sábado, 11 de dezembro de 2010

Consciência e vergonha


Nós temos de nos sentirmos envergonhados por estarmos no século XXI, Portugal ser uma democracia, ser um país que, apesar de tudo, está num desenvolvimento acima da média. No entanto, alguns de nós, alguns portugueses sofrem de carência alimentar", afirmou Cavaco Silva, Presidente da República e candidato à Presidência da República, em declarações aos jornalistas no final da apresentação da campanha "Direito à Alimentação".

O objectivo da campanha "Direito à Alimentação", promovida pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), é aproveitar as sobras e desperdícios do sector da hotelaria e da restauração para fornecer refeições a famílias carenciadas.


Keromais 10 Dezembro 2010 - 22:20
Sr. Presidente!
A maior vergonha dos portugueses é a corrupção dos políticos e dos nossos governantes que roubam tudo ao povo em seu favor e, esses sim, deviam ter muita vergonha de serem ladrões deixando os outros com fome...
Não se esqueça que V. Exa. é o culpado desta roubalheira ao cooperar estrategicamente com um governo aldrabão e desonesto e, por consequência, é o culpado da fome em Portugal.
Esses discursos de campanha eleitoral só agradam às clientelas e aos que andam muito distraídos.
Quem coopera com desonestos não é digno de ser Presidente da República.


tysan_14 10 Dezembro 2010 - 23:27
O carro à frente dos bois...

Sr. Presidente,
Com o devido respeito, V. Exa. está equivocado, porque quem tem de sentir vergonha são os políticos portugueses, que não só são incompetentes para resolver o problema da fome e do desemprego, como ainda são os responsáveis pelas dívidas do país, por esbanjamento em mordomias inqualificáveis. Políticos que perante a sua incapacidade de resolver os problemas criados, querem responsabilizar os portugueses que trabalham e pagam impostos, pelo pagamento da gestão criminosa dos dinheiros públicos, que não são mais que esses impostos pagos pelos que trabalham.

Durante anos qualquer incompetente e desqualificado, por ser do partido A, B ou C, era dirigente da Função Pública (FP), tinha direito a viatura, motorista, telemóvel, despesas de representação, etc. e o motorista ainda o ia buscar e levar a casa, mesmo que residisse a mais de uma centena de quilómetros do respectivo gabinete, enquanto os restantes portugueses se têm de deslocar, à sua custa, de transportes públicos ou nas suas viaturas para irem trabalhar.
Alguns desses dirigentes até iam às compras na viatura do Estado, os motoristas levavam os carros do Estado para a sua própria residência e portanto as suas deslocações para o emprego também eram asseguradas com a mesma viatura do Estado que servia o respectivo dirigente da FP.
Era o paraíso dos incompetentes, que em nenhum outro emprego teriam tantas mordomias. Ainda arranjavam emprego para familiares e amigos, subsidiavam as empresas desses amigos e, obviamente, tudo isto tinha um dia de acabar assim...
Todos os políticos sabem que o Estado funciona assim, mas ninguém ousou travar o despesismo anormal que teria de levar o país à falência e não se ouve nenhum político dizer que culpados pela situação actual têm de ser responsabilizados.

Portanto não é de admirar nem a situação actual, nem o que os portugueses acham dos políticos.
Se V. Exa. pretender exemplos tenho todo gosto em dizer e também posso dizer como é que se reduz a dívida — obviamente fazendo uma boa gestão das despesas do Estado, só em despesas de viaturas e motoristas poupava-se uma fortuna.
Com tanta comissão que se cria em Portugal, crie-se uma que estude e divulgue os custos da Assembleia da República, os custos do funcionamento do Estado — revelando as contas das mordomias que os respectivos dirigentes nunca usufruiriam em qualquer empresa privada — e só com este dinheiro se poderia saldar o défice público.
Ex-ministros e ex-dirigentes da FP, enquanto exerceram os respectivos cargos, precisaram de viatura, motorista, etc. agora nos respectivos empregos guiam o seu carro de qualidade muito inferior ao que tinham no Estado. Nem é necessário tecer qualquer comentário, percebe-se que, quando vão exercer esses cargos, a preocupação é viverem faustosamente e passarem a gastar quanto mais melhor, porque quem paga são sempre os mesmos.


anti 10 Dezembro 2010 - 23:34
Apoiado tysan 14
A população activa é sovada por estes incompetentes que não sabem administrar nada.
Derretem dinheiro que não é deles.
É o conto da vigarice da sociedade perfeita para enganar o pagode.
A lista é interminável e há quem pense que só vamos lá com uma mudança total e com uma classe dirigente que respeite o próximo. A actual não respeita nada nem ninguém, nem sabe o que é isso.


Economy 10 Dezembro 2010 - 23:37
Se a hipocrisia pagasse imposto, não havia défice
Mas que bonito, Sr. Presidente da República!
Pessoas com fome, um "flagelo" que se tem propagado pelos mais desfavorecidos de forma "envergonhada e silenciosa".
O Sr. Presidente da República é cúmplice de parte desta vergonha silenciosa, porque se silencia perante denúncias de crimes praticados pelo governo, que colocaram muitos cidadãos em extrema miséria.
Depende de V. Exa. a solução da situação, mas prefere ignorar este flagelo. A política é cruel e tem destas coisas... Como estamos em altura de Natal escolheu um tema sensível para caçar votos, mas na prática o Sr. Presidente ignora a fome e a desgraça de alguns portugueses, apesar de ter a obrigação e lhe competir, conforme as suas atribuições e juramento, ajudar a resolver as injustiças que lhe têm sido apresentadas. O Sr. Presidente sabe muito bem do que estou a falar...


zeninguem 11 Dezembro 2010 - 00:04
Eu não me sinto envergonhado
Sinto-me revoltado, envergonhado ficava se ganhasse duas reformas e um ordenado, à custa de pessoas que sofrem fome.


JoaoLucio 11 Dezembro 2010
Vergonha deve ter a classe política
Vergonha deveria ter a classe política e o Sr. Presidente que deixaram o país chegar ao ponto a que chegou. Vergonha é congelarem reformas a quem ganha pouco mais de €200 e que trabalhou toda uma vida e acumularem reformas milionárias que trabalhou meia dúzia de anos ligado à política ou à frente de uma qualquer empresa pública.
Vergonha é não se aumentar a reforma mínima e o ordenado mínimo e se retirarem abonos de família a quem ganha mais de €629,00! E ao mesmo tempo despejarem milhões sobre o BPN que o PSD e o Sr. Presidente tão bem deve conhecer.
O Sr. Presidente tem tanto poder como a Rainha de Inglaterra e tem sido uma mera figura decorativa, tal como o Tribunal de Contas que faz advertências e dá raspanetes a quem gere os dinheiros públicos sem nunca os punir verdadeiramente.
Vergonha é a compra de votos nas distritais dos Partidos pela sofreguidão de poder e acesso ao Jackpot que são os dinheiros e os cargos públicos.
Democracia, isto? Nós limitamo-nos a escolher entre aquele que comprou mais votos no PSD e o que o fez no PS, o qual se vai rodear posteriormente da quadrilha que ocupará os postos de comando da operação de delapidação dos fundos públicos.
Tenha vergonha V. Exa e todos os políticos que numa última sondagem aparecem como a classe menos confiável e mais susceptível de ser corrompida. Eu teria vergonha de fazer parte dessa classe e não separar o trigo do joio.


pintalves 11 Dezembro 2010
Como é possível tanta desfaçatez
Temo bem que sim, a começar por V. Ex.ª que deveria ser o primeiro a dar o exemplo. Ao invés, tem o desplante de maltratar e embaraçar os portugueses apelidando-os de desavergonhados e responsabilizando-os pelo estado em que o país desgraçadamente se encontra, quando toda a responsabilidade é somente da classe política que, essa sim, devia ter vergonha de deixar chegar o país ao estado lamentável em que se encontra.
É que para V. Ex.ª., ser frio e calculista, os Portugueses não passam de números, apenas isso. V. Ex.ª nem sequer sabe da nossa existência, não sabe quem somos, apenas tem olhos para o povo Português como um todo. Sabe lá V. Ex.ª que existência dramática tem cada um daqueles portugueses sem emprego!
Pois como Superior, hierarquicamente superior a todos os outros superiores deste país, devia informar-se melhor e saber que aqueles que trabalham contribuem, extra impostos, para aqueles que têm fome. E que faz V. Ex.ª? Embaraça os portugueses.


cad7 12 Dezembro 2010
Na verdade ...
... este discurso não é mais que o elogio de uma lábia sem dimensão.
A pouca vergonha das mais-valias da SLN, as reformas e as mordomias de que usufrui, são a excrescência da assimetria entre o que é dito e o que é feito, no melhor exemplo da falta de ética tão gratuitamente propalada.
Nem refiro a destruição do tecido produtivo afecto ao sector primário e secundário ocorrida entre 85-95, enquanto era PM, uma vez que o acho um perfeito incapaz e dele só poderiam sair más práticas e más políticas.
Compreendo que a direita ignorante, inculta, clubista idolatre este senhor, mas não consigo entender por que a direita séria, vertical e com ideais não tem um candidato. As soluções em Portugal, continuam a hibernar...


NCB, Lisboa. 11.12.2010 00:06
Que grande lata!
Condescendeu com a entrega de fundos para o abate de barcos de pesca. Subsidiou, sem controlo, inexistentes "formações profissionais", através da então CEE. Incentivou o corte radical no sector primário. Foi o marco fundador da destruição do aparelho produtivo e exportador, que agora vê como "única solução".
Arrependeu-se? Não, limita-se a dizer isto: "Nós temos de nos sentirmos envergonhados por estarmos no século XXI, Portugal ser uma democracia, ser um país que, apesar de tudo, está num desenvolvimento acima da média. No entanto, alguns de nós, alguns portugueses sofrem de carência alimentar”.
Gostei do "termos de nos sentirmos". Nem o Tomás.


Alexandre Pais, Berças. 11.12.2010 00:07
1700 euros de reforma para Cavaco
Na pobrezinha, atrasada e subdesenvolvida Suíça não existem pensões superiores a 1700 euros no serviço público, o que inclui obviamente os "políticos".
Já imaginou, senhor Cavaco, receber só 1.700 euros de reforma do Estado depois desta vida de "canseiras" que tem tido em prol do "bem comum"?
Já pensou como é bom nós sermos um país rico que se pode dar ao luxo de conceder aos nossos políticos a bagatela de acumularem umas pensõezinhas pelos "superiores" serviços prestados à "nação"?
Ah senhor Cavaco, acho que sim, que portugueses como o senhor deviam ter vergonha de haver fome em Portugal! Tenha um gesto nobre uma vez na vida, desista voluntariamente da sua acumulação de pensões e entregue o resto para o combate à fome. Garanto-lhe um lugar na História, assim ficará apenas como mais um entre a corja de oportunistas medíocres que afundaram Portugal quando este tinha finalmente todas as condições para crescer. Não fale de pobreza nem de fome, fica-lhe muito mal.


Dem, S.M.Infesta. 11.12.2010 00:10
Farto de canalhadas
Só um povo anestesiado e tornado inofensivo é capaz de aceitar semelhantes enxovalhos.
São os que nojentamente ganham várias reformas por inteiro com alguns anos de trabalho, são os que ganham dinheiro com a desgraça dos pobres, são os que escondem os subsídios e os lucros fáceis de obter, são estas pessoas que se dirigem aos mais desfavorecidos apelando ao coração. São os que pouco podem que vão ajudar os que nada têm.
É uma vergonha ter que votar e aceitar estes políticos. Que Deus nos perdoe! Que Deus tenha pena dos portugueses.


Paulo Santos, Fundão. 11.12.2010 00:21
Faça alguma coisa, homem!
É inacreditável que o Chefe do Estado venha dizer uma coisa destas. Envergonhado deveria sentir-se ele mesmo, em primeiro lugar.
E é inacreditável que, sendo um "democrata" e com os portugueses a viverem essas dificuldades tremendas, receba ele mesmo duas pensões de reforma elevadíssimas e mais um ordenado perpétuo elevadíssimo.
E ainda vem dizer que os portugueses devem sentir-se envergonhados. Pois devem, sim! É uma vergonha horrorosa.
Faça alguma coisa, senhor, que é para isso que os portugueses lhe pagam, não é só para dizer coisas destas. É para fazer alguma coisa! Parece que não é capaz de fazer. E não é nada pouco o que recebe.


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