quinta-feira, 31 de março de 2011

Anatomia do apoio financeiro a Portugal


O ministério da Educação autorizou a promoção de um concurso nas escolas cujo prémio é a participação num episódio do "Morangos com açúcar", o estupidificante programa da TVI que dura há oito anos. Pelos vistos quanto mais ganham, pior são as decisões dos técnicos do “Eduquês” que infestam os gabinetes do ME.

Em contrapartida há empresas privadas que se preocupam em esclarecer e educar os cidadãos: aqui fica uma infografia do Jornal de Negócios sobre o apoio financeiro a Portugal, inspirada no PEC IV, em informação disponibilizada pela Bloomberg e nas conclusões da última Cimeira da União Europeia.
Sendo o resultado do trabalho de uma equipa com um economista e um engenheiro informático, pelo menos, é basicamente uma apresentação, com quatro diapositivos, cinco links internos e animação especializada, que pela sua simplicidade e clareza atrai a atenção do leitor:





Vamos assinalar alguns erros cuja correcção valorizaria esta infografia:
  • No diapositivo “Para onde iria” os dois membros da expressão numérica não representam o mesmo número.
    A parcela 10.000 deveria ser colocada no primeiro membro, com uma seta curva a ligá-la à expressão “Ajuda à banca”. E escrever 71.954 no segundo membro.
  • A ajuda estimada a Portugal não é apenas para reembolso da dívida mais défice. Ainda vai ajudar a banca.
  • O rectângulo de 2013 está mal dividido: a parte azul cresceu demais obrigando a preta a ficar demasiado pequena. Pode levar o leitor a concluir que a rubrica “Outras despesas” vai diminuir, o que é falso.

Mais uma infografia notável que, ao mostrar o peso das várias parcelas da despesa pública — prestações sociais, remunerações da função pública, outras despesas, juros e investimento — faz nascer a necessidade de perguntar:
Que despesas se ocultam na rubrica “Outras” capazes de igualar, no curto prazo, o valor das remunerações do pessoal?

E não vale a pena bramar contra as directrizes emitidas pelos chefes de governo da Alemanha ou da França, pois metade da quantia disponibilizada pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) será paga pelos contribuintes desses países. Nada mais resta aos devedores que baixar as orelhas e cumprir.

O leitor pode obter informação adicional aqui.


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