sábado, 2 de julho de 2011

As toupeiras movem-se na escuridão


"O Estado deve aos advogados portugueses que prestam apoio jurídico mais de 25 milhões de euros. São os honorários correspondentes aos processos que terminaram nos primeiros cinco meses deste ano", revelou o bastonário da Ordem dos Advogados, antes do início das Primeiras Jornadas Nacionais do Instituto de Acesso ao Direito que hoje decorrem na sede da Ordem, em Lisboa. 


Os advogados que defendem cidadãos carenciados foram surpreendidos esta semana com notificações da Direcção-Geral dos Impostos, solicitando que efectuassem os pagamentos do IRS sobre os honorários ainda não recebidos.

Perante tal situação, Marinho Pinto acusou o Estado de ser "caloteiro em relação aos seus credores e impiedoso em relação aos seus devedores", lamentando que "nunca tenha faltado dinheiro ao Governo anterior para pagar milhões e milhões de euros de honorários a grandes sociedades e escritórios de advogados [mas para] pagar parcos euros aos advogados que prestam apoio jurídico já não há dinheiro". 



Sobre as medidas anunciadas para a justiça por Paula Teixeira da Cruz, na apresentação do programa do Governo, o bastonário recusou-se a comentar:
"Eu não quero dizer à senhora ministra da Justiça pela comunicação social aquilo que eu lhe quero dizer pessoalmente, em reunião de trabalho, quando ela entender convocar. Não é cordial da minha parte, como bastonário, estar a emitir opiniões sobre o Governo pela comunicação social, quando o devemos fazer pessoalmente”.


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Palavras surpreendentes de um bastonário que, contra um governo a quem aponta tantos defeitos, incitou o eleitorado ao não cumprimento de um dever e à cedência de um direito.

Quanto aos directores-gerais, aos directores-regionais, aos chefes de repartição, aos directores dos agrupamentos de escolas, enfim, quanto às chefias da função pública, já havíamos reparado que, em conluio com as toupeiras socialistas dos seus grupos de compadrio, puseram fim ao interregno e começaram a movimentar-se na escuridão.
Descuidem os ministros deste Governo a avaliação rigorosa das chefias que tutelam na Administração Central, enveredem por dar larga autonomia à Administração Local e terão a oportunidade de apreciar como se bloqueia e asfixia um governo em meia dúzia de meses.


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