terça-feira, 19 de julho de 2011

PIMCO aconselha a insolvência de Portugal, Irlanda e Grécia


"A solução da crise na zona euro exige um pacote com quatro elementos", defendeu Neel Kashkari, em entrevista à CNBC.
"Primeiro, é preciso permitir a insolvência dos países periféricos, Grécia, Irlanda e Portugal.
Segundo, permitir esta insolvência evitando o contágio aos outros países da zona euro.
Terceiro, é preciso criar um plano que teria de ser agradável para os contribuintes alemães.
Quarto, é preciso um elemento de choque e temor com uma força esmagadora para deixar os mercados saberem que, de uma vez por todas, se vai apagar o fogo
[na Europa].
Deixe-me dar um exemplo. Imagine se a Alemanha, França, o BCE e o FMI viessem anunciar um novo e grande pacote de socorro, 1 bilião de euros ou mais, e declararem que está disponível para todos os países da zona euro, excepto a Grécia, Irlanda e Portugal.
Estariam a colocar todo o capital na criação de uma porta corta-fogo para proteger a Espanha e Itália, embora permitindo que os outros três países passassem por uma reestruturação. É muito mais fácil pedir aos contribuintes alemães para criar uma porta corta-fogo do que pedir aos contribuintes alemães para continuarem a financiar a Grécia. Embora seja muito simples descrever o conceito, é muito difícil de coordenar politicamente.
"


Kashkari comparou um plano europeu de "choque e pavor" com o que aconteceu nos EUA durante a crise financeira de 2008, "quando fomos de ajuda em ajuda" antes que o Programa de Alívio de Activos Problemáticos (PAAP) do Departamento do Tesouro fosse finalmente promulgado "para traçar a linha na areia e dizer ao mercado que não se vai mais longe. "

Quanto às negociações da dívida dos EUA, sem plano de compromisso à vista e com um prazo final de 2 de Agosto a aproximar-se, Kashkari destacou que o Dow Jones Industrial Average caiu 777 pontos quando o Congresso rejeitou o PAAP a primeira vez.
"Então [o Congresso] teve a coragem política e a cobertura política para conceder esses votos impopulares. Espero que não se chegue a tanto desta vez."


Neel Kashkari esteve no Departamento do Tesouro entre 2006 e 2009 e actualmente é o director executivo da PIMCO, a maior gestora mundial de fundos de investimento em obrigações.
Podemos começar a tremer.


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