Enquanto o planeta Terra existir, haverá vento e a água dos rios vai correr para o mar... Sendo a água dos rios e o vento duas fontes inesgotáveis de energia, classificamos a energia hídrica e a energia eólica como renováveis.
A água de um rio pode armazenar-se, construindo uma barragem no seu leito, e ser turbinada quando a energia eléctrica fizer falta, mas o vento não.
Se o vento soprar, as turbinas eólicas entram em rotação e os geradores acoplados produzem energia eléctrica. Se não houver vento, nada feito. Era preciso armazenar esta energia de alguma forma.
Surgiu a ideia de gastar a energia eléctrica de origem eólica, nas horas de baixo consumo, na bombagem de água dos rios para as albufeiras das barragens. Investir em energia eólica obriga, portanto, a um investimento em centrais hidroeléctricas reversíveis, i.e. cujas turbinas rodem nos dois sentidos.
Acontece que o nosso país tem o vento de melhor qualidade na sua orla costeira e ventos marítimos arrastam humidade que se converte em chuva nas regiões montanhosas. Logo há uma correlação entre chuva e vento, como os gráficos seguintes demonstram:
O resultado é que a albufeira vai receber água do rio de ambos os lados da barragem: de montante, porque está a chover, e de jusante, por bombagem para armazenamento da energia que as torres eólicas estão a produzir, porque há vento.
Quando encher, será inevitável abrir as comportas da barragem e a água que foi bombeada para a albufeira depois vai correr, sem ser turbinada, para o mar.
Mesmo em épocas de seca as perdas de energia por atrito tornam a bombagem um processo pouco eficiente.
No norte da Europa, países com extensas regiões planas onde não podiam construir barragens, como a Dinamarca e a Alemanha, desenvolveram uma indústria de turbinas eólicas com tecnologia própria.
O negócio começou a interessar empresas lusas bem apoiadas em generosos subsídios do Estado, primeiro na fase de instalação dos parques eólicos, e depois no preço de compra pela EDP da energia eléctrica produzida por esses parques. Nunca foi desenvolvida tecnologia nacional, contentando-se o país em ser o líder mundial... na importação de turbinas eólicas.
O objectivo era atingir a quota de 20% de energia eléctrica de origem eólica, tal como acontece na Dinamarca. Lamentavelmente esqueceram-se de olhar para este mapa:
Recursos eólicos europeus a 50 m acima do nível do mar. Copyright © 1989 by Risø National Laboratory, Roskilde, Denmark.
Quando encher, será inevitável abrir as comportas da barragem e a água que foi bombeada para a albufeira depois vai correr, sem ser turbinada, para o mar.
Mesmo em épocas de seca as perdas de energia por atrito tornam a bombagem um processo pouco eficiente.
No norte da Europa, países com extensas regiões planas onde não podiam construir barragens, como a Dinamarca e a Alemanha, desenvolveram uma indústria de turbinas eólicas com tecnologia própria.
O negócio começou a interessar empresas lusas bem apoiadas em generosos subsídios do Estado, primeiro na fase de instalação dos parques eólicos, e depois no preço de compra pela EDP da energia eléctrica produzida por esses parques. Nunca foi desenvolvida tecnologia nacional, contentando-se o país em ser o líder mundial... na importação de turbinas eólicas.
O objectivo era atingir a quota de 20% de energia eléctrica de origem eólica, tal como acontece na Dinamarca. Lamentavelmente esqueceram-se de olhar para este mapa:
Recursos eólicos europeus a 50 m acima do nível do mar. Copyright © 1989 by Risø National Laboratory, Roskilde, Denmark.
Quando perceberam que o vento nos países meridionais (PIGS) não estava pelos ajustes, alargaram o campo de visão e descobriram que podiam caçá-lo a uma dezena de quilómetros ao largo das costas:
Recursos eólicos europeus em mar aberto. Copyright © 1989 by Risø National Laboratory, Roskilde, Denmark.
Só há um problema: a energia eléctrica gerada em parques eólicos marítimos é, obviamente, muito mais cara que nos parques eólicos em terra. Nada que o cidadão consumidor de energia eléctrica não possa resolver, pagando novo aumento das tarifas.
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