Observando esta infografia
concluímos:
OE 2011 Despesas do Estado ____________________________ Prestações sociais Salários Outras Juros Investimento ____________________________ | milhões € _________ 37.641 18.820 13.720 6.332 3.870 _________ |
Onde se podia cortar no OE 2012? Em todas as despesas, menos nos juros. E não convém diminuir o investimento.
Foi decidido cortar nas pensões (Prestações sociais) e nos salários: 14% nos montantes iguais ou superiores a mil euros e 7%, em média, nos montantes entre 485 e 1000 euros. Não há dinheiro, temos de nos conformar.
Mas os Consumos Intermédios (Outras) não só não diminuem como vão aumentar. Porquê? Porque servem para pagar serviços prestados por sociedades de advogados, por economistas e engenheiros, ou seja, o sector privado que é pago pelo orçamento do Estado.
Não se vê, nem os políticos, nem os cidadãos anónimos a falar no assunto, só Ferreira Leite aludiu de passagem, e era importante em termos de moralização da sociedade portuguesa. É falso que requeira tempo, bastava impor uma taxa de redução nesses consumos.
Vamos todos falar neste assunto.
Agora debrucemo-nos sobre os salários mínimos europeus:
██ países (4) com salário mínimo entre 123 - 278 euros
██ países (4) com salário mínimo entre 278 - 319 euros
██ países (4) com salário mínimo entre 319 - 566 euros
██ países (4) com salário mínimo entre 566 - 863 euros
██ países (6) com salário mínimo entre 863 - 1758 euros
██ países (11) que não forneceram dados ao Eurostat
Em 2011, o salário mínimo em Portugal é 485 x 14 / 12 = 565 euros. Noutros países europeus: View table
Temos uma economia esfrangalhada desde os governos Cavaco Silva, tão débil como a dos países de leste. Mas não conseguimos competir com eles por causa dos seus salários mínimos miseráveis e da boa qualificação dada por um sistema de ensino de qualidade que nós perdemos após quase quatro décadas de uma política educativa errada (construção de milhares de escolas mas má formação de professores e ausência de exames).
Daí estas afirmações da troika:
"[Portugal] tem de competir com países em que os custos laborais são muito mais baixos, e isso consegue-se de duas formas: reduzindo salários e aumentando a eficiência.
Se o sector público corta salários, é óbvio que haverá contágio e o privado irá seguir."
"É de uma importância crucial que estas reformas permitam alinhar a produtividade dos trabalhadores com as remunerações por estes recebidas."
Agradeço o link que, entre outras deambulações, me conduziu para dados do INE sobre as exportações portuguesas. Há, de facto, uma deriva, para produtos de maior valor acrescentado que sabemos ser da responsabilidade da Autoeuropa e de uma fábrica da Peugeot Citroën em Mangualde.
ResponderEliminarEra óptimo para o País poder manufacturar produtos de alta qualidade para compradores exigentes, como é defendido por um dos comentadores do artigo que cita a preferência das grandes marcas alemãs de automóveis pela indústria de curtumes portuguesa.
No entanto, não podemos tomar a árvore pela floresta:
http://cidadelusa.blogspot.com/2011/11/mais-vale-tarde-do-que-nunca_8115.html
O professorado tem responsabilidade nesta situação porque não soube estabelecer um limite para além do qual não se aceitava prosseguir a aula.
http://cidadelusa.blogspot.com/2011/05/longa-vida-ao-juiz-carlos-alexandre-ii.html
Embora envolva violência física, ainda não é um caso extremo. Estes ainda frequentam, ou pelo menos estão inscritos, nalguma escola, ao contrário da quadrilha que, recentemente, sequestrou uma miúda para colaborar em assaltos a lojas e que já são banditismo puro.
Da centena de milhar de alunos, que as escolas básicas e secundárias lançam anualmente no mercado de trabalho com um diploma, metade não tem qualificações para aprender qualquer profissão porque nem sequer adquiriram hábitos de trabalho.