É verdade que foi José Sócrates quem instalou uma clientela incompetente e perdulária na administração central e no sector empresarial do Estado. É verdade que a sua governação é um desastre e atirou o país para a insolvência: sobrevivemos mercê da caridade do Banco Central Europeu e quando falha, logo as taxas de juro da dívida soberana atingem novos máximos.
No entanto, o percurso de vida de Passos Coelho — a sua juventude de boémia e aquela licenciatura aos 36 anos, ainda por cima numa universidade privada — faz lembrar demasiado o actual primeiro-ministro e não augura nada de bom.
Além de que Passos Coelho nunca foi ministro, nunca foi secretário de Estado, nem chefe de gabinete, nem sequer assessor num qualquer obscuro ministério.
A dupla Passos Coelho-Relvas, sem a mínima experiência governativa, prepara-se para subir ao palco e substituir Sócrates-Pedro Silva Pereira na representação da mesma peça de teatro. Não é uma alternativa credível.
O que o país precisa é de um governo de iniciativa presidencial com pessoas cujo percurso de vida demonstre competência, clarividência e capacidade de trabalho e cuja actividade profissional prove sem ambiguidade que fizeram carreira, não à sombra de partidos políticos mas por mérito próprio.
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