 18 Dezembro 2010
Nobre
Contra Cavacos, cavaquistas e partidos, eu voto Nobre, Fernando Nobre.
Para que não proliferem os agentes da ruína e da vergonha do país, diminuição do número de deputados, de freguesias, de câmaras municipais, de governos civis, isto é, de boys, eu voto Fernando Nobre.


Keromais 18 Dezembro 2010
Ninguém pode confiar em Cavaco
Este Sr. é mentiroso ao afirmar que cumpriu a Constituição e o seu juramento. Este Sr. assistiu às maiores violações da Constituição, que o governo praticou, e esteve sempre caladinho, ia dizendo que estava em cooperação estratégica... Foi exactamente o seu comportamento politiqueiro que levou à destruição do país. Não merece a confiança dos portugueses.
Quanto ao Sr. Nobre, esse muito menos confiança merece. Está rodeado de pessoas com um passado péssimo e que não merecem qualquer credibilidade.
Todos devemos votar em branco para acabar com esta pouca vergonha e retirar estes malfeitores do poder.


cad7 18 Dezembro 2010 - 13:41
Não entendo...
... o que a direita vê neste mago da economia que destruiu os sectores produtivos em Portugal, incrementou a despesa de forma desmedida e incomportável e assim pariu o monstro, que fala quando deve estar calado e está calado quando deve falar, que ganhou mais valias de forma muito, mas muito questionável, enfim com um curriculum mais que afastado do que deveria ser o perfil do PR.


10011949 18 Dezembro 2010
F. Nobre
Eu voto Fernando Nobre.
Não acredito em cavaquistas, que fizeram parte do grupo organizado que destruiu o nosso país. Nem pensar, não precisamos de vasos de flores na presidência.
Tenho a certeza que F. Nobre se candidata para tentar fazer alguma coisa por este país, que tem sido governado depois do 25 de Abril por políticos corruptos que só defendem os seus interesses e os dos familiares e amigos.
Se Cavaco continuar isto fica na mesma ou pior, portanto votemos Fernando Nobre.

Keromais
Oh meu amigo, o Sr. está a dar um péssimo conselho. Então o Sr. está a dizer para votarem em branco?
Se o senhor não gosta de nenhum, e aliás está no seu direito, então inutilize o voto fazendo uma grande cruz de ponta a ponta do voto e pronto, agora não aconselhe a votar em branco por amor de Deus, isso é um erro.

Nota: Os votos em branco e os votos nulos não têm influência no apuramento dos resultados, segundo uma informação da Comissão Nacional de Eleições.
Mas num país na 32ª posição do Índice de Percepção da Corrupção, o voto em branco pode ser transformado em voto nalgum candidato, frustrando a intenção do eleitor.


jomad 18 Dezembro 2010 - 16:55
Surpresa?
Este debate teve o mérito de pôr a nu a falta de resposta de Cavaco Silva face a um iniciado na política. Pelo seu comportamento o candidato Cavaco demonstra a inutilidade da eleição do P.R. por sufrágio directo, bastava ser eleito pela Assembleia da República!
Quanto a Fernando Nobre, bem aconselhado poderia vir a ser o tal Presidente que poderia fazer a diferença, para pôr os partidos na ordem, dissolução de Assembleia da República, um referendo, nova Constituição, IV República!


Albatross 18 Dezembro 2010 - 19:24
Eu voto Fernando Nobre
Quando soube da candidatura de Fernando Nobre pensei que os portugueses iam aproveitar esta oportunidade única de colocar na presidência da república um homem verdadeiramente livre e empenhado no bem-estar do seu semelhante.
Custa-me a crer que se continue a votar sempre no mesmo, apesar dos tristes resultados que estão à vista. Ainda acredito que todos juntos podemos mudar Portugal.


HMPS 19 Dezembro 2010 - 15:36
Levantei-me do sofá...
O debate entre Cavaco Silva e Fernando Nobre foi para mim o confronto entre o velho e o novo.
Cavaco Silva personificou o pior que existe, as ideias velhas, o mundo do século passado, o imobilismo, o derrotismo perante as adversidades, ele está politicamente acomodado, representa o caduco.
Fernando Nobre pelo contrário é a esperança, com um discurso novo, motivador, mobilizador, virado para o século XXI, rompendo com a situação de impotência generalizada da nossa actual classe político-partidária. A juventude precisa deste discurso para acreditar que não tem de estar condenada a uma vida cinzenta, medíocre, triste, é possível os jovens realizarem os seus sonhos.
No final fiquei ainda com mais esperança que é possível uma mudança, a começar pelas mentalidades e a partir do próximo dia 23 de Janeiro.
Aconteça o que acontecer já nada ficará como dantes, muitas pessoas já despertaram, outras se seguirão.
Voto Fernando Nobre!


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O sigilo bancário está démodé


Cinco grandes jornais, The New York Times, The Guardian, Der Spiegel, Le Monde e El Pais, estão a divulgar uma série de telegramas trocados entre o Departamento de Estado do governo americano e as suas embaixadas, disponibilizados desde 28 de Novembro pela Wikileaks.
Na sua edição on-line de ontem, o El Pais publica um telegrama onde o CEO do Millenium BCP propõe ao governo americano ceder informações sobre as contas iranianas sediadas naquele banco, de que se destaca o cabeçalho e o resumo:


"Date:
Origin:
Source:
Classification:


2010-02-12 13:15:00
10LISBON66
Embassy Lisbon
CONFIDENTIAL//NOFORN






2. (C/NF) Resumo: Em Abril de 2009, funcionários do Millennium BCP, o principal banco privado de Portugal, visitaram o Irão, a convite da embaixada iraniana em Lisboa e reuniram-se com o Banco Central e outras entidades do sector financeiro, para discutir o interesse do Irão em estabelecer negócios com o Millennium. Em 05 de Fevereiro, o Presidente Executivo do Millennium Carlos Santos Ferreira discutiu a proposta com Poleconoff [identificação da conselheira na área política e económica da embaixada] e o possível benefício para o governo dos EUA. Embora afirmasse que os custos podiam superar os benefícios para o Millennium, Ferreira está disposto a estabelecer uma relação com o Irão para ajudar o governo dos EUA a seguir os activos e as actividades financeiras iranianas. O Millennium consultou o Banco de Portugal e altos funcionários do governo, e apreciaria a nossa perspectiva sobre a sua proposta de relacionamento com o Irão e o interesse de Washington em controlar as contas iranianas em Portugal. Pedimos a orientação de Washington; a nossa recomendação é a do Millennium não prosseguir o relacionamento. Contudo, dado que Ferreira pode fazê-lo independentemente das recomendações do governo do EUA, podia ser prudente manter abertos os canais de comunicação com Ferreira. Este posto irá seguir a evolução e desencorajar relações mais profundas com o Irão.
(...)
6. (C/NF) Com base nas reuniões e informação fornecida por funcionários do Banco Central do Irão e do Ministério das Finanças e Assuntos Económicos do Irão, o Millennium seleccionou quatro bancos para mais reflexão: Export Development Bank of Iran (EDBI), Bank Tejarat, Bank Parsian, e EN Bank
[Eghtesad Novin Bank], que possuem códigos SWIFT. Actualmente a UE está impedida pelas sanções da ONU de fazer negócios com o Melli Iran Bank e o Saderat Iran Bank. De acordo com funcionários do Millennium, nenhum outro banco iraniano está sujeito às sanções da ONU."


Maria S. 13.12.2010 03:25 Via PÚBLICO
O meu merceeiro a banqueiro, já!
Creio que este senhor é o mesmo que promoveu uns negócios ruinosos na CGD — o tal banco de que todos somos donos — onde emprestou dinheiro a uns "investidores" importantes para comprarem acções, recebendo como garantia essas mesmas acções. Estas, com a crise, rapidamente caíram para valores de meio-tostão. Quando os ditos "investidores" não puderam cumprir as suas obrigações, a Caixa ficou sem poder recorrer às garantias recebidas, já que estas não valiam pevide.
Depois de fazer a Caixa perder dinheiro em negócios especulativos, arranjou emprego como presidente do BCP, onde — a ser verdade esta notícia — marimba-se para o sigilo bancário, propondo-se vender informações confidenciais dos seus clientes. Creio que o merceeiro da minha rua, o padeiro ou o senhor da loja do chinês, governariam melhor um banco que este senhor.
E bem que pode vir o Dr. Daniel Bessa — que sinceramente respeito — dizer que o problema da economia está na generosidade do nosso Estado Social. Não me convence. Estará parcialmente nos desperdícios e falcatruas mas, sobretudo, creio que está nesta classe de gestores e megalómano-empresários que vale menos que um gordo zero.


piroc 13 Dezembro 2010 - 11:20
Viva a bufaria
O que está a dar é ser bufo para mostrar serviço e subir na carreira política ou nas empresas, é uma tradição que já vem de longe, desde a PIDE do Salazar, há coisas que nunca mudam. São os gajos deste calibre a nossa elite, sem moral, ética, honra ou decência!


Dr_House 13 Dezembro 2010 - 11:21
Obviamente esta notícia está deturpada e os factos extrapolados!

Ou seja, o Carlos Ferreira sabedor que precisava do apoio dos EUA para se instalar no Irão, foi informar os EUA que era um menino bem comportado e que não queria furar nenhum embargo, queria tão só ter o ámen dos States. Os EUA responderam-lhe que não precisavam dos serviços dele para nada, e colocaram-no sob controlo, pois sabem que ele tem projectos para o Irão.
A notícia extrapola um pouco o que se passou. Nada de mais, sobretudo se conhecermos os lambe-botas portugas!


danny1williams 13 Dezembro 2010 - 11:21
É mesmo assim
E eu que julgava que gerir um banco era saber de finanças, de contratos e leis, saber de indústria e de empresas, de macroeconomia, de organização e controlo... E que este artista sabia de leis...

Nada disso, gerir um banco ou uma empresa é fazer ilegalidades, acordos de bastidores, receber comissões por baixo da mesa e, agora, também fazer de agente secreto e duplo, tipo tosta mista.

Aqui o sigilo bancário e a ética bancária não ficam muito bem, mas isso não interessa nada.
Foi assim que se fizeram os grandes bancos dos EUA e da Suíça? (para rir)
Uma sugestão: porque não vende os códigos de acesso às contas dos clientes? Era jeitoso, já agora. Rendia uma nota.

Os temas de gestão da banca, nada disso interessa.
É triste, tanta é a estupidez nacional.
A gestão tuga é assim mesmo.
Eu, se fosse o BdP, punha este gajo a dar satisfações ao mercado em geral. Ou confirma e se demite ou, então, nega com provas.
Isto pode ser grave e indiciar uma prática.


sábado, 11 de dezembro de 2010

Consciência e vergonha


Nós temos de nos sentirmos envergonhados por estarmos no século XXI, Portugal ser uma democracia, ser um país que, apesar de tudo, está num desenvolvimento acima da média. No entanto, alguns de nós, alguns portugueses sofrem de carência alimentar", afirmou Cavaco Silva, Presidente da República e candidato à Presidência da República, em declarações aos jornalistas no final da apresentação da campanha "Direito à Alimentação".

O objectivo da campanha "Direito à Alimentação", promovida pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), é aproveitar as sobras e desperdícios do sector da hotelaria e da restauração para fornecer refeições a famílias carenciadas.


Keromais 10 Dezembro 2010 - 22:20
Sr. Presidente!
A maior vergonha dos portugueses é a corrupção dos políticos e dos nossos governantes que roubam tudo ao povo em seu favor e, esses sim, deviam ter muita vergonha de serem ladrões deixando os outros com fome...
Não se esqueça que V. Exa. é o culpado desta roubalheira ao cooperar estrategicamente com um governo aldrabão e desonesto e, por consequência, é o culpado da fome em Portugal.
Esses discursos de campanha eleitoral só agradam às clientelas e aos que andam muito distraídos.
Quem coopera com desonestos não é digno de ser Presidente da República.


tysan_14 10 Dezembro 2010 - 23:27
O carro à frente dos bois...

Sr. Presidente,
Com o devido respeito, V. Exa. está equivocado, porque quem tem de sentir vergonha são os políticos portugueses, que não só são incompetentes para resolver o problema da fome e do desemprego, como ainda são os responsáveis pelas dívidas do país, por esbanjamento em mordomias inqualificáveis. Políticos que perante a sua incapacidade de resolver os problemas criados, querem responsabilizar os portugueses que trabalham e pagam impostos, pelo pagamento da gestão criminosa dos dinheiros públicos, que não são mais que esses impostos pagos pelos que trabalham.

Durante anos qualquer incompetente e desqualificado, por ser do partido A, B ou C, era dirigente da Função Pública (FP), tinha direito a viatura, motorista, telemóvel, despesas de representação, etc. e o motorista ainda o ia buscar e levar a casa, mesmo que residisse a mais de uma centena de quilómetros do respectivo gabinete, enquanto os restantes portugueses se têm de deslocar, à sua custa, de transportes públicos ou nas suas viaturas para irem trabalhar.
Alguns desses dirigentes até iam às compras na viatura do Estado, os motoristas levavam os carros do Estado para a sua própria residência e portanto as suas deslocações para o emprego também eram asseguradas com a mesma viatura do Estado que servia o respectivo dirigente da FP.
Era o paraíso dos incompetentes, que em nenhum outro emprego teriam tantas mordomias. Ainda arranjavam emprego para familiares e amigos, subsidiavam as empresas desses amigos e, obviamente, tudo isto tinha um dia de acabar assim...
Todos os políticos sabem que o Estado funciona assim, mas ninguém ousou travar o despesismo anormal que teria de levar o país à falência e não se ouve nenhum político dizer que culpados pela situação actual têm de ser responsabilizados.

Portanto não é de admirar nem a situação actual, nem o que os portugueses acham dos políticos.
Se V. Exa. pretender exemplos tenho todo gosto em dizer e também posso dizer como é que se reduz a dívida — obviamente fazendo uma boa gestão das despesas do Estado, só em despesas de viaturas e motoristas poupava-se uma fortuna.
Com tanta comissão que se cria em Portugal, crie-se uma que estude e divulgue os custos da Assembleia da República, os custos do funcionamento do Estado — revelando as contas das mordomias que os respectivos dirigentes nunca usufruiriam em qualquer empresa privada — e só com este dinheiro se poderia saldar o défice público.
Ex-ministros e ex-dirigentes da FP, enquanto exerceram os respectivos cargos, precisaram de viatura, motorista, etc. agora nos respectivos empregos guiam o seu carro de qualidade muito inferior ao que tinham no Estado. Nem é necessário tecer qualquer comentário, percebe-se que, quando vão exercer esses cargos, a preocupação é viverem faustosamente e passarem a gastar quanto mais melhor, porque quem paga são sempre os mesmos.


anti 10 Dezembro 2010 - 23:34
Apoiado tysan 14
A população activa é sovada por estes incompetentes que não sabem administrar nada.
Derretem dinheiro que não é deles.
É o conto da vigarice da sociedade perfeita para enganar o pagode.
A lista é interminável e há quem pense que só vamos lá com uma mudança total e com uma classe dirigente que respeite o próximo. A actual não respeita nada nem ninguém, nem sabe o que é isso.


Economy 10 Dezembro 2010 - 23:37
Se a hipocrisia pagasse imposto, não havia défice
Mas que bonito, Sr. Presidente da República!
Pessoas com fome, um "flagelo" que se tem propagado pelos mais desfavorecidos de forma "envergonhada e silenciosa".
O Sr. Presidente da República é cúmplice de parte desta vergonha silenciosa, porque se silencia perante denúncias de crimes praticados pelo governo, que colocaram muitos cidadãos em extrema miséria.
Depende de V. Exa. a solução da situação, mas prefere ignorar este flagelo. A política é cruel e tem destas coisas... Como estamos em altura de Natal escolheu um tema sensível para caçar votos, mas na prática o Sr. Presidente ignora a fome e a desgraça de alguns portugueses, apesar de ter a obrigação e lhe competir, conforme as suas atribuições e juramento, ajudar a resolver as injustiças que lhe têm sido apresentadas. O Sr. Presidente sabe muito bem do que estou a falar...


zeninguem 11 Dezembro 2010 - 00:04
Eu não me sinto envergonhado
Sinto-me revoltado, envergonhado ficava se ganhasse duas reformas e um ordenado, à custa de pessoas que sofrem fome.


JoaoLucio 11 Dezembro 2010
Vergonha deve ter a classe política
Vergonha deveria ter a classe política e o Sr. Presidente que deixaram o país chegar ao ponto a que chegou. Vergonha é congelarem reformas a quem ganha pouco mais de €200 e que trabalhou toda uma vida e acumularem reformas milionárias que trabalhou meia dúzia de anos ligado à política ou à frente de uma qualquer empresa pública.
Vergonha é não se aumentar a reforma mínima e o ordenado mínimo e se retirarem abonos de família a quem ganha mais de €629,00! E ao mesmo tempo despejarem milhões sobre o BPN que o PSD e o Sr. Presidente tão bem deve conhecer.
O Sr. Presidente tem tanto poder como a Rainha de Inglaterra e tem sido uma mera figura decorativa, tal como o Tribunal de Contas que faz advertências e dá raspanetes a quem gere os dinheiros públicos sem nunca os punir verdadeiramente.
Vergonha é a compra de votos nas distritais dos Partidos pela sofreguidão de poder e acesso ao Jackpot que são os dinheiros e os cargos públicos.
Democracia, isto? Nós limitamo-nos a escolher entre aquele que comprou mais votos no PSD e o que o fez no PS, o qual se vai rodear posteriormente da quadrilha que ocupará os postos de comando da operação de delapidação dos fundos públicos.
Tenha vergonha V. Exa e todos os políticos que numa última sondagem aparecem como a classe menos confiável e mais susceptível de ser corrompida. Eu teria vergonha de fazer parte dessa classe e não separar o trigo do joio.


pintalves 11 Dezembro 2010
Como é possível tanta desfaçatez
Temo bem que sim, a começar por V. Ex.ª que deveria ser o primeiro a dar o exemplo. Ao invés, tem o desplante de maltratar e embaraçar os portugueses apelidando-os de desavergonhados e responsabilizando-os pelo estado em que o país desgraçadamente se encontra, quando toda a responsabilidade é somente da classe política que, essa sim, devia ter vergonha de deixar chegar o país ao estado lamentável em que se encontra.
É que para V. Ex.ª., ser frio e calculista, os Portugueses não passam de números, apenas isso. V. Ex.ª nem sequer sabe da nossa existência, não sabe quem somos, apenas tem olhos para o povo Português como um todo. Sabe lá V. Ex.ª que existência dramática tem cada um daqueles portugueses sem emprego!
Pois como Superior, hierarquicamente superior a todos os outros superiores deste país, devia informar-se melhor e saber que aqueles que trabalham contribuem, extra impostos, para aqueles que têm fome. E que faz V. Ex.ª? Embaraça os portugueses.


cad7 12 Dezembro 2010
Na verdade ...
... este discurso não é mais que o elogio de uma lábia sem dimensão.
A pouca vergonha das mais-valias da SLN, as reformas e as mordomias de que usufrui, são a excrescência da assimetria entre o que é dito e o que é feito, no melhor exemplo da falta de ética tão gratuitamente propalada.
Nem refiro a destruição do tecido produtivo afecto ao sector primário e secundário ocorrida entre 85-95, enquanto era PM, uma vez que o acho um perfeito incapaz e dele só poderiam sair más práticas e más políticas.
Compreendo que a direita ignorante, inculta, clubista idolatre este senhor, mas não consigo entender por que a direita séria, vertical e com ideais não tem um candidato. As soluções em Portugal, continuam a hibernar...


NCB, Lisboa. 11.12.2010 00:06
Que grande lata!
Condescendeu com a entrega de fundos para o abate de barcos de pesca. Subsidiou, sem controlo, inexistentes "formações profissionais", através da então CEE. Incentivou o corte radical no sector primário. Foi o marco fundador da destruição do aparelho produtivo e exportador, que agora vê como "única solução".
Arrependeu-se? Não, limita-se a dizer isto: "Nós temos de nos sentirmos envergonhados por estarmos no século XXI, Portugal ser uma democracia, ser um país que, apesar de tudo, está num desenvolvimento acima da média. No entanto, alguns de nós, alguns portugueses sofrem de carência alimentar”.
Gostei do "termos de nos sentirmos". Nem o Tomás.


Alexandre Pais, Berças. 11.12.2010 00:07
1700 euros de reforma para Cavaco
Na pobrezinha, atrasada e subdesenvolvida Suíça não existem pensões superiores a 1700 euros no serviço público, o que inclui obviamente os "políticos".
Já imaginou, senhor Cavaco, receber só 1.700 euros de reforma do Estado depois desta vida de "canseiras" que tem tido em prol do "bem comum"?
Já pensou como é bom nós sermos um país rico que se pode dar ao luxo de conceder aos nossos políticos a bagatela de acumularem umas pensõezinhas pelos "superiores" serviços prestados à "nação"?
Ah senhor Cavaco, acho que sim, que portugueses como o senhor deviam ter vergonha de haver fome em Portugal! Tenha um gesto nobre uma vez na vida, desista voluntariamente da sua acumulação de pensões e entregue o resto para o combate à fome. Garanto-lhe um lugar na História, assim ficará apenas como mais um entre a corja de oportunistas medíocres que afundaram Portugal quando este tinha finalmente todas as condições para crescer. Não fale de pobreza nem de fome, fica-lhe muito mal.


Dem, S.M.Infesta. 11.12.2010 00:10
Farto de canalhadas
Só um povo anestesiado e tornado inofensivo é capaz de aceitar semelhantes enxovalhos.
São os que nojentamente ganham várias reformas por inteiro com alguns anos de trabalho, são os que ganham dinheiro com a desgraça dos pobres, são os que escondem os subsídios e os lucros fáceis de obter, são estas pessoas que se dirigem aos mais desfavorecidos apelando ao coração. São os que pouco podem que vão ajudar os que nada têm.
É uma vergonha ter que votar e aceitar estes políticos. Que Deus nos perdoe! Que Deus tenha pena dos portugueses.


Paulo Santos, Fundão. 11.12.2010 00:21
Faça alguma coisa, homem!
É inacreditável que o Chefe do Estado venha dizer uma coisa destas. Envergonhado deveria sentir-se ele mesmo, em primeiro lugar.
E é inacreditável que, sendo um "democrata" e com os portugueses a viverem essas dificuldades tremendas, receba ele mesmo duas pensões de reforma elevadíssimas e mais um ordenado perpétuo elevadíssimo.
E ainda vem dizer que os portugueses devem sentir-se envergonhados. Pois devem, sim! É uma vergonha horrorosa.
Faça alguma coisa, senhor, que é para isso que os portugueses lhe pagam, não é só para dizer coisas destas. É para fazer alguma coisa! Parece que não é capaz de fazer. E não é nada pouco o que recebe.


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Não há pequenos-almoços grátis


O país tem três graves problemas para resolver: a mediocridade da educação, a morosidade da justiça e a estagnação da economia. Na economia avulta a dependência do exterior para satisfazer as nossas necessidades alimentares.
É do negócio da alimentação e, mormente, da nossa carência na produção de alimentos, que se fala em Não há pequenos-almoços grátis:


"Um produtor alentejano vende hoje uma saca de trigo mais barata do que há 20 anos. Mas um papo-seco custa várias vezes mais.
(…)
A alimentação é um dos grandes sectores económicos do século XXI. O mundo não está apenas a exaurir os seus recursos financeiros e ambientais — mas também os alimentares. Porque somos cada vez mais. Porque os alimentos estão mal distribuídos, entre países e entre classes sociais. Mas, sobretudo, por causa do crescimento das classes médias nos países emergentes (centenas de milhões de chineses, brasileiros, etc. saíram da pobreza nos últimos anos). As suas dietas tornam-se mais exigentes, em quantidade e em proteínas. A carne, os cereais, tudo está mais caro.
(...)
A economia agrícola é dos fenómenos mais fascinantes de estudar. Salazar doutorou-se nos fluxos do trigo, Cunhal especializou-se na questão agrária. Mas os parolos dos governantes portugueses de há 20 anos decidiram que não era "cool" investir em Agricultura. Depois do desinvestimento com a reforma agrária dos anos 70 e das políticas de rendimento dos anos 80, com Cavaco a aceitar a iniquidade da subsidiação europeia, ficámos sem agricultura. Hoje, não temos factor trabalho nem capital (a maquinaria está obsoleta), e a produção que sobrou liquidou-se perante a concentração da distribuição. E assim estamos de fora de um dos grandes negócios do século: a alimentação.
"


carlos.gaspar 10 Dezembro 2010 - 15:11
CG - A saca de trigo efectivamente vale menos do que há 20 anos
Cada vez é mais barato e fácil alimentar a população mundial.
Uma das causas é a automatização e processos de produção tecnologicamente mais avançados.
A verdade é que a matéria prima é cada vez mais barata no produtor agricultor, mas depois de passar por vários cartéis fica escandalosamente cara no consumidor.
Um dos cartéis a funcionar em Portugal é o cartel do pão, já várias vezes condenado na justiça. Este cartel faz com que a saca de trigo, paga ao produtor alentejano, se torne em 12 cêntimos por menos de 50 gramas quando se junta água, fermento e sal...

Como se pode, sequer, falar em escassez de cereais? Por exemplo, os EUA, onde nos anos 60 mais de metade da população vivia da agricultura, hoje em dia, depois de aumentos de produção enormes e de pouco mais de 1% da população conseguir abastecer os habitantes locais, ainda exportam quantidades enormes para todo o mundo.
O que acontece é que a escassez provoca o aumento do valor dos produtos... O cartel que conseguir criar a ideia de escassez vai obter lucros enormes, pois vai produzir menos e vender mais caro, apesar de todas as inovações tecnológicas ditarem a diluição de preços.

Não existe crescimento de consumo no mundo que se sobreponha ao enorme aumento de produtividade dos últimos anos, onde todos temos no imaginário enormes tractores que plantam e colhem o trigo, e outros cereais, com um nível de automatização assombroso.

Quanto ao aumento de população, é evidente que esse motivo ainda não é válido, apesar do argumento poder vir a ser preocupante. Neste momento, se puséssemos todos os humanos habitantes da terra num país como a Austrália, cada humano teria direito a mil metros quadrados para viver. Uma família de quatro pessoas teria direito a 4 mil metros quadrados e ainda teríamos os recursos do resto do mundo para explorar.

A escassez é um conceito frequentemente utilizado por monopólios ou cartéis para produzir lucro.
A verdade foi dita no fim "[este é] um dos grandes negócios do século", pois foi permitida a concentração da produção e altos níveis de cartelização do sector.
Hoje em dia a produção de certos alimentos é de valor negligenciável devido às tecnologias empregues.
E mais, o valor do pão é desprezável... A semana passada conseguíamos comprar 1kg de bolo-rei no LIDL mais barato que o valor do pão carcaça ou papo-seco na maioria das padarias. Isto diz alguma coisa não?




Speeding 10 Dezembro 2010 - 15:27
Bom artigo
Pior do que estar fora do negócio é a dependência alimentar implícita (70%)!
Que mais é preciso para julgar os resultados das teorias levadas à prática durante os últimos trinta anos?
Ah! Peço desculpa, não há que julgar os resultados, mas sim as teorias ... "Não olhes para o que faço, mas sim para o que digo"
E assim continuamos a cavar a própria sepultura, enjeitando responsabilidades e culpando o resto do mundo.
Persistimos nos erros e pomposamente chamamos-lhes convicções. Persistimos na demagogia e habilmente chamamos-lhe "ideais políticos".


luisptavares 10 Dezembro 2010 - 15:59
A política do subsídio
O grande erro consistiu no pagamento para produzir, ao invés de pagamento por produto produzido...


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Morreu o economista Ernâni Lopes


Ernâni Lopes (Lisboa 20.02.1942 - Lisboa 02.12.2010), que era actualmente professor do Instituto de Estudos Europeus, Universidade Católica, foi ministro das Finanças no IX Governo Constitucional (bloco central liderado por Mário Soares), entre 1983 e 1985, durante a intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) motivada pela situação de ruptura financeira do país.

Trabalhou no Banco de Portugal no período 1967-1975, tendo sido seu consultor económico entre 1985 e 1989.
Foi embaixador na República Federal da Alemanha no período 1975-1979 e em Bruxelas chefiou as negociações para adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE) em 1979-1983.

Licenciou-se em Economia em 1964, no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (actual ISEG), Universidade Técnica de Lisboa, e fez o seu doutoramento em Economia em 1982, na Universidade Católica.

Em 1988 criou uma empresa de consultoria em Geopolítica, Estratégia e Competitividade, a Saer, onde nasceu a ideia do investimento na economia do mar para ajudar o país a sair da estagnação económica.
Encomendado pela Associação Comercial de Lisboa, o estudo "O Hypercluster da Economia do Mar" defende que o imenso conjunto de actividades ligadas ao mar podia ser "simultaneamente, uma força propulsora e um catalisador capaz de organizar e dinamizar um conjunto de sectores com elevado potencial de crescimento e inovação e capacidade para atraírem recursos e investimentos, nomeadamente externos, de qualidade".

Recentemente confessou numa entrevista:
"Devo dizer que em 1985, quando fechei o programa com o FMI, jamais me passou pela cabeça que voltasse a haver uma situação como a de hoje. Considerei que era um assunto que em Portugal não se repetiria. Quem estava errado era eu.
O governo de então resolveu o problema, estabilizou a economia e com a adesão
[à CEE] criou perspectivas de desenvolvimento como não havia há meio século. (...) [Mas, desde então] fez-se o contrário do que se devia fazer. (...)
[A situação do país] não tem a ver com taxa de juro, oferta de moeda nem finanças públicas. Tem a ver com qualquer coisa mais importante. Os problemas resolvem-se com estudo e trabalho e não com facilitismo e aldrabice."

*

Relembramos uma sua intervenção e arquivamos uma amostra dos comentários do Jornal de Negócios e do Público:


dropdead 02 Dezembro 2010 - 11:40
Um homem bom e íntegro
O Dr. Ernâni Lopes foi o homem certo no momento em que o País mais precisou dele, com determinação, humanismo e também um sentido de humor muito próprio. Uma voz moderada, lúcida, relativizando algumas tiradas mais bombásticas que outros pronunciavam, é para mim o exemplo do político de que Portugal precisa.
Tinha uma grande característica como político: não gritava. Os outros, como os actuais PM e o Ministro das Finanças, devem ir buscar ao nível de ruído a convicção que lhes falta para afirmar o que afirmam.
Portugal perdeu um grande homem, um homem bom que cumpriu a sua missão: foi o melhor que sabia e era capaz de ser.

3D 02 Dezembro 2010 - 12:02
Paz à alma do homem...
e o fim aos disparates que disse nos últimos tempos. Um teórico da treta que nunca trabalhou no duro nem percebeu o que é poupança e confiança.

fpessoal 02 Dezembro 2010 - 14:22
Para o 3D: Desapareceu uma mente lúcida
Nos últimos meses tentou abrir os olhos à sociedade portuguesa mas nunca foi ouvido e foi ignorado pelos governantes. Um homem que deixou uma mensagem clara do caminho que os Portugueses têm que percorrer para poderem dar um futuro melhor às futuras gerações.
É uma grande perda para Portugal. Uma perda que passará ao lado do povo anestesiado com as 1001 novelas e dos muitos 3D ignorantes que nunca souberam dar valor a quem realmente o tem.
A melhor forma de o homenagear será assistir aos dois programas do "Plano inclinado" em que nos dá a sua visão lúcida de Portugal, dos políticos e do povo português. Vale a pena investir 2 horas para aprender algo de útil:


31 Mai 2010 Portugal em 2014 - Economista Prof. Ernâni Lopes



14 Jun 2010 Sustentabilidade do nosso Fundo de Pensões


Salvador costa 02 Dezembro 2010 - 14:54
"Ernâni Lopes: A lucidez da sabedoria"
1- Ernâni Lopes não era somente um economista respeitado, um ex-governante que teve a difícil missão da negociação da entrada de Portugal na C.E.E. Ernâni Lopes era um homem de cultura, de uma enorme lucidez na análise da situação económica, política e cultural do país e do mundo.
2- O seu exemplo de professor marcou seguramente gerações de alunos.
3- Tinha a virtude da honestidade intelectual e a frontalidade de quem defende valores e convicções.
4- Morreu um Português de valor e de dedicação a Portugal.


Francisco Melo Albino, Portugal. 02.12.2010 14:00
Prof. Ernâni Lopes
A minha modesta homenagem ao meu Professor do Instituto de Estudos Europeus no XV Curso de Pós-graduação e na 1ª edição do Mestrado em Estudos Europeus, tendo o Professor Ernâni Lopes sido o orientador da minha dissertação, nesse Mestrado.
Com ele aprendi muito do que sei hoje e reaprendi noutra perspectiva algumas coisas que já sabia de outro modo. Um Professor muito exigente, enciclopédico no ensino. Para ele, estudar a Europa e a integração europeia, exigia estudar Economia, História, Geoestratégia, Prospectiva, Planeamento, Gestão, Diplomacia, ... Sem isso tudo, entendia o Professor Ernâni Lopes, não se compreenderia nunca o mundo em que vivemos, porque chegámos aqui e onde estaremos daqui a 20 anos...
Portugal deve-lhe muito e oxalá o nosso país fosse capaz de começar a praticar o que nós chamávamos os "7 mandamentos do Professor Ernâni", a saber: estudar, estudar, estudar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, como ele repetia incessantemente nas aulas. Esse é o único segredo que nos pode tirar da má situação em que estamos.
Bem haja Professor e descanse em Paz.

Anónimo, Lisboa. 02.12.2010 18:03
Na sala de espera
Perdi a conta às vezes que me cruzei com ele nas salas de espera do IPO.
Lembro-me como sempre me fazia sentir bem a sua presença. Alguém com a sua dimensão humana e intelectual, ali, ao meu lado, a escassas cadeiras de distância, por vezes menos. Esperava, como eu esperava, sentado num hospital público.
Aguardava pacientemente, acompanhado sempre por alguém que imagino ser a sua esposa, que o seu nome fosse chamado no altifalante, momento em que o anonimato, caso dúvidas ainda houvesse, seria totalmente desfeito.
Embora pudesse certamente, como eu posso, comprar um pouco mais de conforto e privacidade num qualquer hospital privado, desses da moda, em que o dinheiro compra tudo menos a vida.
Nunca falei com ele. Mas vou sentir a sua falta na sala de espera.
Até breve Doutor Ernâni Lopes.


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Qualidade na democracia, precisa-se




No dia da restauração da independência de Portugal, o Presidente da República, Cavaco Silva, manifesta-se apreensivo com o "desprestígio da classe política" portuguesa:

"Existe, de facto, um problema de qualidade na nossa democracia, para o qual eu alertei várias vezes. Não podemos ceder ao populismo fácil de criticar por criticar a classe política.
Antes disso, temos de pensar naquilo que nós próprios devemos fazer pelo país. Não irei fazer promessas que não poderei cumprir. Um Presidente responsável, no quadro dos poderes que a Constituição lhe confere, não pode prometer que vai alterar uma situação que diz respeito a todos, começando pelos agentes políticos, que devem dar o exemplo. Esse é um dos meus modos de actuação, a magistratura do exemplo.
"

*

A opinião dos outros:

Classe? Política? Na mesma frase?, País das maravilhas. 01.12.2010 17:50
Classe? Política? Na mesma frase?
O nosso excelso Sr. Presidente que me perdoe, mas isto não soa nada bem. Senão vejamos: Aeroporto Macau_Luvas, Diploma_Domingo, Viagens desdobradas_Lágrimas de crocodilo, Comissão Parlamentar_Palhaço, Deputado_Furto de gravador, Fuga à justiça_Impunidade, Quem se mete com...leva_Administrador empresa com parcerias estatais, Freeport_intocável, Moderna_intocável, BPN (o roubo do século)_alguém preso?
Seria fácil e fastidioso alongar esta lista de binómios. É fácil criticar por criticar, mas são tantos os motivos que existem, se para conduzir é preciso licença, porque é que não o é para ser político? É suficiente não ser tiririca? Acha que o Povo pior não fica? Ouça o nosso 1º a falar de economia e eu de lagares de azeite e veja lá se não é a mesma coisa...

LinguaViperina, Madragoa. 01.12.2010 17:59
Cavaco escavacado
Parte do problema qualitativo da democracia prende-se com ele próprio; ele não existe, curva-se, desaparece, apaga-se, não marca limites, não aponta horizontes, não se opõe ao que esta errado. Dir-me-ão: o Presidente não governa, o Governo governa.
Pois é, mas é o "garante do regular funcionamento das instituições", cláusula bem abrangente que, para devidamente ser interpretada, necessita de ter em conta os outros preceitos da Constituição.
Em última instância significa tal conceito uma "magistratura de influência", um marcar posição, não um apagar-se, curvar-se, negar-se, perante as maiores barbaridades, os maiores e mais irracionais desperdícios de um Governo cilindrado por inconfessáveis interesses privados (corrupção).
Cavaco, politicamente falando, é um inútil. O povo gosta de Cavaco, povo de pouca capacidade de análise crítica, povo limitado nas exigências. Um povo assim merece Cavaco.

Miguel Sousa, Lisboa. 01.12.2010 18:00
A qualidade da democracia
Pois há, um grande problema de qualidade, e a Presidência não foge a isso.
Quando os conselheiros do PR aparecem envolvidos no escândalo da bancarrota do BPN, quando "ofereceram" mais de 100% ao ano de juros ao próprio PR e este não se interroga da "qualidade" desses investimentos, quando os ditos conselheiros dizem que assinavam de cruz os documentos de transferências para offshores e quejandas, e quando "fogem" para fora do país, quando não têm bens penhoráveis, quando os bens se encontram distribuídos por familiares ou pertencem a empresas sediadas em paraísos fiscais, há de facto um problema de qualidade.
Mas o pior mesmo, é que esse problema é de tal ordem que, olhando para o horizonte dos candidatos, não se encontra alternativa. O meu voto será em branco porque conheço os seus mandatários e os seus conselheiros e, do que conheço deles, não gosto mesmo, mas mesmo, nada.

Paulo Gonçalves, Porto. 01.12.2010 18:28
Não são democráticas
As eleições presidenciais são uma farsa à maneira antiga. O presidente já está eleito com o forte apoio da imprensa e media em geral suportada nos grandes grupos económicos. Já decidiram por mim e eu não vou contribuir para a farsa. Abstenho-me pela primeira vez na minha vida cívica porque percebo que as eleições presidenciais que se aproximam não vão ser democráticas.

Anónimo, faro. 01.12.2010 19:14
Temos fome Sr. Presidente
Caro Presidente, não queremos saber da qualidade da classe política que já sabemos que é baixíssima. Queremos saber como vamos fazer para não passarmos fome!

zequim, pais da treta. 01.12.2010 19:53
Democracia da treta
Em Portugal existe é uma democracia da treta que serve apenas os interesses da classe política, a filharada dos políticos não está desempregada, tem bons lugares no aparelho de Estado e nas empresas públicas ou privadas por serem filhos de quem são, tem todo o apoio do Estado ou organizações por este subsidiadas para se lançarem num qualquer projecto, enquanto os filhos dos portugueses comuns fartam-se de bater a portas que nunca se abrem, se isto é democracia vou ali e já venho, isto mais parece uma quinta tomada de assalto por certa gentinha.

Paulo Santos, Fundão. 01.12.2010 20:01
Há, sim, um grande problema de qualidade!
Há, sim, um grande problema de qualidade na democracia portuguesa! Esse problema decorre da baixíssima qualidade dos actuais políticos...
E os melhores portugueses estão cansados deles e desta situação. Têm que aparecer novos políticos. Capazes.

JS, Lx. 01.12.2010 20:41
Esclarecer
A minha visão apolítica do cargo do PR é que ele é o garante da Constituição, isto é verifica que todas as leis e diplomas estão de acordo com a Constituição. Compete ao governo governar.
Que o governo tem sido péssimo, que tem o país de rastos na economia, na justiça, na segurança, etc., disso não há dúvida. Que, com verdade ou mentira, o PM tem sido envolvido em demasiados casos que desacreditam o governo e o país, também é verdade. Que o PGR e o presidente do STJ abafaram o caso "face oculta" duma forma pouco clara, também é verdade. Que os casos de Alcochete, da Independente, dos aterros da Guarda, e outros, nunca foram esclarecidos de forma a não deixar dúvidas, também é verdade. Porém, foi o povo que deu ao PS a maioria para governar.
Criticar é fácil, mas é bom que alguém nos ensine o quê, de facto, o PR poderia fazer nas finanças, na justiça, etc., com os poderes que tem. Tectos de vidro, todos os candidatos decerto terão. E, para evitar situações idênticas no futuro, é preciso alterar a Constituição e dar ao PR mais poderes, para lhe podermos exigir mais.


How to Survive the End of the World as We Know It


Esta obra simula um conjunto de acontecimentos imprevistos — um ataque terrorista, a falência de um Estado não apoiado, uma pandemia global ou catástrofes naturais de dimensão global — e os consequentes danos colaterais.
A falta de água e energia, a armazenagem e gestão de produtos alimentares, as comunicações, a segurança contra intrusão, a existência de medicamentos e correcta automedicação, o tratamento de pomares e animais ou a mobilidade são alguns dos problemas tratados para servirem de reflexão aos indivíduos, às famílias e às organizações.
Escrita por James Rawles, um ex-capitão do exército americano, formado em História Militar e Ciências Militares e treinado em tácticas e estratégias do planeamento militar para situações extremas, vai servir de pretexto para se abordar de uma perspectiva mais profunda a convulsão social, económica e financeira que atravessamos.

Comecemos pelo nosso problema doméstico:


Olisipone 30 Novembro 2010
O problema não é o só o Défice, é a Dívida
O Défice é um problema a curto prazo. Difícil de resolver quando se está totalmente endividado e para fazer os pagamentos até ao final do ano, em vez de ir buscar dinheiro à poupança que já não existe, é necessário contrair mais um (se fosse só um) empréstimo. Mas podia ser resolúvel com um aperto de cinto muito drástico e medidas circunstanciais e draconianas.
Se essas medidas não forem tomadas ou não chegarem para resolver o problema pontual e recorremos mais uma vez ao crédito, aí estamos a avolumar a Dívida e esta não pára de crescer!
E quando se fez isso durante cinco anos consecutivos, em que ainda por cima se aumentaram os gastos, o resultado é este:
Passivo Financeiro do Estado, no OE2005, era 40,2 mil milhões de euros, OE2010 foi 90,1 mil milhões e no OE 2011 estão previstos 115 mil milhões.
Dívida Directa do Estado, segundo o IGCP, em Fevereiro de 2005 (data em que o PS ganhou eleições) ascendia a 92,7 mil milhões. Em Setembro de 2010 já eram 147,7 mil milhões, mas com as recentes emissões de dívida deve rondar os 155 mil milhões.
Donde se conclui, se "sofremos" com os mercados foi porque este Governo nos endividou além das nossas possibilidades, em vez de reduzir o Défice e a Dívida!


Olisipone 30 Novembro 2010 - 12:43
A fé no enriquecimento pessoal
O problema é que os portugueses, em vez de raciocinarem, actuam por crença, tanto no futebol como na política. Já nem falo da Fé Católica, que mesmo assim penetra a esfera do pensamento político sobrepondo-se à ideologia (caso dos Liberais-Cristãos, entre outros). Mas da Fé nos Mercados, na Iniciativa Privada, na Empresa, no progresso, não como resultado, mas como objectivo.

Se houvesse verdadeiramente em Portugal uma Iniciativa Privada (e não falo da iniciativa de cada um ao nível do enriquecimento pessoal, mas de iniciativas úteis à economia e à sociedade) não havia necessidade de conceder tanto crédito, tantos benefícios fiscais, nem de fazer tantas importações. Ora certos partidos e outros apóstolos do Neo-Liberalismo têm tal Fé — que, por definição, é cega — nos Mercados e na Empresa, que não só se recusam a ver os resultados catastróficos dessa ausência de raciocínio, como querem desmantelar a única entidade estruturante capaz de resolver o problema, que é precisamente o Estado.

Neste contexto surge um antagonismo entre empresa e Estado. Como se fossem entidades que se excluíssem reciprocamente. Com a penetração cada vez maior do Estado, vocacionado à partida para o Interesse Geral, por grupos de pressão e interesses privados que estão vocacionados para o Lucro, obviamente que o Estado tem vindo não só a retroceder na sua missão, como a desviar-se do seu rumo e objectivo.
O antagonismo é resultado das pressões mas não é estrutural, é circunstancial. A prova é que, noutros locais e noutras épocas, os interesses privados conseguiram perfeitamente medrar em coabitação com um Estado forte.

O problema que deriva da Fé na Iniciativa Privada, é a negação da Fé no Estado e no Interesse Público. Ou seja, não de meios, mas da crença, ou da hierarquia de valores estabelecida como instrumento para alcançar os objectivos. Porque no fundo, não há diferença de objectivos a não ser para alguns.

E assim surge irremediavelmente aqui o conceito de luta de classes. Não ao nível reivindicativo-sindical ou de relações entre empresários e trabalhadores, mas ao nível da sociedade. É que não há consciência de classe.
A maior parte das pessoas que defendem o fim do Estado e a predominância da Inciativa Privada e da Economia de Mercado sobre o Estado, ou seja, a tal diferença de objectivos que distancia o Sector Público do Sector privado, defendem na realidade o direito ao enriquecimento pessoal não como projecto político de sociedade, mas como projecto individual.
Não estão portanto a defender os interesses da sua classe, mas os interesses de um pequeno grupo de empresários e de investidores que se opõem ao Estado. A crença na "bondade" da Economia de Mercado e da Empresa equivale pois a defender os interesses de outra classe, mas não é uma posição política, é apenas um projecto de promoção individual.


Dis aliter visum: Só há um problemazito. Como evitar que grupos de funcionários do dito Estado, cuja função é defender o Interesse Geral, decidam fazer um admirável aproveitamento pessoal sem se preocuparem com as consequências nefastas para a sociedade, encostados ao facto das instituições públicas não terem de dar lucro e se poder delapidar os recursos humanos? Independentemente de, no futuro, poderem ser prejudicados, como elementos dessa sociedade e se a posição social do corpo especial que integram for baixa. Cito este exemplo e estoutro.

Passemos agora ao problema mundial:


Olisipone 30 Novembro 2010 - 12:30
Posso exagerar?
O dinheiro em circulação não corresponde, desde que se abandonou o Padrão-Ouro, a reservas de nenhuma espécie detidas por alguém em algum lugar...
O dinheiro impresso é apenas uma pequena parte do dinheiro nominalmente existente, cuja maior parte só existe nos discos rígidos dos computadores... A "riqueza" dos Bancos e as transferências efectuadas são virtuais, tal como as dívidas.
O problema não é realmente económico ou financeiro, mas contratual. Quando ambas as partes, neste caso os Estados e a Banca, fizeram contratos com base em premissas falsas, o contrato deveria ser considerado nulo.
A Revolução que se aproxima vai acabar com o sistema bancário não só na Europa mas a nível mundial, pois segundo os cálculos dos americanos o sistema bancário global tem uma dívida de 4 milhões de milhões de dólares, que corresponde ao montante da fraude perpetrada pelos bancos que não emprestaram ou contabilizaram numerário, mas apenas garantias adquiridas contratualmente por Estados, empresas e particulares com base na mentira de que esse dinheiro existia.
Portanto nos próximos dez anos, ou talvez antes, o sistema que conhecemos vai dar um estoiro e teremos que regressar ao Mercantilismo.