sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O projecto WindFloat, ou de projecto em projecto até à vinda do FMI


"A EDP, a InovCapital e a Principle Power, Inc. assinaram um acordo de projecto e um contrato em regime chave‑na‑mão, para a implantação do primeiro WindFloat à escala real equipado com um aerogerador de 2 megawatt (MW), ao largo da costa portuguesa.
A EDP, a InovCapital, a Principle Power, a Vestas Wind Systems A/S, a A. Silva Matos (ASM) e o Fundo de Apoio à Inovação (FAI) são alguns dos parceiros deste projecto
", refere um comunicado da EDP.

Com um custo de 18,4 M€, este projecto será financiado pelos vários parceiros, receberá um subsídio a fundo perdido do Fundo de Apoio à Inovação e prevê a instalação do protótipo na Aguçadoura, num parque EDP ligado à rede, até ao próximo Verão.

Recorde-se que neste local, junto à Povoa de Varzim, foi instalado o primeiro parque de ondas do mundo. Inaugurado em Setembro de 2008 pelo ministro da Economia, Manuel Pinho, e situado a 5 km da costa, o parque tinha três máquinas Pelamis que convertiam a energia cinética das ondas em energia eléctrica, com a potência máxima de 2,25 MW. Em Novembro as máquinas foram retiradas do mar devido a problemas técnicos e levadas para terra. Consta que o seu custo ascendeu a 9 M€.





Em Fevereiro de 2009, três meses após o fracasso do projecto Pelamis, a EDP assinou um acordo preliminar com a americana Principle Power para desenvolver um novo projecto pioneiro — um parque eólico flutuante ao largo da costa portuguesa.
Ora a energia eléctrica gerada em parques eólicos marítimos custa actualmente mais 50 a 100 por cento que nos parques eólicos em terra, de acordo com um relatório recente da Capgemini. Porquê investir no offshore? Porque ''a energia eólica marítima é uma das nossas prioridades de inovação'', disse, então, o presidente executivo da EDP, António Mexia. Havia, porém, outro motivo.





O WindFloat é uma estrutura flutuante patenteada para suporte de aerogeradores offshore que atenua os movimentos induzidos pelas ondas e pelos aerogeradores/vento, permitindo instalar aerogeradores em locais onde a água excede os 50 m de profundidade.
Para avaliar o comportamento do WindFloat com o aerogerador offshore Vestas V80 de 2,0 MW fornecido, instalado e comissionado pela empresa dinamarquesa Vestas, realizar-se-ão estudos de comissionamento, operação e manutenção por um período não inferior a 12 meses.

Se o projecto tiver sucesso, "a EDP estará mais bem posicionada para superar os desafios da energia eólica offshore em todo o mundo", afirmou António Mexia, CEO da EDP, citado no comunicado.
Por seu lado, Alla Weinstein, presidente e CEO da Principle Power, empresa responsável pela execução do projecto, afirmou que "nós, na Principle Power, congratulamo‑nos por a EDP adoptar esta tecnologia facilitadora na sua fase inicial. Consideramos o Governo de Portugal e a indústria portuguesa parceiros no desenvolvimento de tecnologias eólicas offshore capazes de suprir a procura portuguesa e mundial de energias renováveis".
Juan Araluce, presidente da Vestas Mediterranean, concluiu: "É com satisfação que anunciamos esta cooperação com a Principle Power e com o Grupo EDP, um dos nossos principais clientes a nível mundial. Trata-se de um projecto precursor na região mediterrânica. Os seus resultados poderão facilitar a implementação de boas práticas na região e noutras zonas do mundo".

Se não tiver sucesso, o cidadão consumidor de energia eléctrica paga novo aumento das tarifas.


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