Em Macau, onde vai participar na reunião do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, o primeiro-ministro José Sócrates apressou-se a reforçar as declarações de Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, sobre a necessidade de um Governo de coligação e a acusar a oposição de não querer assumir responsabilidades governativas:
“Eu já tentei fazer isso logo no início do Governo propondo um diálogo e uma forma de entendimento, quer através de coligações, quer através de acordos parlamentares, mas, infelizmente, o país bem sabe que de todos os outros partidos, nenhum deles está disponível para partilhar responsabilidades com o partido socialista no Governo”.
E continuou a tentar vender a ideia de que as medidas de austeridade derivam exclusivamente da crise externa:
“Não desistiremos nem nos desviaremos dessa linha: defender o país e enfrentar a crise e dar aos portugueses uma governação que pretende vencer a crise internacional e colocar Portugal no caminho da recuperação económica”.
Mas pelos comentários que a notícia mereceu, deduz-se que a estratégia já não resulta, pelo que vamos esboçar uma proposta inovadora.
Os partidos transformaram-se em agências de emprego e a constituição de um governo alargado a vários partidos políticos, não importa quais, seria uma fonte de questiúnculas e de lutas internas por causa da repartição dos cargos pelas clientelas.
Os partidos têm de fazer uma breve travessia do deserto para aprenderem a pôr o interesse do país acima das conveniências partidárias.
O que o nosso país precisa é de um conjunto de pessoas que se tenham destacado nas suas profissões mas cuja história de vida mostre que alcançaram essa posição de relevo profissional por mérito pessoal e não subiram à sombra de partidos políticos.
É necessário que concordem no diagnóstico dos graves problemas que afectam o país, que preconizem as mesmas soluções e já tenham dado provas de que saberão implementá-las.
Passando os olhos sobre a Síntese da Execução Orçamental de Outubro, vê-se (pág. 29) que, dos dezasseis ministérios, oito gerem orçamentos acima do milhar de milhão de euros e os Encargos Gerais do Estado já ascendem a quase 2.400 M€ sugados pelas administrações regional e local.
Se ainda tivermos em conta a elevada importação de alimentos, a mostrar quão forte é o incentivo que a agricultura precisa, bem como a importância assumida pelas obras públicas devido ao poder de nomeação das chefias de pesados institutos pertencentes ao subsector dos Serviços e Fundos Autónomos (SFA), não esquecendo a necessidade de fundir alguns ministérios para reduzir a dimensão do Estado, concluímos que o futuro do país depende dos nomes escolhidos para oito ministérios.
Esbocemos um painel de personalidades, sem filiação partidária, que se tenham destacado por mérito:
Primeiro-ministro: Finanças e Economia: Defesa Nacional e Administração Interna: Justiça: Agricultura: Obras Públicas, Transportes e Comunicações: Solidariedade Social: Saúde: Ciência, Tecnologia e Ensino: | Medina Carreira António Horta Osório ou Alexandre Soares dos Santos Carlos Alexandre Manuel Antunes Mariano Gago ou Nuno Crato |
Espera-se que surjam mais ideias para completar a tabela.
Nota: os SFA englobam a Assembleia da República, a CMVM, o Serviço Nacional de Saúde e todos os institutos, fundações, agências e fundos públicos...
A execução orçamental deste subsector (pág. 31) mostra que, nos primeiros nove meses deste ano, os SFA já gastaram em despesas correntes uns “modestos” 15.674 M€!
E cria uma dúvida terrível: pode-se confiar em deputados que ainda não apresentaram a execução orçamental de 2009?
Outras opiniões:
Keromais 13 Novembro 2010
É urgente um governo de salvação nacional
Isto não vai lá com coligações, não basta excluir alguns elementos da "quadrilha" é preciso desmantelá-la e formar governo com gente honesta e patriota, de fora do sistema e que o seu currículo prove isso mesmo.
Os portugueses não devem permitir a continuidade da bagunça!
Economy 13 Novembro 2010
Destruiu o país, e agora quer ajuda?
É urgente julgar estes senhores pela destruição do país e eleger um governo presidencial com gente não pertencente a partidos políticos.
FMNT 13 Novembro 2010
Mudanças de cadeiras
Ao amigo "Keromais":
É um dos que apoiam as facilidades. Mais um da outra (quadrilha) como lhe chama, do outro lado da barricada.
A bagunça, como exemplo que dá (para quem a pratica), paira no desleixo, no deixa p’ra lá, no gastar sem fazer contas à vida. Às vezes é necessário haver momentos de crise para reaprender como se deve na vida elaborar e fazer um planeamento dos gastos do mês, coisa que 90% dos portugueses não fazem.
O patriotismo está em trabalhar e não na bagunça que existe nestes capitalistas (extrema-esquerda e extrema-direita). Viva a democracia. Viva a social democracia com olhos de socialismo democrático.
Caro amigo "Economy",
A democracia faz-se com partidos, com diferenças nas ideias, mas com partidos. Um país faz-se com homens que ponham acima de tudo o interesse do país.
Diz: destruiu o país, etc., e agora pede ajuda. Ninguém pediu ajuda, que eu saiba, só agora e logo vem a correr o PP/CDS oferecer-se. Agora não tenha dúvida, e ninguém pode dizer o contrário, o Sócrates tentou negociar com toda a oposição. Quem quis? Ninguém, claro, não convinha.
xiquinho 13 Novembro 2010
Os cobardolas e incompetentes estão nas oposições
As oposições cantam bem mas não me alegram. Tiveram imensas oportunidades para correr com o governo e não o fizeram, porquê? Com certeza porque não lhes convinha. Pois é, seria uma grande espinha governar Portugal em maré de crise europeia (e mundial). Cambada de cobardolas! É só conversa fiada, é só dizer mal de tudo o que governo faz. Em nome do País, deixem o Sócrates trabalhar, porque ele sim, é o homem de que o Portugal de facto precisa neste momento grave. Os outros são só empecilhos que não fazem nem deixam fazer. Cobardes e incompetentes.
Keromais 13 Novembro 2010
Caro Sr. FMNT
Vejo a sua preocupação ao defender organizações de "malfeitores" as quais está mais que provado que não defendem o país mas apenas os seus interesses e os dos boys. Ao tomar tal atitude está a ser cúmplice com gente que não merece qualquer credibilidade ou então faz parte dessas organizações e está com receio de perder o tacho.
É altura de pôr termo a esta gente que nos pôs na ruína.
Economy 13 Novembro 2010
Sr. Xiquinho
Em vez de defender gente mentirosa e desonesta que destruiu o país, talvez fosse melhor começar por defender a seriedade e ética para recuperação da imagem de Portugal que os seus "patrícios" denegriram.
Os cobardolas e incompetentes são os que continuam a defender os burlões. Essa conversa de "vendedor de automóveis" já não resulta, por isso terá que procurar outro emprego.
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