O PSD entregou no Parlamento um projecto em que recomenda ao Governo que promova a literacia financeira como "instrumento de estímulo à poupança e contributo para a diminuição do endividamento das famílias".
Eis um projecto que merece aplauso. Aliás é preciso ir mais longe: dar ferramentas aos alunos para projectarem uma empresa.
Quando se pergunta a um aluno que esteja a findar a escolaridade obrigatória (9º ano) que profissão vai escolher, diz que não sabe mas vai procurar um emprego no funcionalismo público ou ligar-se a um partido político.
E a maioria dos formandos dos cursos Novas Oportunidades, actual Educação e Formação de Adultos, são pessoas dependentes do Rendimento Social de Inserção.
Para estimular uma mentalidade de empreendorismo é absolutamente necessária a inclusão de uma disciplina de Gestão no curriculum do 3º ciclo, nos cursos profissionais (Ensino Secundário) e na Educação e Formação de Adultos.
No entanto, o sucesso desta medida dependerá do modo como for implementada. Criar uma empresa só pode ser ensinado por docentes ligados a empresas, não é por licenciados em Gestão, sem experiência, que se limitarão a debitar teorias lidas em manuais.
De projectos enfiados em arquivadores estão as prateleiras das arrecadações das escolas a abarrotar.
Agradeço as suas palavras de estímulo.
ResponderEliminarSer estudante antes do 25 A, por que tanto ansiávamos, e iniciar a docência no caos que se seguiu nas escolas foi um choque tremendo, só mitigado pela esperança de estar a ajudar na construção de uma sociedade nova.
Mas a ilusão tem limites e a experiência adquirida deve levar as pessoas a adequarem o seu comportamento à realidade.
Se me permite, deixo aqui um link para “A Nation of Dropouts Shakes Europe” para facilitar a leitura a quem ouse aventurar-se por estas bandas.
As crianças e os adolescentes revelam uma enorme diversidade de aptidões e a escola tem de saber responder. Não adianta procurar transformar um jovem com vocação para cozinheiro em programador informático, o que é preciso é consciencializá-lo que, com o turismo em declínio na Europa, ou é um génio na cozinha ou arrisca-se a ficar desempregado. E criar vias que exigem menos estudo que a informática, como a agricultura ou as pescas.
Tem de ser traçado um rumo para o país, que passa por elucidar os eleitores acerca da nossa situação económico-financeira.
A escola está a preparar alunos para irem viver à sombra do RSI ou para o desemprego devido à escolha de cursos pouco adequados às necessidades das empresas.
Chocou-me ver Paulo Azevedo e Mira Amaral no átrio do edifício central do IST a pedirem aos finalistas de engenharia para irem trabalhar para as suas empresas, tal é a falta de engenheiros electrotécnicos, de telecomunicações e informáticos.
Uma reforma séria na Educação (do básico ao superior, como muito bem pormenoriza) é condição necessária para a sobrevivência do país. Ainda conservo a esperança de assistir durante a minha vida profissional.