segunda-feira, 31 de março de 2014

Manuel Valls vai governar a França


Após a derrota do partido socialista nas eleições municipais, esperava-se que François Hollande anunciasse uma profunda alteração governativa na sua alocução televisiva desta noite.
O presidente francês começou por prestar homenagem ao seu ex-primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault que teve de executar a tarefa difícil de fazer reformas. De seguida, e tal como se previa, Hollande confirmou a nomeação do ministro do Interior, Manuel Valls, como o novo primeiro-ministro:


Dailymotion/Le Monde.fr 31.03.2014

Hoje é o momento de abrir uma nova etapa. Por isso confiei a Manuel Valls a missão de conduzir o Governo de França. Tem o perfil adequado. Vai ser uma equipa muito compacta, coerente e unida, um governo de luta."

A este governo confiou a tríplice missão de reanimar a economia, garantir a justiça social e criar a coesão. Para apaziguar a ala esquerda do PS, Hollande vai propor um pacto de solidariedade:
"Ao Pacto de Responsabilidade deve corresponder um Pacto de Solidariedade. O primeiro pilar é a educação e a formação da juventude; o segundo é a segurança social com a prioridade dada à Saúde e, finalmente, o terceiro é o poder de compra com uma diminuição dos impostos dos franceses até 2017 e uma redução rápida das contribuições pagas pelos assalariados."

Terminou a alocução deplorando a "crise cívica e até moral" que a França atravessa:

"Ela sofreu uma contestação das instituições, incluindo recentemente a justiça. Ela perde a sua energia com muita frequência em discussões vãs. Ela cultiva uma ansiedade que os extremistas usam para atiçar ódios e rejeições. A República é o nosso bem comum. Não vou deixar nenhum dos seus valores ser lesado, atacado ou ofendido, em qualquer lugar do país."

"Nenhuma forma de exclusão, estigmatização ou comunitarismo será tolerada. O diálogo e o respeito são, mais do que nunca, a melhor maneira de reunir os franceses e os seus representantes. (...) Este método de diálogo é o meu."


*

Manuel Valls pertence à ala direita do PS e o seu pensamento enraíza na social-democracia alemã e escandinava. Defende um discurso político "economicamente realista" e desprovido de "demagogia".
Ao contrário dos seus pares socialistas, aposta na responsabilidade individual: "A nova esperança que a esquerda deve trazer é a auto-realização individual: permitir a cada um tornar-se naquilo que é". Considerando-se "mais reformista que revolucionário", pretende "reconciliar a esquerda com o pensamento liberal".

Em França, é um político mais popular entre a direita do que entre os próprios socialistas. Numa sondagem realizada antes da segunda volta das eleições municipais, 31% dos franceses gostaria de o ver como primeiro-ministro, enquanto Jean-Marc Ayrault apenas agradava a 11% dos franceses.

Valls defende a existência de quotas de imigração e declarou que os ciganos, que insistem em viver em acampamentos ilegais, não desejam integrar-se e têm a vocação de regressar ao país de origem.
Sendo a Frente Nacional um partido de extrema-direita e anti-imigração que ficou em terceiro lugar nas eleições municipais, a presença de Valls no palácio do Matignon vem desviar-lhe eleitorado. Daí Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, ter-se lançado ao ataque: “Este homem é perigoso. Há que temer o seu domínio. É um homem de autoridade nas palavras. Valls é um homem da comunicação”.




domingo, 30 de março de 2014

Derrota do PS nas eleições autárquicas em França
















Anne Hidalgo, candidata socialista à câmara de Paris (e nova presidente da capital), deposita o voto.
AFP/Miguel Medina








Na segunda volta das eleições municipais em França, os eleitores zurziram o governo socialista ao entregarem 155 cidades com mais de 9000 habitantes ao maior partido do centro-direita, o UMP. Entre estas, está Toulouse, a quarta maior cidade francesa, e Limoges que era gerida pelos socialistas desde 1912.

A Frente Nacional de Marine Le Pen obteve o melhor resultado de sempre em eleições locais: conquistou 10 câmaras, no norte, leste e sul do país, e a presidência do 7º sector em Marselha, uma subdivisão administrativa com 150 mil habitantes. A FN ficou até com mais um vereador que o PS.
No entanto, dos principais candidatos da FN, apenas o seu secretário-geral saiu vitorioso, e logo à primeira volta, em Hénin-Beaumont. Os vencedores da noite foram figuras secundárias que beneficiaram de situações especiais, como sejam gestões autárquicas incapazes ou corruptas.

A abstenção atingiu 38%, um nível recorde para umas eleições municipais. Em termos nacionais, a direita obteve 45,91%, a esquerda 40,57% e a extrema-direita 6,87%.

O ainda primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault arcou com o peso da derrota, ao reconhecer a “responsabilidade colectiva” do Governo por não ter conseguido explicar com a “clareza necessária” os motivos porque a recuperação da economia francesa exige tantos sacrifícios.

Já a ala esquerda do PS aponta o dedo ao “Pacto de Responsabilidade”, apresentado pelo presidente François Hollande no início deste ano, que reduz em 30 mil milhões de euros os impostos cobrados às empresas e aos trabalhadores independentes e impõe cortes de 50 mil milhões de euros na despesa pública até 2017 para diminuir o défice público.

*

Hollande encaixa a pesada derrota, vai fazer uma remodelação do governo, eventualmente substituindo o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, e segue em frente.
Se não tivesse feito promessas irrealizáveis durante a campanha eleitoral das legislativas de 2012, alguma vez teria chegado ao Eliseu?


Tradições africanas ou o futuro da Europa?


Já sabemos que a esquerda radical tem três preocupações essenciais, a legalização da cannabis, o calote da dívida pública e a homossexualidade. No Público, que deve ser o jornal que mais jornalistas esquerdistas tem por metro quadrado, sendo raro o dia que não publica algo sobre estes temas, costuma haver mais notícias sobre gays do que lésbicas, donde se poderá inferir que os primeiros predominam.
Havia, então, que resolver o problema do excesso de mulheres solitárias. Devem ter encontrado a solução nesta reportagem. Eis um resumo, redigido numa perspectiva heterossexual, monogâmica e no reconhecimento do direito da mulher trabalhadora ao recebimento de um salário:


Em 1985, um angolano oriundo do sul de Angola criou aí uma comunidade agrícola e pecuária, mais especificamente no Giraúl, província do Namibe (antiga Moçamedes), usando como mão-de-obra 54 mulheres e muitos dos 154 filhos que delas teve, bem como os 60 netos.

Ao jornalista que fez a reportagem, o patriarca mostrou o seu livro de registos, no estilo dos antigos livros de mercearia, onde constam, para além do nome completo, a data de nascimento e o número correspondente de cada um dos seus filhos, nascidos na comunidade. Dos seus filhos, 25 morreram e os primeiros quatro, que deixou no sul antes de ir para Luanda, nunca os chegou a registar. Actualmente quatro mulheres estão grávidas.

Tchikuteny, o patriarca, é da etnia mucubal e está casado com Eva, com quem partilha a residência oficial.
Onze das suas concubinas saíram, entretanto, da comunidade para seguirem outro rumo. Cada uma das restantes tem casa própria, de dimensão proporcional ao número de crianças que lá vivem, feita de pau-a-pique, ou seja, de ramos entrecruzados e barro, recorrendo aos ramos das acácias que abundam no leito seco do rio Giraúl. Nestas casas, Tchikuteny não entra porque a relação privilegiada é a de mãe-criança, “onde homem não deve entrar”.
Há ainda uma outra casa, dedicada aos "encontros amorosos", que podem acontecer com mais do que uma parceira. Nessa, a construção é de tijolo de adobe misturado com cimento e as paredes são rebocadas. O tecto, de zinco, é sustentado por pequenas vigas em ferro. Tem uma só divisão, ampla, com algum mobiliário. Ao centro está uma cama de casal em madeira e uma rede mosquiteira, “um luxo quase de cenário de harém” nas palavras do fascinado jornalista.

As concubinas e os filhos cultivam mandioca, milho, mangueiras e bananeiras no leito seco do rio e noutros terrenos planos adjacentes. Mesmo não sendo frequente chover, são terrenos férteis, verdadeiros oásis, graças a um furo artesiano feito a meio do leito do rio. Outra fonte de rendimento é a criação de gado: mais de uma centena de cabeças de gado, metade bovino e outra metade caprino.
Os produtos são vendidos no mercado do Giraúl, à beira da estrada nacional que liga os cerca de 190km que separam as cidades de Namibe e de Lubango.

O patriarca faz a gestão da empresa: separa os bens que ficam para sustento das famílias e os que seguem para ser vendidos; distribui as tarefas agrícolas e pecuárias e reparte os alimentos pelas diferentes casas. O jornalista, que antes já lhe chamara “pai zeloso” por lhe ter pedido para transportar um filho para o hospital, aproveita agora para elogiar as suas qualidades de gestor:
Um pequeno exemplo da sua organização é o facto de todos os dias, com excepção do domingo, a família ter à disposição pão fresco sobre a mesa, porque Tchikuteny acertou com a padaria na cidade o fornecimento de pão a troco do milho que produz”.
E termina, agradecendo o cacho de bananas que o patriarca mandou pôr na bagageira do carro com um "Obrigado sim".





sexta-feira, 28 de março de 2014

Inspecções aos grandes clientes da banca impuseram mais mil milhões de imparidades





O Banco de Portugal divulgou hoje um comunicado com os resultados da análise dos planos de negócio de 12 clientes relevantes do sistema bancário, no âmbito do segundo exercício transversal de revisão das imparidades das carteiras de crédito (ETRICC 2). O crédito global analisado ascendeu a 8,4 mil milhões de euros. Não foi analisado o crédito concedido a entidades do sector público.

Foi estimada a necessidade de reforço de imparidade e de provisões num valor global de mil milhões de euros, com referência a 30 de Setembro de 2013. Este valor, já reflectido nas contas das instituições bancárias, destina-se a assegurar uma adequada cobertura de riscos relativamente aos 12 grupos económicos abrangidos.

Os trabalhos do ETRICC 2 foram realizados por um auditor independente, de acordo com orientações definidas pelo Banco de Portugal (BdP), e envolveram 55 recursos humanos, dos quais 18 colaboradores do BdP, tendo decorrido entre Outubro de 2013 e Fevereiro de 2014.

ESFG e BES foram responsáveis por quase três quartos das necessidades de provisionamento detectadas pelo ETRICC 2.
O ESFG — holding que controla o BES — foi obrigado pelo Banco de Portugal a registar uma provisão de 700 milhões de euros, após queixas de Pedro Queiroz Pereira, de clientes e de outras instituições financeiras de que estava a colocar dívida de sociedades não financeiras do Grupo Espírito Santo, com riscos desconhecidos, através do BES. Ou seja, estava a usar os clientes do banco para financiar as empresas não financeiras agregadas na Rioforte — holding da área não financeira — que não está cotada.
Por outro lado, o BES já tinha registado imparidades de 28 milhões de euros.

O ETTRIC 2 conclui um ciclo de inspecções transversais desenvolvidas pelo Banco de Portugal desde 2011 para tornar o sistema bancário português mais resiliente. No total, estas avaliações obrigaram os oito maiores bancos nacionais — CGD, ESFG/BES, BCP, Banco BPI, Santander Totta, Banif, Montepio Geral, Crédito Agrícola —, que representam 80% do sistema bancário nacional, a um reforço das imparidades e das provisões de 3,8 mil milhões de euros.

O Governador do Banco de Portugal, desde Junho de 2010, é Carlos Costa.



Exercícios transversais de inspecção



Exercícios transversais de inspecção




quarta-feira, 26 de março de 2014

Restrições de acesso à Internet nas escolas vão dar polémica


A Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência enviou uma comunicação às escolas em que anuncia:
  • restrições à entrada no Facebook, Tumblr, Instagram e lojas Android e Apple, entre as 08h30 e as 13h30. No resto do dia há um limite máximo de utilização;
  • o YouTube não terá limitação horária mas fica abrangido por um limite máximo de utilização;
  • actualizações do sistema operativo Windows só serão possíveis entre as 17h e as 8h do dia seguinte.
Estas limitações abrangem alunos, professores e pessoal administrativo ou auxiliar e têm o objectivo de “melhorar a qualidade do acesso à Internet”.

Entretanto o Ministério da Educação e Ciência (MEC) justificou estas medidas com a necessidade de responder à “pressão sobre a rede” que decorre do acesso a páginas que, “de um modo geral, não se revestem de carácter pedagógico”.
Antecipando-se às críticas, o MEC negou que as restrições agora decididas tenham objectivos de poupança ou de atribuir “qualquer ganho para a PT”, o operador de telecomunicações que fornece o acesso à Internet nas escolas desde 2008.

Os directores dos agrupamentos de escolas aplaudem estas medidas, ao invés dos professores de informática que as contestam.

*

Todos sabemos que o Facebook e o Tumblr são redes sociais que as pessoas usam para sociabilizarem, a primeira mais usada por adultos e a segunda por crianças e adolescentes. Há utilizadores que divulgam conteúdos científicos no Facebook, como por exemplo a NASA, mas apenas para captarem público para os seus próprios websites e os docentes já os conhecem.
O Instagram é um sítio na Internet que permite aplicar filtros digitais a fotografias e compartilhá-las naquelas redes sociais e noutras como o Twitter e o Flickr.

Os directores das escolas manifestaram a sua concordância com estas restrições porque a Internet nas escolas vai funcionar melhor e vão ter facturas menos astronómicas para pagar, mas em Outubro vão receber um choque quando receberem as dotações do MEC.

Por outro lado, os professores de informática contestam estas medidas porque os alunos adoram as redes sociais e, além disso, adoram os professores que os deixam brincar nas redes sociais. Como é que agora vão entreter os miúdos do 1º ciclo nas actividades de enriquecimento curricular que tanto dinheirinho lhes dão a ganhar e às associações de pais?

No entanto, os professores de TIC são apenas a ponta do iceberg, outros se vão manifestar. Não podemos esquecer que há professores e professores e se alguns trabalham imenso, há outros que fazem sempre os mesmos testes e de resposta múltipla para se corrigirem rapidamente.
Além de que certas disciplinas, como Educação Visual e Tecnológica do 2º ciclo, Educação Tecnológica do 3º ciclo, Educação Física dos 2º e 3º ciclos e aquelas disciplinas que o MEC autorizou os directores a criar para não haver horários zero, como seja Cidadania, não têm testes.

Portanto há docentes que pouco têm de fazer na componente não lectiva, ou seja, em 40–22=18 horas semanais do seu horário. Descontando duas horas, em média, de reuniões por semana, isto significa 16 horas livres semanais, algumas das quais têm de ser passadas nas escolas porque nem todas as actividades são seguidas.
Ora os professores são especialistas em crianças e criaram imensos negócios rentáveis no Facebook, desde venda de bonecas a roupas de criança, passando pela confecção de bolos e organização de festas de aniversário. A história de Cláudia Praça aqui narrada é paradigmática: de um perfil com fotos no Facebook nasceu um negócio e, diga-se de passagem, as suas bonecas são encantadoras.
Obviamente estes negócios também são geridos à hora de almoço e nos tempos livres entre actividades que têm de ser passados nas escolas.

Finalmente onde é que se preparam muitas manifestações contra o governo de Passos Coelho? Se o leitor respondeu “No Facebook dos computadores das escolas”, então acertou. De modo que ainda vamos ouvir o inefável Mário Nogueira bramar contra esta medida, alegando, como é óbvio, razões pedagógicas e a defesa da liberdade de expressão.

Mas não se pense que só os docentes usam o Facebook nas escolas. Desde o governo de Guterres há aulas de 90 minutos. Com os alunos metidos nas salas de aula há assistentes operacionais que prestam serviço na biblioteca, no bar, e não só, que se entretêm no Facebook a fazer likes, justamente na altura em que os docentes mais precisam de largura de banda para actividades pedagógicas.

Há também que contar com a reacção negativa dos paizinhos que estão habituados a fazer todas as vontades aos meninos que vão ficar furiosos por deixarem de ter as redes sociais até às 13h30.

E não falámos naqueles vídeos tão interessantes do Youtube cujos links se recebem no e-mail e, depois de visionados, se enviam para uma lista de endereços. Com limite máximo de utilização, o Youtube só vai poder ser usado em actividades pedagógicas.

Donde se pode concluir que a procissão ainda vai no adro...


Lista do PS para as eleições europeias


A lista apresentada por António José Seguro à Comissão Política Nacional do PS, e por esta aprovada, tem estes nomes nos lugares elegíveis:
  1. Francisco de Assis
  2. Maria João Rodrigues
  3. Carlos Zorrinho
  4. Elisa Ferreira
  5. Ricardo Serrão Santos
  6. Ana Gomes
  7. Pedro Silva Pereira
  8. Liliana Rodrigues
  9. Manuel dos Santos
  10. Maria Amélia Antunes
Resto da lista aqui.

  • Maria João Rodrigues foi ministra do Emprego de António Guterres e actualmente é consultora da Comissão Europeia.
  • Ricardo Serrão Santos é um professor do departamento de Oceanografia e Pescas da universidade dos Açores.
  • Elisa Ferreira e Ana Gomes são deputadas do parlamento europeu.
  • Liliana Rodrigues é uma professora auxiliar do departamento de Ciências da Educação da universidade da Madeira.
  • Maria Amélia Antunes foi presidente da câmara do Montijo, tendo envolvido esta câmara num negócio obscuro de compra de um terreno.

Nos primeiro, terceiro, e sétimo lugares temos políticos ligados aos governos de José Sócrates:
  • Francisco de Assis foi o líder parlamentar do PS entre 2009 e 2011.
  • Zorrinho coordenou o Plano Tecnológico 2005-2009 que despejou computadores à toa na administração pública e na sociedade, em particular os "magalhães" dados aos alunos do 1º ciclo, tendo incentivado alunos a agredirem professores, e dissipou o erário público na subsidiação das energias renováveis como secretário de Estado da Energia e da Inovação no segundo governo, onde se celebrizou pela aquisição de um Audi de 86 mil euros.
  • Silva Pereira foi o ministro da Presidência dos dois governos.
Conduziram o País à bancarrota, agora vão ser premiados com salários milionários no parlamento europeu. O crime compensa.


segunda-feira, 24 de março de 2014

Voo da Malaysian Airlines despenhou-se e não há sobreviventes


"A Malaysia Airlines lamenta profundamente ter de assumir, sem margem para dúvidas, que o voo MH370 está perdido e que ninguém a bordo sobreviveu. Tal como ouvirão na próxima hora do primeiro-ministro da Malásia, temos de aceitar que todas as provas sugerem que o avião caiu no sul do oceano Índico."

Foi esta a mensagem que a Malaysia Airlines enviou hoje às famílias dos 227 passageiros e 12 tripulantes do voo MH370 desaparecido no passado dia 8 de Março, quando seguia de Kuala Lumpur para Pequim. A companhia aérea teve a sensibilidade de fazer contactos pessoais ou por telefone, mas a alguns familiares foi enviado um SMS.
A notícia foi um golpe terrível para as famílias dos 153 passageiros chineses, ao destruir a esperança a que muitos se tinham agarrado de que o avião havia sido sequestrado e levado para algum local remoto onde os passageiros poderiam ainda estar vivos, dando lugar a actos de desespero.


March 24

Pouco depois, pelas 22:00 (14:00 em Lisboa), o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, comunicava em conferência de imprensa:

"Esta noite, falei com representantes do Air Accidents Investigation Branch (AAIB) [Departamento de Investigação de Acidentes Aéreos] do Reino Unido. Informaram-me que a Inmarsat, a empresa britânica que fornece dados de satélite e que indicou a existência dos corredores norte e sul, tem estado a fazer novos cálculos a partir dos seus dados. Usando um tipo de análise nunca antes utilizado numa investigação deste género, eles conseguiram fazer luz sobre a rota do MH370.

Com base nesta nova análise, a Inmarsat e a AAIB concluíram que o MH370 voou ao longo do corredor sul, e que a sua última posição foi a meio do oceano Índico, a oeste de Perth [Austrália].

É um local remoto, longe de qualquer sítio onde seja possível aterrar. Por isso, é com profunda tristeza e pesar que, de acordo com estas novas informações, somos obrigados a concluir que o voo MH370 acabou no sul do oceano Índico.

Amanhã daremos uma conferência de imprensa com mais pormenores. Entretanto, iremos informando sobre novos desenvolvimentos, mal eles existam. Partilhamos esta informação num espírito de transparência e de respeito pelas famílias — dois princípios que sempre regeram a nossa investigação.

A Malaysia Airlines já falou com as famílias dos passageiros e da tripulação sobre este desenvolvimento. Para eles, as últimas semanas foram dilacerantes; sei que estas novas notícias ainda são mais duras. Peço aos media que respeitem a sua privacidade e que lhes dêem o espaço de que precisam neste momento difícil."


Chris McLaughlin, vice-presidente da Inmarsat confirmou que a empresa passou os últimos seis dias a rever os dados do voo 370, em estreita colaboração com a Boeing e outros peritos envolvidos na investigação e concluiu que o avião deve ter voado para o sul: "A nossa série de medidas dos sinais recaem sobre a pista sul já prevista, após a provável última curva". Acrescentou que esta análise admitiu a hipótese de que o avião manteve aproximadamente a mesma velocidade e a mesma direcção nas últimas horas de voo, tendo sido submetida à AAIB. "O que ainda não se pode dizer é o que aconteceu no final, quando o avião ficou sem combustível. Não temos nenhuma maneira de saber se se despenhou ou planou", concluiu.

Portanto começa a tomar forma a ideia de que o Boeing 777 voou cerca de sete horas com o piloto automático, emitindo sinais para um satélite de hora a hora, o último dos quais foi recebido às 8:11. E só se desestabilizou quando o combustível se esgotou.

Já o motivo porque o avião alterou radicalmente a trajectória de voo, depois do último contacto de voz do co-piloto com a torre de controlo pelas 1:19, permanece envolto em mistério. É que esta inversão da rota não é executada manualmente usando os controles do cockpit, é inserida num computador do cockpit antes ou depois da descolagem. A ocorrência de um incêndio a bordo pode ser uma explicação plausível.
O mistério ficará esclarecido com as gravações contidas nas caixas negras do avião e, por isso, todos os esforços se concentram na sua recuperação do fundo do oceano. O Comando do Pacífico dos Estados Unidos vai enviar um navio com um sonar capaz de detectar os pings de uma caixa negra a uma profundidade de 6 km.


*


Usando o efeito Doppler relativístico, a Inmarsat analisou pequenas variações na frequência dos sinais emitidos pelo avião e captados por um seu satélite geoestacionário sobre o oeano Índico. Esta análise permitiu inferir a trajectória do avião e calcular a localização final.
Eis uma brevíssima explicação do efeito Doppler:


Quando um seixo cai num lago, propagam-se ondas circulares à superfície da água. Nesta animação as circunferências rosa representam ondas sonoras emitidas pela sirene de um carro. Enquanto o carro está parado, as frentes das ondas são simétricas.

Quando o carro começa a mover-se, cada onda é emitida a partir de uma posição um pouco mais à esquerda do que a onda anterior. Para um observador à frente do carro, cada onda leva menos tempo a chegar até ele que a onda anterior. As ondas "acumulam-se", o tempo entre a chegada de frentes de ondas sucessivas diminui, logo a frequência aumenta (som agudo). Para um observador atrás do carro, as ondas "apartam-se", o tempo entre a chegada de sucessivas frentes de onda aumenta, logo a frequência baixa (som grave).
Em conclusão: para um observador a sirene soa mais aguda quando o carro se aproxima e mais grave quando o carro se afasta — é o efeito Doppler.






Avião em repouso. Emite pings com a frequência f.
O satélite vai receber a frequência f, esteja onde estiver.


Avião está a mover-se para a direita. Emite pings com a frequência f.
Como a fonte está em movimento, o centro de cada nova frente de onda está ligeiramente deslocado para a direita. Portanto as frentes de onda começam a acumular-se no lado direito (em frente do avião) e a apartar-se no lado esquerdo (atrás do avião). Se o satélite estiver na frente do avião vai receber uma frequência maior que f, se estiver por trás vai receber uma frequência menor que f.





Simulador do efeito Doppler
Ponha o avião S a emitir ondas electromagnéticas circulares (start emission). Depois desloque o avião (clicar e arrastar).
Observe a variação de frequência das ondas detectadas pelo satélite O.



BES, Portas e os vistos dourados: mais uma tríade lusa?


Um cidadão chinês com um visto gold foi detido por ser alvo de um mandado de captura internacional emitido pela Interpol a pedido das autoridades chinesas.

O programa de autorizações de residência para investimento (ARI) a cidadãos estrangeiros — os vistos gold — foi criado, em Outubro de 2012, pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas. A ideia é atribuir autorizações de residência por seis anos a estrangeiros que invistam pelo menos 500 mil euros na aquisição de imobiliário, transfiram capitais no montante de, pelo menos, 1 milhão de euros ou criem, pelo menos, dez postos de trabalho.

O cidadão agora detido pediu a autorização em Julho de 2013 e o visto gold foi concedido em Janeiro deste ano, apenas um mês antes da emissão do mandado de captura pela Interpol.
Durante o processo de averiguações que antecede a concessão de um visto, a China não informou Portugal sobre as suspeitas que recaíam sobre o cidadão que terá comprado uma casa de luxo em Cascais com dinheiro proveniente de crimes cometidos no seu país.

Segundo informação oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Portugal atribuiu 772 autorizações de residência, até 19 de Março, a que corresponde um investimento no valor de 464 milhões de euros, quase totalmente aplicado na compra de imóveis. Destes vistos gold, 612 foram concedidos a cidadãos chineses não oriundos de Hong Kong, nem de Macau.
No Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) há uma lista com cerca de mais 400 cidadãos chineses à espera de obter um visto gold.

Sabe-se que o SEF já recusou o visto gold a 11 cidadãos estrangeiros por “incumprimento de requisitos”. Das candidaturas indeferidas, “cinco são relativas a investidores e seis a familiares”, uma das quais relativa ao pedido apresentado por um operacional das "tríades" chinesas — crime organizado chinês — que, desde 1990, estava referenciado na Interpol.
A procura dos vistos gold por parte de cidadãos chineses levou o director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Palos, a propor ao Governo, já este ano, a colocação de um inspector do SEF na China.

Para o vice-primeiro-ministro Paulo Portas, a detenção deste cidadão chinês, cuja transferência de capital foi feita através do banco BES e com recurso a uma sociedade de advogados, vem provar que o "crivo de segurança funcionou duplamente".


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Além de passarem a poder residir em Portugal, os beneficiários dos vistos gold podem circular no espaço Schengen por curtos períodos de tempo, sem necessidade de visto.
Donde se conclui que Portugal está a obter dinheiro só pelo facto de pertencer a um espaço formado por 26 países europeus* que aboliram passaporte ou qualquer outro tipo de controle de fronteira entre as fronteiras comuns, funcionando como um único país para viagens internacionais.
Mas o espaço Schengen foi criado com o objectivo de incentivar a livre circulação de mercadorias, informação, dinheiro e pessoas, proporcionando maior bem-estar aos seus cidadãos, não para fazer lavagem de dinheiro sujo.

A opinião de Portas de que o BES e certa sociedade de advogados formam um crivo de segurança, vale o que vale: registamos a notícia deste banco ter sido multado em 1,1 milhão de euros por infracçõesmuito graves” em Espanha. Quais? Simplesmente, duas infracções à normativa sobre prevenção de branqueamento de capitais.

Depois do caso dos submarinos, vemos Portas e o BES envolvidos, de novo, num programa de centenas de milhões. Sempre a mesma tríade, que monotonia!



* Dos vinte e oito estados-membros da União Europeia, apenas seis não fazem parte do Espaço Schengen — Bulgária, Croácia, Chipre e Roménia vão juntar-se a este espaço, mas a Irlanda e o Reino Unido escolheram opções de não participação.
A estes 22 países, somam-se 4 estados-membros da Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA) — Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça — que aderiram ao Acordo Schengen.


quinta-feira, 20 de março de 2014

Votamos nas cabras


Vivemos numa época em que todas as semanas aparece mais um grupo profissional a exigir verbas que proporcionem melhores condições salariais e do ambiente de trabalho para os seus membros, sem se preocuparem com as consequências que a satisfação dessas reivindicações teriam na economia e nas depauperadas finanças do País.

No entanto, temos graves problemas nacionais para resolver, como sejam os fogos que anualmente devastam milhares de hectares das florestas portuguesas, pondo em risco as habitações das famílias que vivem nas povoações rurais e a vida dos bombeiros, além de empobrecerem o País.
É, por isso, uma lufada de ar fresco quando um arquitecto paisagista, com experiência nesta área, vem propor um projecto exequível para solucionar, pelo menos parcialmente, o problema dos fogos florestais, sem exigir qualquer despesa adicional por parte do Estado. Aqui fica a sua carta aberta divulgada no Público:


"Antes cabras que aviões

HENRIQUE PEREIRA DOS SANTOS 20/03/2014 - 13:32

Inteligente é sermos capazes de gerir o fogo e não precisar dos melhores meios possíveis para o tentar combater.


Exmo. senhor ministro da Administração Interna,

Li que tenciona gastar 27 milhões de euros em cada um dos aviões para os fogos.

Tenho uma proposta para lhe fazer: entregue-me os 27 milhões que custa um Canadair e deixe-me geri-los, absolutamente pro bono.

Explico-lhe o que farei com eles. Faço um concurso para projectos que tenham as seguintes características:

1) Terem uma área geográfica definida; 2) Usarem, de forma integrada, fogo, cabras e sapadores para gerirem o mato; 3) As mesmas pessoas responsáveis por gerir o mato serão responsáveis pelo combate nessa área geográfica (usando ferramentas com cabos de pau e pinga-lume, como alguém dizia um dia destes, judiciosamente).

Os projectos poderiam ser de proprietários, associações de proprietários, ONG, associações de bombeiros, qualquer pessoa ou instituição, excluindo o Estado e qualquer associação em que o Estado tivesse mais de 15% do capital.

Da experiência que tenho por gerir um projecto que tem algumas semelhanças com o descrito (financiado, veja lá, com o Fundo EDP de Biodiversidade, porque o Fundo Florestal Permanente é gerido como sabe), eu diria que tipicamente um financiamento de 500 mil euros seria suficiente para financiar cinco anos a gestão de qualquer coisa como 2500 a cerca de 5000 hectares, incluindo um rebanho de 200 cabras e apoio técnico, em especial para o uso do fogo, quer na prevenção, quer no combate.

O seu Canadair financiaria cerca de 50 projectos, ou seja, a gestão e combate em 100 a 200 mil hectares. Não ficaria o problema dos fogos resolvido, isso é certo, mas também não fica com o Canadair.

E repare na diferença. O Canadair é importado, as cabras são de fabrico nacional. O Canadair usa combustíveis fósseis, as cabras são recursos renováveis. O Canadair cria custos de manutenção, as cabras criam cabritos. O Canadair não altera os dados do problema, as cabras estrumam o solo e aumentam a produtividade. E, last but not the least, no fim do seu tempo de vida útil o Canadair dá ainda despesa para o seu desmantelamento e tratamento dos resíduos e as cabras dão chanfanas.

Não falo sequer na diferença de criação de emprego, não falo da presença de gente no território, não falo da diferença no equilíbrio territorial, não falo da transferência de recursos entre o litoral e o interior.

E não falo da sustentabilidade futura: o Canadair não cria riqueza e vai ser preciso de novo gastar mais 27 milhões qualquer dia, as cabras reproduzem-se e criam oportunidades de negócio incríveis, como pode imaginar, por exemplo, pensando na grande distribuição a fazer promoções de cabrito como forma de apoiar o esforço colectivo de gestão do fogo.

Pense nisto, senhor ministro, porque talvez estejamos de acordo num ponto essencial: inteligente, inteligente é sermos capazes de gerir o fogo e não precisar dos melhores meios possíveis para o tentar combater.

Até porque o fogo teima em se rir dos Canadair e outras sofisticações tecnológicas, continuando só a obedecer a quem o combate com os pés no chão, com as mãos em cabos de madeira e com uma cabeça fria que saiba usar o fogo contra o fogo."



Mais um que não vota nos políticos portuguesas mas, sim, nas cabras:

Arons Vale E Cunha
17:28
Esqueceu-se do queijo, amigo Henrique Santos, as cabras dão um queijo excelente e consequentemente um enorme mercado, imensos postos de trabalho e até, para fazer jus à grande bandeira deste governo, um enorme potencial para a exportação. O seu projeto vale incomensuravelmente mais que os "vistos Gold" e todas as patranhas tecnológicas dos tempos modernos mas, tem um handicap, não distribui luvas nem prestígio aos promotores e, está, por isso condenado à inenarrável traição destes fedelhos que trazem a bandeira na lapela. O seu projecto tem tudo para emendar o desnorte e o despesismo irresponsável que se tem verificado no país. Sonho com o dia em que os cidadãos sairão à rua, não para reivindicar privilégios, mas para acertar contas com o bom senso, O seu projeto é puro bom senso.


terça-feira, 11 de março de 2014

As emissões de dívida pública explicadas às crianças


O Estado tem de pagar os salários dos funcionários públicos — professores, médicos, juízes, polícias, militares, governantes, deputados, autarcas, ... —, as pensões dos pensionistas, os abonos de família, subsídios de desemprego e um rendimento mínimo a quem não tem nenhum rendimento. Tem ainda de pagar o funcionamento das instituições públicas e os juros anuais dos empréstimos que pediu. Tudo isto são despesas.

Por outro lado, o Estado cobra impostos: são as receitas.

Quando as despesas são superiores às receitas, o Estado fica com um défice e é obrigado a pedir um novo empréstimo com um prazo de dois, cinco, dez ou mais anos, ou seja, a lançar uma emissão de dívida pública.

A dívida pública chama-se certificados de aforro ou obrigações do tesouro conforme é comprada por pequenos ou grandes investidores.
Os investidores — os mercados — que comprarem a dívida recebem um juro anual e a quantia emprestada ser-lhes-á devolvida ao fim do prazo combinado.

Em 2011, Portugal teve de interromper as emissões da dívida de longo prazo porque os défices dos anos anteriores eram muito elevados e, em consequência, as taxas de juro exigidas pelos investidores eram muito altas, mais de 6.7%. Foi pedir um resgate à troika que concedeu um empréstimo a 3,2% mas exigiu que o País diminuísse as despesas, ou seja, cumprisse um plano de ajustamento económico e financeiro.

Este plano vai terminar no próximo dia 17 de Maio e no futuro há três vias para Portugal: pode pedir um novo resgate, o que não vai ser preciso porque o défice público baixou para metade, pede um programa cautelar à troika, ou consegue regressar em pleno aos mercados.
Esta terceira opção é arriscada porque as taxas de juro rondaram 5%, neste início de 2014, e 80% dos investidores que compram as emissões de dívida pública portuguesa são estrangeiros, o que torna difícil renegociar a dívida se for necessário.

Tudo isto está admiravelmente explicado neste vídeo do Público:



11/03/2014 - 12:43


sábado, 8 de março de 2014

A mentira no centro da política





Desta vez José Pacheco Pereira enfiou-se numa discussão filosófica sobre a mentira muito apropriada para um artigo publicado num jornal sueco, dinamarquês ou alemão mas que não combina com a mentalidade da maioria dos nossos compatriotas.
Note-se que o objecto do artigo é muito pertinente. E só pelo facto de poder lançar a discussão do tema da mentira e o valor da palavra de honra na nossa sociedade, mais uma vez merece elogio a atitude de Passos Coelho face à indelicadeza da coordenadora bloquista no debate quinzenal no parlamento.

O sentido da honra era ensinado na família e na escola pública do tempo da ditadura como a qualidade mais importante de uma pessoa com exemplos dramáticos como o de Egas Moniz com a mulher e os filhos de baraço ao pescoço aos pés de Afonso VII de Leão por quebra de compromisso. E a palavra de honra era vista como mais relevante do que qualquer contrato escrito e considerada o que de mais valioso podia oferecer um ser humano.
Depois do 25 de Abril a palavra de honra começou a ser substituída pela intrigalhada política e os jogos de interesses financeiros entre políticos e empresários, a mentira criou raízes, acabou por contaminar a sociedade portuguesa e já há focos de infecção até dentro das universidades públicas.

Deixar a mentira ocupar o centro da política é o maior crime que se pode imputar aos políticos portugueses, sejam governantes, deputados ou autarcas. Atrás da mentira surgiu a incompetência, a subserviência, o nepotismo, a desonestidade, a corrupção e três bancarrotas.

Quase todas as profissões são imprescindíveis, mas o que se vê actualmente é cada grupo profissional a puxar a brasa à sua sardinha, forjando sofismas na ânsia de provar que o trabalho dos seus membros é essencial à sociedade e tem de ser melhor remunerado senão o País pára. É assim com os trabalhadores dos transportes públicos, da TAP e doutras empresas públicas, os professores, os médicos, os enfermeiros, os administrativos, os militares, os polícias, ...

Em 2015, o eleitorado vai dar uma maioria relativa ao PS porque Seguro tem feito promessas de acabar com a austeridade logo que chegue ao poder. Ora qualquer português que se tenha preocupado em aprender conhecimentos elementares de economia e finanças e procurado obter informação nos sítios da internet do Banco de Portugal, do Ministério das Finanças, do Eurostat, do FMI, ... , sabe que é mentira.

Qualquer que seja o primeiro-ministro que conduza o PS à vitória, António José Seguro ou António Costa, o governo que se seguirá vai manter os cortes salariais e das pensões que o governo de Passos Coelho vai deixar. E só não vai fazer mais contratos ruinosos com PPP’s e com produtores de energia eléctrica e deixar descontrolar os défices públicos porque as regras europeias determinam que, depois de terem precisado de um programa de ajustamento económico e financeiro, os países ficarão sob supervisão pós-programa até que paguem pelo menos 75% do montante recebido. Para o nosso País isso significa até meados da década de 2030.

Nenhum político ganha eleições em Portugal sem mentir. É triste mas é a realidade contemporânea.


Vamos suportar Rangel e Assis até 25 de Maio


O Público partilhou no Facebook um artigo de opinião que se ajusta que nem uma luva ao pensamento luso e avalia correctamente a politicagem que pulula nos partidos políticos portugueses. Vamos suportar estes senhores até 25 de Maio. Depois o advogado Paulo Rangel e o professor de Filosofia Francisco de Assis seguem para as suas sinecuras em Bruxelas.
Eis o artigo:


"Deus nos proteja
VASCO PULIDO VALENTE 08/03/2014 - 01:15

Não gosto nem do sr. Rangel, nem do sr. Assis. Bem sei que há eleições para o Parlamento Europeu e que tanto um como o outro não conseguem pensar em mais nada. Mas são os dois símbolos perfeitos de tudo o que a política portuguesa tem de mais triste e desprezível: o fanatismo de partido, ou, se preferem, para usar a nojenta linguagem do meio, o “amor à camisola”.

Ora o “amor à camisola” não me parece qualificação bastante ou recomendável para representar Portugal na União numa altura de crise para a própria União e para o país. Quinta-feira, na televisão, o sr. Rangel e o sr. Assis desceram à mais baixa zaragata a propósito das duas seitas que representam e que, para eles, parecem resumir o mundo. Sem vestígio de inteligência ou dignidade gritaram durante quase uma hora com o único propósito de mostrar que eram “combativos”, como as “bases” querem, muitíssimo capazes de arranjar votos.

Nenhum percebeu o sofisma em que assenta este comportamento aberrante. Só 14% do eleitorado acredita nos partidos. Pior ainda: mesmo esses 14% não serão com certeza determinados pelo espectáculo de injúria e de cólera encenada e falsa que lhes oferecem os candidatos, venham eles de onde vierem. De resto, o sr. Rangel e o sr. Assis não trouxeram à conversa o mais vago argumento compreensível, convincente e novo. Com uma persistência que demonstra a vacuidade das suas tribunícias cabeças, repetiram a ladainha da praxe. O sr. Rangel acusou o PS da bancarrota nacional e de trazer a troika para Portugal; e o sr. Assis passou a culpa da presente miséria para o deliberado “neo-liberalismo” do Governo. Não falharam um lugar-comum e, depois, discutiram o “consenso”.

Durante todo o espectáculo não se viu uma sombra de educação genuína, de pensamento original, ou, pelo menos, de responsabilidade política. Qualquer assunto servia (por exemplo: a manifestação da polícia), para voltar à sopa requentada da querela entre o PS e o PSD. É mais do que evidente que o sr. Rangel e o sr. Assis não percebem que o português comum verdadeiramente não se interessa por essa repugnante guerra e que, não parando de falar dela, os facciosos de serviço lhe estão na prática a mentir. Não apareceu até agora uma exposição séria sobre o estado de Portugal, sobre os quatro anos de troika ou sobre o futuro da Europa. E pretendem eles que o país lhes dê uma sinecura em Bruxelas, bem protegidos do desespero e da miséria indígena, em nome dos méritos do PS e do PSD... Deus nos proteja."



E um comentário que subscrevemos:

Eraumavez
08/03/2014 23:20
Dado o estado financeiro do país, dado que se reconhece que a classe política é inteiramente responsável por essa situação, apetece-me dizer que se justificaria muito mais hoje uma intervenção militar que no 25 de Abril. Apetece-me dizer também que Salazar tinha muita razão ao dizer que a democracia em Portugal não ia funcionar. Apetece-me também dizer que Salazar tinha muita razão ao dizer que os portugueses não tinham capacidade para escolher dirigentes políticos. Apetece-me gritar que entre fascistas honestos e democratas ladrões, venha o diabo e escolha.


sexta-feira, 7 de março de 2014

Jardim Gonçalves ilibado da condenação do Banco de Portugal


O Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa decidiu considerar prescritas todas as condenações que tinham sido decididas pelo Banco de Portugal contra Jorge Jardim Gonçalves.

Em 2010, o Banco de Portugal acusou Jorge Jardim Gonçalves, ex-presidente e fundador do BCP, de nove infracções graves, entre as quais prestação de informação falsa e falsificação de contas. Em consequência, aplicou-lhe uma coima de 1 milhão de euros e proibiu-o de exercer funções em instituições financeiras durante nove anos.

Jardim Gonçalves recorreu à justiça. O juiz António da Hora anulou as contra-ordenações do Banco de Portugal, fundamentando a sua decisão no facto do supervisor bancário ter iniciado a sua investigação após as denúncias públicas de Joe Berardo, que então pertencia aos órgãos sociais do BCP, ignorando que este havia violado a lei do sigilo bancário.
Entre 2007 e 2008 fora travara uma guerra pelo poder dentro do BCP e foi neste contexto que Berardo testemunhou em tribunal.

O Banco de Portugal recorreu para o Tribunal da Relação, que fez recuar o processo para a 1ª instância com o argumento de que o juiz deveria justificar os factos/provas que, em seu entender, quebraram o dever de sigilo bancário.

Na nova sentença, com data de 26 de Fevereiro, o juiz António da Hora argumenta que "ao arguido Jorge Jardim Gonçalves, as contraordenações que lhe eram imputadas pelo Banco de Portugal respeitavam a um período que terminava em Março de 2005, altura em que deixou de ser Presidente do Conselho de Administração do Banco". Por este motivo, "tem de ser considerado extinto, desde Março de 2013, o procedimento contraordenacional relativo a Jorge Jardim Gonçalves".
Daí a sua decisão de "declarar extinto o procedimento contraordenacional relativamente a todas as nove contraordenações que lhe haviam sido imputadas pelo Banco de Portugal, ficando, assim, também extintas todas as coimas e sanções acessórias que lhe haviam sido aplicadas".

Os recursos às contra-ordenações do BdP, entregues por Christopher de Beck, António Rodrigues, Filipe Pinhal, Castro Henriques e Luís Gomes, ex-gestores da equipa de Jardim Gonçalves que continuaram a desempenhar funções executivas no BCP até ao início de 2008, voltarão a ser apreciados pelo tribunal que deverá começar a chamar as testemunhas a partir de 31 de Março. As contra-ordenações ainda não extintas vão prescrever no fim de 2015.

Contactado pelo Económico, Magalhães e Silva, advogado de Jardim Gonçalves, diz que o seu cliente "lamenta que o processo tenha sido dado por concluído desta forma. Lamenta ainda a falta de capacidade revelada pelo Banco de Portugal, para que este caso não tenha sido efetivamente julgado de forma definitiva em tempo útil. Obviamente que tudo o que o Eng. Jardim Gonçalves menos queria nesta altura era ganhar na secretaria [extinção do processo]. Mas foi isso que aconteceu". Acrescenta que "o Eng. Jardim Gonçalves já tinha conhecimento, desde Março de 2013, de que os factos de que estava acusado tinham prescrito. Só perante a iniciativa do Tribunal para que as partes se pronunciassem sobre a matéria de prescrição é que o Eng. Jardim Gonçalves tomou posição".


Esta semana soube-se também que o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou as contra-ordenações da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) aos seis antigos administradores do BCP, incluindo Jardim Gonçalves, por prestação de informação falsa, embora tenha reduzido a coima aplicada a este último, de 1 milhão para 500 mil euros.
Jardim Gonçalves vai recorrer da decisão.

Sobre esta sentença, Magalhães e Silva teceu o comentário: "A juíza de 1.ª instância [Alice Moreira] não julgou: limitou-se, em mais de 990 páginas, a reproduzir ipsis verbis a decisão da CMVM, acompanhada de centena e meia de páginas de resumos de depoimentos prestados em audiência, a fazer fundamentação. Tudo com a impunidade de saber que só os diretamente interessados iriam ler a cópia e compará-la com o original". "O acórdão da Relação, para vergonha da comunidade jurídica, vem coonestar [legitimar] tudo isto".


Actualização em 8 de Março
Banco de Portugal pede que julgamento do BCP não tenha mais interrupções para evitar prescrições.

*


As prescrições são uma peculiaridade jurídica que políticos pós-25 de Abril de 1974 sempre acarinharam nas comissões revisoras do Código do Processo Penal.
Desde 1998 os portugueses tiveram imensas oportunidades de avaliar a sua utilidade. Esta é apenas mais uma.


quinta-feira, 6 de março de 2014

O protesto dos polícias defronte do parlamento





Profissionais das forças de segurança provenientes de todo o País juntaram-se hoje na praça Marquês de Pombal, em Lisboa, e marcharam para o parlamento, sendo claro o predomínio dos elementos da GNR.
O secretário nacional da Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, Paulo Rodrigues, estimou em 15 mil os manifestantes e, após uma reunião com Assunção Esteves, disse que não tinha obtido qualquer compromisso da presidente da Assembleia da República mas esperava que a manifestação tivesse impacto nas decisões do Governo.

Ao longo do trajecto os apelos à invasão da escadaria do parlamento deixavam antever a repetição dos acontecimentos de 21 de Novembro de 2013 que conduziu à demissão do director nacional da PSP.

Chegados ao parlamento, os manifestantes gritaram “Polícias unidos jamais serão vencidos” e “Passos toma atenção, os polícias têm razão”.
A tensão entre os manifestantes e os numerosos elementos do Corpo de Intervenção que impediam o acesso ao parlamento crescia sempre que era cantado o hino nacional. Houve derrubamento das barreiras metálicas na base da escadaria da Assembleia da República e os manifestantes forçaram por várias vezes o cordão policial, tendo subido até ao primeiro patamar dessa escadaria mas não chegaram ao topo.
O porta-voz da PSP, comissário Rui Costa, procurou resolver a situação pela via do diálogo, mas chegou a advertir os manifestantes de que, no caso de subirem a escadaria, a PSP tinha legitimidade para usar a força.

No final da manifestação, apurou-se que seis elementos do Corpo de Intervenção da PSP e quatro manifestantes ficaram feridos e foram assistidos por equipas do INEM. Dois manifestantes foram identificados devido a desacatos.


Actualização em 7 de Março

Dois dos agentes do Corpo de Intervenção deram entrada no hospital com cortes nos braços feitos por manifestantes com armas brancas. Há relatos de que alguns manifestantes usaram gás pimenta na direcção dos polícias de serviço.
Os dois manifestantes identificados são guardas prisionais que passaram o cordão policial, tendo subido alguns degraus da escadaria do parlamento. Um deles está a usar pulseira electrónica por violência doméstica.






06/03/2014 - 20:53

06/03/2014 - 21:59

*

Em Janeiro, as forças de segurança sofreram novos cortes salariais que, segundo os sindicatos, rondam 200 euros mensais, em média, cortes esses que foram aplicados a todos os funcionários públicos na sequência do Orçamento do Estado para 2014. Acompanharam também o aumento de 1% dos descontos para os subsistemas de saúde, a SAD no caso deles, que em Abril voltam a subir mais 1% em toda a função pública.
Depois da manifestação de Novembro receberam um aumento do subsídio de fardamento, de 25 para 50 euros, mas estavam à espera de mais.

Os polícias tem o direito de se manifestarem como todos os outros cidadãos. No entanto, não têm o direito de exigir uma situação excepcional em termos de cortes salariais face ao resto da função pública.
Nem tão-pouco podem invadir as escadarias do parlamento, comportamento que não é permitido a nenhum manifestante e que é punido por lei com uma carga policial. Com que moralidade os policias podem exigir aos outros cidadãos que cumpram a lei, se eles próprios não o fizerem?

O 25 de Abril permitiu a legalização dos vários partidos políticos com o objectivo de melhorar a vida dos portugueses, mas os políticos apoderaram-se do poder local para daí dominarem o poder central e conquistarem benesses económicas para eles próprios e para os seus comparsas.
É contra a incompetência, o nepotismo e a corrupção dos políticos que é preciso lutar. Ora o que se está a ver é que cada grupo profissional luta por uma fatia maior do orçamento de Estado perdendo de vista o interesse nacional. Nunca uma verdadeira democracia conseguirá sobreviver num País minado por grupos de interesses.


quarta-feira, 5 de março de 2014

Parte dos cortes dos salários e das pensões vão ser permanentes


Os défices públicos em 2009 e 2010 foram respectivamente 10,2% e 9, 9% do PIB. Os défices acrescem à dívida pública. A dívida pública paga juros, aumentando automaticamente o défice do ano seguinte mesmo que não haja crescimento das outras despesas.
E que juros! Quando já estava com a corda na garganta, José Sócrates foi pedir empréstimos com juros agiotas de 6,7% à China. Além de ter deixado compromissos contratuais — PPP e outros — blindados por chorudas indemnizações que começavam a ser pagos nos anos seguintes.

Como é que se podiam baixar défices neste quadro financeiro dramático? Cortando as despesas nas administrações públicas e no sector empresarial do Estado e aumentando as receitas. E como os salários da função pública e as pensões constituem dois terços das despesas, inexoravelmente iam ser gravemente atingidos.

Agora expliquem-me como se diz a uma pessoa que recebe um salário ou pensão entre 700 e 3000 euros, mas nada percebe de economia, nem quer perceber, que vai sofrer um corte radical de 20 ou 30% no rendimento durante mais de uma década?
Anualmente, vão-se fazendo cortes mais pequenos e cumulativos para que a pessoa possa adaptar-se e ir diminuindo as despesas familiares e diz-se que são transitórios. Ou seja, mente-se.

Por isso, só quem é muito ingénuo ou ignorante é que ficou surpreendido quando o primeiro-ministro revelou, quase três anos depois do resgate, que parte dos cortes dos salários e das pensões vão ser permanentes:


05 Mar, 2014, 20:35


Recorda-se, caro leitor, de alguma manifestação para agregar municípios, exigir rigor às empresas municipais ou diminuir o número de deputados do parlamento?
Ou para cortar nas transferências para as regiões autónomas da Madeira e dos Açores?
Ou para cortar nas subvenções anuais pagas aos partidos políticos com mais de 50 mil votos, nos subsídios dados às fundações privadas ou nas pensões milionárias?

Para diminuir o número de juntas de freguesia, Passos Coelho teve de enfrentar uma berraria desenfreada da politicagem que vive à sombra dos impostos dos contribuintes, a começar no próprio PSD.
Para cortar 30% nos subsídios dados às fundações privadas e 50% nas pensões acima de 7127 euros, sem criar excepções, concitou a raiva do ex-presidente da República Mário Soares que tem estado a congregar toda a oposição contra o governo, movendo-lhe uma guerra sem quartel.

É verdade que continuam a fazer-se negócios prejudiciais ao Estado como sejam a privatização do BPN, a venda do pavilhão Atlântico por uma quantia ridícula ou a contratação de assessores imberbes com salários excessivos. Mas como é que Passos Coelho conseguia respirar sem o apoio de Cavaco Silva e equilibrar a propaganda dos partidos da oposição nos comentários das notícias on-line sem o amparo dos “jotinhas” sociais-democratas?

Neste contexto, uma deputada dizer ao primeiro-ministro no debate quinzenal no parlamento, no início de uma pergunta, que "a sua palavra não vale nada" só pode classificar-se como ignorância, demagogia ou grosseria.
Muito digna a atitude de Passos Coelho, quando se recusou a responder à pergunta da actriz Catarina Martins, invocando o “direito à indignação, por uma questão de respeito a esta câmara e por mim próprio”:


05/03/2014 - 17:19


O que é lamentável é que muitas vezes Passos Coelho não assuma, ou não possa assumir, esta postura.
O posterior abandono do hemiciclo pelos deputados do Bloco de Esquerda em protesto contra o primeiro-ministro, foi uma fantochada. Depois da saída de Francisco Louçã, o Bloco deixou de saber argumentar, limitando-se os bloquistas a proporem temas fracturantes, como a legalização da cannabis, a fazerem cenas de teatro e a ofenderem quem lhes apetece em nome da democracia.


domingo, 2 de março de 2014

PSD e CDS criam coligação Aliança Portugal para as eleições europeias


Além do cargo de vice-primeiro-ministro e da criação de mais ministérios para alojar políticos do CDS, outra exigência de Paulo Portas, aquando da sua demissão "irrevogável" em Julho de 2013, foi uma coligação às eleições para o parlamento europeu de 25 de Maio de 2014.


01 Mar, 2014, 13:26


Paulo Rangel será o cabeça de lista da coligação Aliança Portugal e Nuno Melo, o rapazinho da universidade Portucalense que encabeçou a lista do CDS em 2009, vai ter o 4º lugar. Também pertence a este partido o 8º lugar.

Reunindo as listas do PSD e do CDS de 2009, conclui-se que os centristas elegeram os 4.º e 9.º eurodeputados. Como Portugal vai perder um representante no Parlamento Europeu, passando de 22 para 21 eurodeputados, o golpe baixo de Portas vai permitir ao CDS manter os dois eurodeputados europeus que ganhou em 2009. As perdas, que o exercício do poder sob o programa de assistência económica e financeira vai acarretar aos partidos do governo, vão cair exclusivamente sobre o PSD.

Portas vai poder ufanar-se de não perder eurodeputados, tal como fez nas eleições autárquicas, em que uma política finória de alianças locais permitiu ao CDS aumentar o número de câmaras e mandatos, mesmo perdendo votos.

Como o País tem um governo PSD-CDS, provavelmente os resultados destas eleições serão:
  • PS obterá 9 ou 10 eurodeputados
  • coligação PSD-CDS terá 9 ou 8 eurodeputados
  • PCP manterá 2 eurodeputados
  • BE ficará com 1 eurodeputado

Portanto vamos apenas registar a lista de candidatos que poderão ser eleitos:
  1. Paulo Castro Rangel
  2. Fernando Ruas
  3. Sofia Ribeiro, sindicalista indicada pelo PSD/Açores
  4. João Nuno Teixeira de Melo
  5. Carlos Maximiano de Almeida Coelho
  6. Cláudia Aguiar, indicada pelo PSD/Madeira
  7. José Manuel Ferreira Fernandes
  8. Ana Clara de Matos Silva, indicada pelo CDS
  9. José Mendes Bota

Deixámos para o fim uma observação a respeito do nome da coligação PSD-CDS: é uma arrogância uma coligação usurpar o nome do nosso País. Portugal é de todos os portugueses não é de um conjunto de partidos políticos, seja qual for, e muito menos da gentinha que se apoderou dos partidos políticos portugueses.