terça-feira, 12 de abril de 2011

“Desta vez foi o coelho que tirou um ilusionista da cartola”


Encontrei este comentário anónimo numa das muitas notícias que a empresa publicou sobre a primeira candidatura à presidência da Assembleia da República.
Curto, incisivo, profundo.


Aquando das recentes eleições presidenciais, os candidatos políticos não convenciam: Cavaco Silva estava tolhido por demasiadas ligações perigosas e a Manuel Alegre só reconheço méritos poéticos.
Muita gente disse que a AMI vive de subsídios do Estado, mas esta organização humanitária soube captar outros fundos prestando cuidados médicos à população portuguesa. Parecia que Fernando Nobre era desenvolto, genuinamente independente e capaz de meter José Sócrates na ordem e defendi o voto nele, perdoando-lhe alguns descomedimentos de linguagem.

Tal como os outros partidos, o PSD está ainda a redigir o programa e a constituir as listas de candidatos a deputados com que se irá apresentar nas eleições legislativas de Junho. É, portanto, incontornável que Fernando Nobre aceitou ser candidato sem conhecer esse programa e essas listas, transmitindo a ideia que abandonou o dinâmico movimento cívico gerado à sua volta para obter um cargo político decorativo mas com largas mordomias.

Quando Freitas do Amaral apareceu como ministro dos Negócios Estrangeiros de Sócrates, acreditei que tivesse alguma influência positiva no PS e achei excessiva a atitude de Portas ao enviar o retrato do antigo dirigente do CDS para o Largo do Rato.
Acontece que Freitas do Amaral não só não teve qualquer valia no governo, como abandonou o barco pouco tempo depois, supõe-se por não ter alcançado o objectivo de ser escolhido como candidato presidencial em 2005.
Penso que vai suceder o mesmo com Fernando Nobre. Ninguém imagina quanto gostaria de me enganar mas, vão desculpar-me, perdi a confiança nele.

Se Nobre não fosse caso único e as listas de candidatos a deputados do PSD estivessem repletas de pessoas que, realmente, fizeram o seu percurso profissional sem a sombra protectora do orçamento do Estado, coisa em que, neste momento, não consigo crer, obviamente teria de me retratar.

Para já, não passarei mais cheques em nome de independentes, e muito menos em branco, votarei nulo e defendo que o voto nulo corresponda a lugares vagos no parlamento: é a única forma de obrigar partidos políticos acomodados à alternância a reformarem-se genuinamente.



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