Mansamente e baixinho, para não assustar demasiado o povinho, o que os economistas sabiam e os contribuintes temiam acaba de ser anunciado pelo governo, perdão, pelo INE: o governo português não tinha incluído na contabilização do défice público os 2000 milhões de euros injectados no BPN para compensar os capitais próprios negativos.
Outro buraco que é preciso tapar, e ascende a cerca de 500 milhões de euros, deriva de empréstimos concedidos a empresas de transportes que correm o risco de incumprimento.
Estas alterações anulam o efeito benéfico da habilidade orçamental de enfiar o fundo de pensões da Portugal Telecom nas contas públicas e poderão ter levado o défice de 2010 a superar os 8% do PIB.
Mas Teixeira dos Santos já apontou o dedo ao Eurostat por esta situação: os contabilistas do ministério das Finanças são eficientes, criativos e recomendam-se, se há desvio nos cálculos relativamente ao compromisso de 7,3%, isso resulta de uma mudança nas normas contabilísticas da UE.
O Banco de Portugal, que ontem se manifestou indisponível para auditar o défice, lá tinha as suas razões...
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