quinta-feira, 7 de julho de 2011

You bastards - II




A agência de rating Moody’s decidiu descer quatro níveis a notação de Portugal para "lixo" apenas 13 dias depois de ter tomado posse um novo governo de maioria absoluta e 5 dias depois de ter sido anunciado um imposto extraordinário que vai permitir ao Estado arrecadar 800 milhões de euros.

Os cidadãos lusos, que estavam a aguentar estoicamente o imposto para melhorar as finanças do País, não gostaram e estão a mobilizar-se contra a Moody’s e outras agências de rating americanas.

Surgiram artigos na comunicação social e começaram a nascer movimentos espontâneos no Facebook e em blogues.

Dos artigos na comunicação social alertando que o corte na notação ia desvalorizar as empresas públicas que vão ser privatizadas, prejudicando gravemente o País, um deles foi usado como palavra de ordem por alguns desses movimentos em t-shirts.

Numa das páginas Web, sugere-se que todos enviem um e-mail à Moody’s para um dos endereços electrónicos
ClientServices@moodys.com
RatingsDesk@moodys.com
mediarelations@moodys.com

hoje, com uma só palavra "bastards".


Uma dupla de criativos aproveitou um tempo livre no seu trabalho e mandou uma carta para a sede da Moody's em Nova Iorque. Uma carta com um pedaço de Portugal como ele é visto pela Moody's:





E um hacker luso, explorando uma vulnerabilidade de XSS, acrescentou código HTML ao endereço da página do website da Moody’s conseguindo que esta exibisse um ficheiro de imagem, guardado num servidor diferente, onde se subiu a notação de Portugal para A++ (uma notação inexistente), ao mesmo tempo que se promete enfiar a espada de Afonso Henriques no “sim senhor” dos analistas da agência:




Os portugueses têm uma identidade construída ao longo de 868 anos e têm orgulho nela. Algumas destas reacções podem ser humorísticas, mas o importante é que estão a unir o País na vontade de atingir o défice de 5,9% do PIB para poder esfregar este resultado no nariz da Moody’s.
Assim saiba o Governo aproveitar esta ousadia para emagrecer o Estado Paralelo, o sector empresarial do Estado e as empresas municipais, acabar com a promiscuidade entre a política e a economia, reorganizar administrativamente o território e lançar uma nova política educativa, nunca pactuando com a injustiça e a corrupção.


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