Alexandre Soares dos Santos, na conferência "Ainda vale a pena investir em Portugal?":
“Para investir em Portugal é preciso acima de tudo, uma vez por todas, nós, portugueses, decidirmos que sociedade queremos, para onde queremos levar o nosso país, como é que queremos viver. Não é andarmos, por um lado, a dizer precisamos do investimento privado e por outro lado andar a insultá-lo a dizer que é a culpa de todos os males que existem neste país. E acusar-nos de não pagarmos impostos (...) quando a iniciativa privada é a única que cria emprego e os escândalos não são na iniciativa privada, são noutros sítios.
(..) a iniciativa privada, em larga maioria, são empresas sérias, conscientes da sua responsabilidade, que defendem os seus accionistas e não têm escândalos entre elas.
Portanto é fundamental que de uma vez por todas decidamos se queremos uma sociedade socialista ou se queremos uma sociedade em que a iniciativa privada é aceite como alguma coisa de útil para um país e que gere riqueza.
Temos também de ter em conta o que querem os partidos políticos. Os partidos políticos em Portugal limitam-se a uma luta entre eles, não têm a mínima consciência nem o mínimo sentido de Estado, preocupam-se com os seus problemas e depois queixam-se da iniciativa privada.
(...)
Depois há a crise política que leva a uma crise financeira e económica tremenda. Isto não se resolve na Assembleia da República, não são os partidos com a sua demagogia que resolvem estes problemas e que levam a que o país se torne interessante para investir (...) O montante que se gasta em advogados é uma quantia absolutamente louca, numa administração que não está disposta a dialogar como é o caso, por exemplo, na Holanda (...) as companhias discutem com o governo os impostos que vão pagar (...). Uma vez estabelecido, é cumprido. Aqui não, ninguém sabe como as coisas se fazem. A meio do caminho, quase a chegar ao fim do ano, vêm com uma nova lei sobre as SPGS. Porquê? Estão a convidar as pessoas para ir embora.
Agora no parlamento discute-se se há, ou não há, tectos salariais para aqueles que trabalham nas empresas públicas. Acho graça uma empresa com a dimensão da Caixa Geral de Depósitos com o presidente a ganhar 5000€. O que é que isto vai fomentar? Vai fomentar a corrupção no sentido dos cartões de crédito, de facturas que não têm nada a ver com a companhia a serem aceites. Ou então uma coisa mais grave ainda, a fuga dos talentos. Eu tenho muita pena de ver um Horta Osório e um António Borges a trabalhar lá fora porque no país não têm emprego. (...)
Agora vêm-nos dizer que a iniciativa privada também não deve aumentar os salários. Porquê? Se as empresas tiverem lucros por que não hão-de repartir os lucros com aqueles que trabalham? Qual é a razão de distribuir dividendos e não dar aumentos salariais? Entretanto o senhor ministro das Finanças diz que a iniciativa privada também tem de cortar salários.”
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A ideologia socialista estilo Venezuela, ou Líbia, é perigosa. Além do miserabilismo económico focado por Soares dos Santos, há que falar no empobrecimento cultural das crianças e adolescentes.
O socialismo português, ao defender o facilitismo no ensino, ao obrigar os professores a darem excessiva importância a projectos e actividades extra-escolares, muitas a resvalarem para a área da animação cultural, como passeios e festas sociais, em detrimento da transmissão de conhecimentos e correspondente aquisição de competências, está a empobrecer culturalmente a juventude e a empurrá-la para um nível de vida muito inferior ao dos outros países europeus.
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