terça-feira, 8 de novembro de 2011

Mais vale tarde do que nunca


O ministro da Educação disse ontem que “não tolera indisciplina nas escolas”, ao comentar um vídeo de uma aula na Escola Secundária Miguel Torga, em Monte Abraão, que decorre num ambiente de indisciplina generalizada que atinge a raia da obscenidade, perante a passividade da professora.





Como se chegou a esta situação?

Tudo começou com uma revolução que confundiu liberdade com libertinagem, com políticos que moldaram os códigos jurídicos de modo a bloquearem a justiça e poderem dar vazão à sua ganância sem correrem o risco de serem responsabilizados pelos seus actos.

Nos últimos quinze anos foi incubada por várias vias.

Por um lado, por uma política irrealista de imigração que permitia a obtenção de mão de obra barata, benefícios para investimentos portugueses nas antigas colónias e a criação de uma base eleitoral de apoio aos partidos de esquerda.
Demasiado numerosos para serem integrados, os imigrantes catalizaram a substituição dos conceitos nacionais de família por tradições assentes sobre a desresponsabilização na educação dos filhos.

Por outro, pela distribuição de subsídios baseada no IRS que beneficiou quem vivia da economia paralela, escondeu desemprego e incentivou muita gente a não procurar trabalho.

No ensino assistiu-se ao assalto do ministério da educação por pedagogos que apelavam ao facilitismo, justificavam a indisciplina com os fracos proventos e a desestruturação das famílias dos alunos.
Os órgãos directivos das escolas, instalados em gabinetes e sem formação em gestão, implementaram essas políticas educativas e, não só negaram apoio, como também perseguiram os professores discordantes.
O resultado está à vista: professores passivos que fingem que não vêem e não ouvem o que se passa na sala de aula enquanto vão debitando o manual da disciplina, sempre ansiando por actividades de animação cultural para poderem respirar.


Nuno Crato deu instruções para que o vídeo vá parar ao tribunal. E, pressuroso, o órgão de gestão da escola de Sintra vai agora levantar processos disciplinares aos alunos mal comportados.
Mais vale tarde do que nunca.


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