A rede de Centros Novas Oportunidades (CNO), criada com a função de encaminhar adultos para percursos de qualificação e de implementar processos de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC), chegou a ter cerca de 450 centros.
Já tinham sido encerrados 20 centros no fim do ano passado, "na sequência de um processo de avaliação iniciado na vigência da anterior presidência da Agência Nacional para a Qualificação por incumprimento de metas estabelecidas ou a pedido das entidades promotoras". Agora o governo decidiu manter 70% dos restantes centros até Setembro:
"A 15 de Novembro de 2011 o governo abriu candidaturas a financiamento para os actuais CNO que irá abranger o período de Janeiro a Agosto de 2012, nas quais se mantêm as regras e critérios que têm sido utilizados desde 2008. Perante o sobredimensionamento actual da rede, a escassez de recursos financeiros disponíveis e as necessidades de financiamento de outras medidas, nomeadamente com vista à promoção de níveis mais elevados de empregabilidade, o governo decidiu proceder a uma redução do número de Centros Novas Oportunidades financiados. Assim, num esforço financeiro mesmo assim considerável, este concurso garantirá neste período transitório o funcionamento de cerca de 70% dos actuais centros. Este concurso permitirá aos formandos concluir os seus processos de certificação mas também ir ao encontro da necessidade de redimensionamento da rede."
Até Setembro serão anunciadas alterações profundas no programa Novas Oportunidades para cumprir o objectivo de qualificar os jovens:
"É objectivo estratégico do Governo apostar fortemente na formação profissional dos jovens, com vista a uma valorização real da Qualificação dos Portugueses. Pretende-se melhorar a orientação escolar e profissional e promover uma articulação mais estreita com a formação prática em contexto de trabalho."
Quem conheceu de perto os cursos Novas Oportunidades recorda-se do desperdício de tempo com as histórias de vida dos formandos, tanto para eles como para os professores, e depois a escassez do curriculum e a pobreza dos conteúdos programáticos leccionados.
Para além das fraudes ligadas aos cursos NO, usados como trampolim para o acesso ao ensino superior, já se sabia que os diplomas não correspondiam a conhecimentos adquiridos ou ao desenvolvimento de aptidões com valor reconhecido pelo mercado do trabalho, acabando os formandos por não tirarem qualquer proveito dos cursos, a não ser melhorarem a auto-estima.
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