terça-feira, 25 de outubro de 2016

O presidente da CGD vai receber um salário de 423 mil euros - II


António Domingues é o presidente da Caixa Geral de Depósitos mais bem pago na história do banco público.

António Domingues e os restantes administradores executivos da Caixa Geral de Depósitos (CGD) vão auferir os salários mais altos da história do banco do Estado.
Antes de Domingues, o presidente com o salário mais elevado tinha sido Fernando Faria de Oliveira.

Além disso, Domingues e os restantes gestores da CGD não terão de entregar a sua declaração de rendimentos ao Tribunal Constitucional.

"A ideia é a CGD ser tratada como qualquer outro banco. Essa foi a razão para que fosse retirada do Estatuto do Gestor Público. Está sujeita a um conjunto de regras mais profundo, como estão todos os bancos. Não faz sentido estar sujeita às duas coisas. Não foi lapso. O escrutínio já é feito", esclareceu o Ministério das Finanças.

Para o ministério de Mário Centeno, "os corpos dirigentes da CGD têm que prestar contas ao accionista e aos órgãos de controlo interno. Estão assim disponíveis para revelar essa informação [sobre o seu rendimento, património e possíveis incompatibilidades] ao accionista".

Antes de assumir a presidência da Caixa Geral de Depósitos, António Domingues esteve no BPI durante 27 anos. O relatório e contas semestral de 2016 do BPI revela que o ex-vice-presidente da instituição tinha 56.042 acções do BPI no valor de 62 mil euros à cotação actual.

O relatório de 2016 revela ainda que António Domingues recebeu no primeiro semestre remunerações no valor de cerca de 610 mil euros — soma de uma remuneração fixa de 211,7 mil euros com uma remuneração variável de 397.783 euros correspondente ao prémio de desempenho relativo ao exercício de 2015.

Domingues tinha também opções sobre 426,8 mil acções do BPI, como parte da remuneração variável atribuída, que só podem ser exercidas a partir de Julho de 2018.


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O busílis do problema é que os accionistas das outras instituições financeiras têm a possibilidade de controlar a contabilidade desses bancos e votar os relatórios e contas respectivos. E os que votarem derrotados podem vender as suas acções.

No banco público, porém, o accionista é o Estado, ou seja, todos os portugueses. Acontece que os portugueses são representados pelo governo socialista de António Costa e os de boa memória ainda não esqueceram os buracos financeiros deixados na CGD pelo anterior governo socialista de José Sócrates que terão de pagar através dos brutais aumentos de impostos que se avizinham. E a única escapadela para fugirem à ditadura dos analfabetos funcionais e subsidiodependentes que apoiam o actual governo é a emigração.


A opinião dos outros:


AVerVamos
ASSIM É QUE É! Gosto mesmo é de ver os geringonços palermas a defender os geringonços espertalhões. Os tais amigos do "povo", dos "pobres" e dos oprimidos! Agora paguem aqui a este oprimido! E é assim que se vai fazendo socialismo na republica das bananas. Qual Venezuela, qual quê. Portugal é que é!

Camponio da beira
As lições que a história nos tem dado sobre os gestores de nomeação política, seja nas empresas públicas, seja nas privadas, é que quanto maior for o salário, pior tem sido o desempenho. Muitos deviam estar presos e na miséria à qual condenaram muita gente que confiou neles.

Anónimo
A nomeação deste senhor é mais um caso do estado de alma desta GERINGONÇA. Bloquistas, comunistas e outros, mais ou menos parecidos, pensam que, por ventura, Portugal poderá ser parecido com Cuba, Coreia do Norte ou semelhantes. Haja alguém com coragem, seja onde for, que comece a desmascarar isto.

Anónimo
Uma vergonha e um roubo descarado! Ainda me lembro de quando o BE e o PCP defendiam que o banco público (CGD) deveria ter um comportamento diferente dos outros bancos, afinal...
Ai, ai Catarina e Jerónimo quem vos viu e quem vos vê!

JCG
Estes tipos (do governo) não só são incompetentes como também são alarves. Confundem governar um pais com decisões sobre o seu quintal.
Que se juntem todos os outros partidos na AR e imponham algum decoro nesta palhaçada.
Mais: o acionista da CGD não é o governo ou o MF; são os portugueses.

Jorge Vieira
Mas o accionista não é o Estado? E quem é que o Estado representa? Não devia qualquer Português ter acesso a tais informações, tal como tem de outros gestores?

Lucilia Fonseca Domingues
Ora viva a transparência e a democracia dos governos de esquerda. Os portugueses ainda merecem pior, para ver se aprendem de uma vez por todas.

JCG
Para já, vou perguntar ao Governo e ao Ministro das Finanças quais são os objetivos estratégicos que o representante do acionista fixou para a administração da CGD.
Sugiro que outros portugueses façam o mesmo.
É preciso e urgente pressionar essa gente. Que chovam cartas nas secretárias dos tipos.


terça-feira, 18 de outubro de 2016

O presidente da CGD vai receber um salário de 423 mil euros - I


O ministro das Finanças Mário Centeno divulgou os salários da nova administração da Caixa Geral de Depósitos.

Mário Centeno revelou hoje no Parlamento, em resposta aos deputados do PSD que pediram esclarecimentos sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), que António Domingues, o presidente do conselho de administração deste banco público nomeado pelo governo de António Costa, vai receber um salário de 423 mil euros por ano, ou seja, um valor acima de 30 mil euros por mês (14 meses).

O ministro acrescentou que os administradores executivos terão um salário anual igual a 337 mil euros, o que corresponde a 28 mil euros por mês. Por sua vez, o salário anual dos administradores não executivos vai ser 49 mil euros.


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O seguinte comentário à notícia do Negócios diz tudo:

JCG
Este Groucho Marx Centeno é o exemplar mais acabado da média e da mediana da mediocridade e da imbecilidade engravatada nacionais.
Para calcular médias e medianas bastava um aluno do 1º ano de um qualquer curso de gestão. Mesmo de universidades farinha amparo. Não era necessário uma comissão de vencimentos constituída por uns quantos ilustres que certamente também vão custar uns milhares.

Além disso, informar que o Domingos vai receber 400 e tal mil euros anuais de salário é curto e pouco. Centeno devia informar qual é o pacote completo que foi oferecido à figurinha — porque esses membros da casta superior não se contentam com regras corriqueiras — enfim, quanto é que efetivamente esses crânios vão custar na totalidade por ano aos contribuintes portugueses em salários, fundos de pensões, bónus, carros topo de gama, mordomias várias, etc.

Felizmente para o Centeno, os jornalistas que lhe surgem pela frente estão igualmente na média e mediana da mediocridade e imbecilidade nacionais pois face ao conforto do Centeno ao anunciar que os ditos cujos iriam receber em linha com as médias não sei de quê talvez lhe devessem lembrar que tem havido bancos a apresentar lucros e outros e acumular prejuízos.
Se é certo que os novos administradores não são responsáveis pelos prejuízos anteriores da CGD, também é verdade que deviam ter oportunidade para demonstrar que serão capazes de inverter essa situação e devolverem em dividendos aos acionistas os milhares de milhões que estes injetaram na CGD.

Pelo que a conversa do Centeno quanto a mim tem mais a ver com aspirações futuras escondidas do Centeno — quando deixar o Governo ainda vai arredondar e engordar o rendimento como administrador da CGD — do que com qualquer critério consistente e civilizado.

Por isso, para mim a coisa seria clara:

O salário mais alto a pagar pela CGD, no caso ao Domingos, não devia exceder um múltiplo 15 do salário mais baixo pago pela CGD até que a CGD apure lucros líquidos correspondentes a uma taxa de lucro (ROI) que iguale a taxa de juro mais alta paga na dívida pública portuguesa.
Quando, e se esse limiar for atingido, então o múltiplo poderia aumentar até 20. Em tudo o resto que aplique a lei geral. Para isto não seria precisa comissão de remunerações.